- É um prazer conhecê-las – disse ele primeiro cumprimentado minha mãe, depois a mim, ficando um tempo segurando minha mão e me olhando fixamente.
Seus olhos negros me sugavam de uma maneira inexplicável, para um buraco sem fim, me fazendo lembrar a sensação do sonho. Senti um calafrio percorrer pelo meu corpo, e o sentimento de medo inundar sobre mim.
- Vamos todos, nos acomodarem na mesa? – disse o Sr Rubens me assuntando ao pousar sua mão sobre meu ombro.
O prefeito se dirigiu a mesa, seu sobrinho em seguida, logo atrás minha mãe e eu. Na frente de cada cadeira havia um nome, minha mãe sentou bem ao lado do prefeito, e eu agindo mais como uma sombra sentei bem ao lado dela.
Por mais que estivesse em meio a um conflito interior, sem saber se deveria olhar para ele ou não. Decidi assim pegar o celular, e procurei mexer em qualquer coisa para me distrair, que me fizesse manter minha decisão de não olhar.
- Maya guarde isso, tenha modos! – disse minha mãe chamando minha atenção.
Guardei o celular, pelo canto dos olhos vi que ele não tirava os olhos de mim. Os garçons já haviam começado a servir a entrada, começando pela outra ponta da mesa. Um rapaz alto, com o cabelo encharcando de gel e jogado para trás, depositou um prato de salada, que eu nem sabia do que era.
Olhei para minha mãe, que entendendo muito bem meu olhar de reprovação do prato, e retribui com um olhar que podia ser facilmente traduzido para come assim mesmo. Não foi um dos melhores pratos que já comi, mas deu para engolir.
O prato principal veio logo em seguida, o que acho que seria carne de carneiro, acompanhado com um arroz grego e um molho. Todos acompanhados com uma taça de vinho tinto, exceto meu que veio com um soco de uva, por eu ser menor de idade.
- Quero agradecer a todos! – disse o prefeito pondo-se de pé. – Quero pedir a todos do conselho que me acompanhe até meu escritório. Os restantes fiquem a vontade.
- Volto em breve filha. – disse minha mãe se levantando, ao redor pude ver aproximadamente setes pessoas em pé que seguiram a esquerda, sumindo da minha visão ao passar por uma porta.
Legal agora estou sozinha cercada de estranhos pensei comigo mesma, e com um garoto que há uns dias atrás me atacou em um sonho. Levantei pegando meu celular, me afastando da mesa, novamente mandando uma mensagem para Any.
- O que uma garota como você faz, num lugar chato como esse? – perguntou Mark, sua voz rouca me arrepiando por completo.
- Vim obrigada pela minha mãe. – disse saindo andando em direção à janela, por um lado porque precisaria de melhor sinal, ligaria para Any caso ela não me respondesse em dez minutos, e por outro lado algo em mim queria distancia dele.
- Me evitando? – disse ele, outra vez surgindo atrás de mim.
- Não, apenas tentando conseguir melhor qualidade no sinal – disse tentando transparecer tranquilidade.
- Podemos dar um passeio pelo jardim da casa. – disse ele, incrível como ele era perfeitamente idêntico ao sonho.
- Melhor não. – olhei para seus olhos, quase sendo engolida pela escuridão, desviei desesperada.
- Eu insisto. – ele pegou na minha mão.
Por um momento passou por minha cabeça aceitar, mas logo interrompi meus pensamentos. Ele me causava medo, porem mesmo assim sentia de alguma forma atraída. Porque dele me atacar naquele sonho? E porque sonhei como uma pessoa que nunca havia visto?
- Então? – ele insistiu.
Só agora tão perto notei o quanto ele era pálido, charmoso, sem falar na beleza. Embora fosse bem mais alto que eu, não parecia ser perigoso. Seus olhos, ele pareciam dizer completamente o contrario.
- Prometo que a trago são e salvo para essa sala. – ele era bem insistente.
- Preciso voltar em 15 minutos. – uma parte de mim não acreditava no que havia acabado de falar, nem se quer acreditava que eu topado ir para fora sozinha com ele. Louca, gritava constantemente em minha cabeça.
- Combinado. – ele sorriu o mesmo sorriso malicioso do sonho.
Nesse momento eu queria ter corrido, ficado mais perto de das outras pessoas, sentir uma falsa segurança. Sem saber o porquê, estava fazendo completamente o contrario. Ali estava eu andando pelos cômodos daquela casa enorme, sem saber ao certo em que canto da casa estava. Perguntando-me cadê esse jardim?
- Me fala um pouco de você. – disse ele interrompendo o silencio que habituava entre nós, desde que saímos da sala de jantar.
- Não tenho o que falar, eu sou apenas a filha de uma mulher que trabalha com o seu tio. – disparei as palavras, sem ao menos pensar. – Longe de ser uma garota popular no colégio, aliás, eu só quero terminar os estudos logo, e me mandar para alguma faculdade.
- E seu pai? – É serio que ele ta perguntando essas coisas? Pensei comigo mesma ao ouvir sua pergunta.
- Meu pai simplesmente desapareceu. – as palavras escapavam da minha boca. Estava sem entender nada, mas aliviada por avistar o jardim.
- Como assim? – perguntou parando em meios os arbustos.
- Desculpe, não sei nada sobre meu pai. – disse me sentindo mal por ser a pura verdade. – Minha mãe cuida de mim sozinha, desde pequena.
- Estou sendo indelicado né? – ele perguntou se aproximando mais.
- Claro que não. – engoli a seco sentindo um arrepio, talvez essa fosse a hora mais apropriada para correr, mas meu corpo continuou imóvel.
- Esse seu perfume é muito bom. – disse ele se aproximando do meu pescoço, a cena do sonho invadiu minha mente. Parecia que estava pressentindo o que estava preste acontecer, senti até uma lagrima escorrer, tarde de mais pensei.
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Respire
VampireTodos os direitos autorais reservados ao autor. PLÁGIO É CRIME. Não havia duvida, eu estava completamente apaixonada por Jake. Seus olhos, sua voz, tudo nele era absolutamente perfeito. Porém, não posso negar que há algo em Mark me atrai profundamen...