Lalisa desde muito jovens carrega o peso de ser uma das maiores artistas conhecidas mundialmente por sua carreira musical muito bem sucedida, mas nem só de elogios, prêmios e festas vive um artista... ela enfrenta diariamente o mundo tóxico da fama...
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Lalisa Manoban. A quantos anos não escuto esse nome? Faz algum tempo desde a última vez que pesquisei sobre ela. Bom, até onde sei, ela ainda deve estar entre uma das celebridades mais em alta do mundo hoje em dia, e aposto que depois que sai do meu cargo ela deve ter melhorado na questão do álcool, ou já teria se afundado a muito tempo. Como os pais dela diziam, eu não tinha capacidade nenhuma de ser assistente de uma pessoa tão famosa, nunca tive coragem de me intrometer nas questões pessoais dela, sempre achei falta de respeito fazer esse tipo de coisa e... bom, deu no que deu.
Hoje em dia ela nem sequer deve se lembrar da minha existência, e não a culpo, até porque se ela se importa minimamente com alguma coisa, aposto que ficou sentida por eu não ter me despedido e os pais dela devem ter enchido a cabeça dela de lorotas mentirosas... como sempre fazem.
— Ah — sussurro para a menina que logo volta a gritar junto com as outras garotas e me afasto para ir até a praça de alimentação. Bear continua olhando pra trás enquanto ando, a curiosidade dele é tão grande que consigo ver seus olhinhos escuros brilhando — o que foi, amor? É só uma cantora.
— Que cantora?
— Você não conhece.
Nunca apresentei para o meu filho as músicas dela, até porque as letras são bem sugestivas para certos assuntos inapropriados para a idade dele... mas nem por isso, acho que nunca pensei em fazer isso.
— Eu posso ver, mamãe? — ele segura meu rosto e me olha com animação, empolgado com a muvuca lá na frente — por favorzinho...
— Amor, não íamos comer no restaurante dos dinossauros?
— Mas eu quero ver a cantora — ele balança as pernas, ainda no meu colo. Ele sempre foi curioso, desde pequeno essa criatura ama ficar olhando meu celular conferindo as celebridades, mesmo que não saiba ler direito ainda.
Aqui na Coreia o processo de alfabetização é muito rápido, ele já sabe algumas coisas, mas as palavras mais difíceis ele costuma perguntar sobre o que significam.
— Filho...
— Por favor, mamãe — ele beija a minha bochecha e eu não resisto dessa vez, mesmo sabendo que será praticamente impossível ele enxergar alguma coisa no meio daquela multidão, volto pra trás com ele e vou respirando fundo pelo caminho. Ela nem sequer deve se lembrar da minha cara, não sei por que estou tão nervosa assim.
Parece até que estou prestes a ficar de frente com um ex namorado.
Assim que chegamos no meio da multidão, subo Bear para o meu ombro e o deixo observar o que está acontecendo lá dentro da loja enquanto eu fico escondida no meio da muvuca. A gritaria me incomoda um pouco, mas relevo.
— Está bom agora? — pergunto pra ele, disposta a sair logo daqui.
— Não, só mais um pouco. Ela está assinando o papel de uma menininha — ele diz, animado. Forço um sorriso, achando graça. Acho que nunca vi meu filho tão animado com alguma coisa em toda minha vida. — vamos mais pra frente?
