13. Privacidade.

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Oie 👁️

Ver Lalisa usando uma roupa minha é tão estranho que meu cérebro ainda está tentando se adaptar a informação

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Ver Lalisa usando uma roupa minha é tão estranho que meu cérebro ainda está tentando se adaptar a informação. Eu peguei qualquer coisa que vi pela frente no armário só para que ela possa se deitar e dormir, e olha que a minha cama não é lá essas coisas... mas é o bastante para uma única noite de sono, de fato. E confesso que estou lutando contra meu cansaço enquanto ela se ajeita na cama. Ela acabou de sair do banho, e é ainda mais estranho ter ela na minha cama, com o meu cheiro e usando uma camiseta velha minha. Nunca pensei que presenciaria isso um dia.

Lalisa não é o tipo de pessoa fresca que detesta sair da rotina, pelo contrário, ela não está nem aí se vai dormir numa barraca ou em um hotel cinco estrelas... contanto que tenha um colchão, um travesseiro e um cobertor, pra ela está tudo bem. Sempre admirei isso nela, e embora esteja envergonhada com a simplicidade do meu quarto, também me sinto tranquila em saber que é ela.

— Sobre o que quer conversar? — pergunto num sussurro, tentando evitar que meus olhos fechem. Minhas pálpebras estão pesadas, é um sacrifício mante-las abertas quando estou assim tão exausta fisicamente e emocionalmente — hum?

Lalisa encosta a cabeça no meu travesseiro e sorri meio sem jeito. Ela fica tão diferente quando está sem maquiagem, é gratificante ter contato com essa versão dela. Quando está maquiada, ela fica tão empoderada que tenho até medo de me aproximar... agora quando está sem nada no rosto, ela é apenas uma garota como qualquer outra e com um sorriso encantador.

— Sobre muitas coisas — ela boceja, também lutando contra o cansaço. — mas principalmente sobre como meus pais te mandaram embora... o que eles falaram para você simplesmente pegar suas coisas e ir embora sem olhar pra trás?

Fecho meus olhos ao escutar a pergunta, isso me remete a tantas lembranças ruins que automaticamente meu estômago embrulha e sinto a minha garganta queimar. Detesto falar sobre isso, é um tema muito sensível na minha vida, infelizmente precisei de algum tempo para aprender a lidar com o meu retorno para a Coreia, ainda mais porque aqui a vida é muito mais complicada quando se vem de uma família simples.

Meus olhos enchem de lágrimas quando começo a me lembrar também que meu pai agora está desempregado e que quem tomará conta de tudo sou eu.

— Ei... não precisa responder se...

— Tá tudo uma merda — resmungo pra ela, a voz embargada de segurar o choro — eu estou tão ferrada, Lisa...

— Por que ferrada? Aconteceu alguma coisa, né? — ela pergunta um pouco mais agitada agora, olhando-me de bem perto enquanto tento me recompor emocionalmente— você pode me explicar o que aconteceu, Jen. Sei que estivemos longe por algum tempo, mas eu ainda me importo com você.

Ainda me importo. Sinto um choque no peito ao escutar isso, parece tão... sincero. Para quem não queria sequer olhar na minha cara, isso é um avanço e tanto.

The Manager | JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora