15-Testemunha confirma

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As surpresas que recebi hoje foram avassaladoras. Primeiro, Rattikarn comprou um carro novo, depois me levou para Hua Hin, e agora eu inesperadamente me deparei com meu passado complicado. Eu pensava que encontrar alguém por coincidência em um restaurante só acontecia em dramas, mas encontrá-los na vida real me chocou completamente. A garota de rosto doce com o cabelo preso para trás e brincos brilhantes em forma de flor sorriu para mim afetuosamente.

— Por que você parece tão feliz? Você vai rir agora?

Suas palavras provocantes me fizeram levantar um dedo para coçar minha bochecha.

— Bem... eu não sei como devo reagir. Admito que estou realmente surpresa.

— Eu também fiquei surpresa. A primeira coisa que fiz quando você desapareceu de repente foi verificar minha carteira para ver se eu tinha sido roubada, mas nada estava faltando.

— Eu parecia um ladrão?

— De jeito nenhum! Mas é estranho. A maioria das pessoas troca números para manter contato depois, mas você desapareceu como se fosse mágica. É interessante — Ela disse com um sorriso.  Comecei a me sentir desconfortável, preocupada que Rattikarn pudesse aparecer a qualquer momento. Falando nisso, ela já tinha ido embora há um bom tempo. — A propósito, com quem você está aqui? Seu namorado?

— Bem...

— Não precisa responder. Você parece muito desconfortável. Mas você está com um homem ou uma mulher? Ouvi dizer que foi sua primeira vez com uma mulher, certo?

Levantei minhas mãos para cobrir meu rosto porque não sabia como responder, o que só me fez ouvir sua risada alegre mais claramente.

— Não vou mais te provocar. Meu nome é Ann. Qual é o seu?

— Rung. — A voz de Rattikarn chamou enquanto ela voltava de sua tarefa, sinalizando para que eu olhasse para indicar que ela estava de volta. O nome dos lábios da garota de rosto doce fez Ann assentir em reconhecimento imediatamente.

— Agora eu sei seu nome. Não vou mais te incomodar. Prazer em conhecê-la! — Ela se virou para cumprimentar Rattikarn educadamente, que retribuiu a saudação com um sorriso.

— Prazer em conhecê-la.

Depois que Ann foi embora, nossa comida chegou toda de uma vez, em vez de uma por uma. Rattikarn olhou para a comida, seus olhos brilhando, ignorando completamente a convidada que tinha acabado de falar comigo. Eu não conseguia avaliar a situação; não sabia se devia dizer nada ou explicar quem ela era, então fiquei ali sentada, mastigando minhas bochechas como uma criança de três anos perdida em pensamentos, cutucando meu nariz e pensando comigo mesma.

— Não está bom? Você não comeu nada.

— Está bom.

— Está bom? Você nem deu uma mordida ainda. Eu já descasquei três camarões para você, e eles estão ali... O que há de errado com você? Desde que encontrou aquela garota agora, você está distraída.

— Eu realmente pareço assim?

— Sim, coma.

Ela me encorajou a comer, então peguei o camarão que ela descascou para mim e coloquei na boca, inclinando a cabeça curiosamente.

— Você nem perguntou quem ela era.

— Eu pensei que se você quisesse me contar, você contaria. Se não, significa que ela não é importante. Ela pode ser alguém com quem você trabalhou ou uma velha amiga da escola que só queria dizer oi.

— Se ela é uma amiga da escola, ela deve ser sua amiga também.

— Uma amiga da faculdade. Como eu só posso ter amigos do ensino médio... Mas parece que você quer me contar algo. Ela é importante, certo?

No5: Quando sinto seu cheiro (Série Perfumes Vol.1)Onde histórias criam vida. Descubra agora