5. Quatro anos.

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Oie!

— Problemas no paraiso?

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— Problemas no paraiso?

Viro a cabeça ao escutar a voz de Yeji, a professora de dança da Lisa. Fico olhando pra ela, me perguntando o por que de ela estar na empresa às sete da manhã se não me lembro de ver o nome dela marcado em alguma reunião esse horário. Ela sorri, se aproxima e senta do meu lado no sofá da recepção. Ah... aliás, fui convocada a vir aqui porque os pais da Lalisa marcaram uma reunião às sete e meia da manhã para conversarem comigo, e eu meio que já imagino o que eles querem. Meu coração parece já estar conformado com o que vem a seguir.

— Alguns — abaixo a cabeça, pensando em como vou voltar pra casa depois de todo esse tempo. Sei que meus pais vão me aceitar normalmente em casa, mas eu não queria ter que passar por isso... eu não queria.

Infelizmente não tenho condições financeiras de aguentar pagar um aluguel de Nova York ainda, aqui é tudo muito caro e em menos de quatro meses eu estaria falida. Não tem como.

— Levei uma bronca hoje — Yeji sorri — mas não ligo, estou acostumada com essa gente rica.

— Eu também, infelizmente.

Ela se levanta do sofá quando o pai da Lalisa aparece na porta da sala de reuniões e me chama apenas com o olhar, sem se importar em abrir a própria boca para falar alguma coisa. Respiro fundo, me levanto e me despeço de Yeji rapidamente para entrar na sala atrás do homem que me dá arrepios no fundo da alma.

Hoje cedo quando saí da casa da Lalisa, uma das tias dela apareceu junto com Winnie, ela disse que ficaria de companhia da Lalisa já que eu teria que sair de casa e... bem, eu já imaginei o que iria acontecer logo que recebi a ligação.

Lalisa estava dormindo quando saí, ela ficou super sonolenta após as medicações, tanto que nem sequer me escutou falar tchau. Eu me importo com ela, me importo a ponto de me sentir mal por saber que provavelmente quem os pais irão contratar não será tão fácil quanto eu. Eu costumo fazer coisas que não são o meu papel, costumo me importar com a Lalisa como se fôssemos amigas... mesmo não sendo, eu sei que a nossa relação se resume ao profissional, tanto que nunca tivemos uma conversa profunda além do dia a dia, mas eu ainda assim me importo com ela. Lalisa é uma mulher muito sensível, e querendo ou não essa sensibilidade é um ponto fraco, porque eu sei que isso uma hora ou outra pode levar ela ao fundo do poço. Ela ainda não aprendeu a se controlar sozinha... e com os pais que tem, sinto que isso nunca irá acontecer.

Tenho muito medo do que o futuro guarda pra ela, mas não posso me deixar levar pela curiosidade... isto é só um emprego como qualquer outro que eu for arrumar se eles forem me mandar embora, preciso me conformar que as vezes a vida não é do jeito que eu quero e espero.

The Manager | JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora