15. Silêncio.

135 35 144
                                    

Oie!

Muito obrigada pelo apoio que vocês me dão, eu sou muito grata! Tô amando todos os comentários.

Vocês são demais.

Inconscientemente me sinto culpada por ser quem sou

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Inconscientemente me sinto culpada por ser quem sou. As vezes me passa na cabeça que na verdade não mereço tudo o que tenho e tudo o que recebo. Parece que todo o império em que fui cercada e cresci aos poucos, é na verdade uma grandíssima fraude, quando na verdade é a única coisa que sempre tive de verdade. Então por que não me acho merecedora de tudo isso? Bom, justamente por toda a merda que me fiz passar. Sim, eu mesma...

Minha mente é tão falha que, nos meus momentos de silêncio onde eu deveria aproveitar para curtir a minha própria companhia e agradecer por tudo que fiz para conseguir chegar até aqui depois de tanta lapada, o que eu faço é me destruir.

Mas como eu poderia me sentir grata por tudo que tenho, se na verdade tudo que tenho nem sequer se compara a tudo que eu sempre almejei na minha vida, desde pequena? E é por isso que me acabo comigo mesma em momentos de silêncio, porque sei que o meu caminho até aqui de nada valeu... absolutamente nada, é como se tudo fosse irreal e a minha vida a porra de uma farsa gigantesca.

Parece que quando sinto dor, é o único momento que verdadeiramente me sinto viva para perceber que sim, eu sou s porra de um ser humano, e não um robô criado em laboratório apenas para dar dinheiro e orgulho aos meus pais e familiares. E eles nunca entendem o meu lado, tanto que desde a última vez que fui parar em uma clínica a dois anos atrás, eu deixei de tentar. Eu deixei de lado tudo o que tinha na minha mente sobre finalmente me sentir viva, porque eu sabia que essa merda nunca me levaria a lugar nenhum, sendo que tudo o que eu sempre desejei ter nunca passou de um mero sonho inalcançável.

Noites intermináveis naquele lugar me atormentam até hoje. Lembro-me de passar a noite inteira olhando para o teto branco daquele quarto, pensando se realmente valia a pena continuar em um mundo onde até a folha das árvores pareciam cinzas. E doeu muito olhar no fundo dos olhos de meus pais no último dia de internação e escutar da boca deles que eu finalmente estava pronta para voltar aos palcos, sendo que tudo que eu queria receber deles ali naquele dia era um abraço.

E eu me puni mentalmente porque no fundo eu sabia exatamente quem me abraçaria naquele momento... eu sabia quem poderia me tirar daquele poço escuro e me guiar com sua luz interminável. Eu sabia...

E me doeu perceber que aquilo não aconteceria, porque ela não estava mais ali.

Receber a notícia que Jennie tinha ido embora me abalou emocionalmente de uma forma que pensei que nunca aconteceria comigo. Quando meu pai me falou, eu pensei que na verdade estivesse apenas brincando comigo e que ela entraria na minha casa a qualquer momento para comermos um miojo enquanto assistíamos alguma porcaria na televisão... mas aquilo não aconteceu, e eu me lembro de morrer bem ali, às nove e quarenta e cinco da noite de uma sexta feira, em uma noite chuvosa...

The Manager | JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora