Capítulo 14

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- Maya! – ouvi minha melhor amiga gritar.

Em questão de segundo eu estava no mesmo lugar, onde Mark apareceu em minha frente. Como isso era possível? Estava ali, jogada no chão sentindo uma dor insuportável, e em um piscar de olho, me encontrava ali em pé, como se nada tivesse acontecido.

-Você o viu? – perguntei em busca de alguma confirmação de que tudo foi real, pra mim havia sido tão realista.

- A única coisa que vi foi você parada, feito estatua. – ela se aproximou, colocando sua mão sobre minha testa. – Você esta bem?

- Sim, estou. – disse sem ter certeza da minha afirmação. – Você realmente não viu o Mark?

- Quem é esse? – Any parecia entender menos ainda.

- O sobrinho do prefeito. – disse ainda tentando alinhar meus pensamentos. – Ele estava aqui.

- Oh meu Deus! Tem o sobrinho do prefeito na parada? Onde o conheceu? E porque não me contou nada? –Any disparava uma pergunta atrás da outra. – Ele é bonito? Solteiro?

-Annie! – disse chamando sua atenção.

- Que foi? – disse ela, como se não tivesse dito nenhuma besteira. – Você já tem o gato do Jake... Minha nossa! Não! Não me diga que esta dividida entre os dois?

- Não! – falei sem acreditar no que ouvi, era demais ate pra ela. O sinal tocou no mesmo instante.

- Nos vemos no intervalo. – disse ela andando. – Ainda quero saber o que aconteceu ontem.

O corredor estava lotado agora, não havia nenhum sinal de Mark, mas seus olhos vermelhos não saia da minha cabeça. Segui para a aula de artes, assim como a de literatura, Jake também fazia parte da turma. Acomodei na minha cadeira, ele não estava na sala, mas dentro de mim tinha esperança boba, toda vez que alguém entrava na sala. Com tempo me conformei que ele não viria hoje, tentei me concentrar na atividade, mas minha copia do vaso cheio de flores, que se encontrava no centro da sala, não estava muito boa. Minha mente estava em outro lugar, quase louca, em um momento pensando em Jake, em outro em Mark.

- Minha querida, algum problema? – disse a professora Dorothy Gribbin, olhando para tela e depois para mim. Apenas assenti que sim com a cabeça. – Sua arte já foi melhor.

Não sou nenhum Van Gogh da vida, e muito longe de me igualar com Picasso, mas com toda modéstia, até me dava bem na pintura. Sempre gostei de desenhar, e sem duvida alguma, essa era a aula que mais gostava.

Não culpo meu fracasso na aula, apenas no sumiço de Jake, embora boa parte da aula pensasse nele. Não podia deixar de lado, o que tinha acontecido mais cedo no corredor, que ainda me perturbava muito.

- Estou te achando tão estranha hoje. – disse Any, me resgatando dos meus pensamentos atordoados, trazendo-me de volta para realidade. Quando a olhei, sua bandeja já estava depositada na mesa, e ela sentada ao meu lado.

- Estou normal. – disse sem saber se estava mentindo para ela ou para mim mesma.

- Então me conta logo, onde o gato do Jake te levou? E o que aconteceu? – disse Any ignorando o que disse, sorri ao me lembrar dos momentos da noite anterior, mas o sorriso logo sumiu, quando veio em mento o bolo que levei hoje de manhã. – Ah! Você sorriu! Você sorriu! Tem coisa boa ai, garota conta logo!

- Ele me levou para fora da cidade...

- Para onde? – disse ela me interrompendo, abrindo sua barra de cereal.

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