Amor em Território Inimigo - Cris Jr

Capítulo 25

SEGUNDA-FEIRA 07:43 | ARÁBIA SAUDITA 📌
POV: LUANA

Voltamos para o ônibus e, depois que todos se acomodaram em seus lugares, o ônibus deu partida.

Deitei um pouco o meu banco e peguei o meu celular, fingindo desinteresse, mas a presença do Cristiano ao meu lado deixava difícil qualquer tentativa de manter o foco. Em um momento, senti um cutucão leve no meu braço e olhei para ele, que parecia estar tentando disfarçar um sorriso.

- Tá curtindo a viagem? - Ele perguntou, com um olhar curioso.

- Sim. Tá animado? - Respondi, tentando manter o tom casual.

- Muito. Principalmente agora que a gente vai passar a semana toda junto. - Ele disse, com aquele brilho de provocação nos olhos.

Revirei os olhos e soltei uma risada leve, mas por dentro, as palavras dele me deixavam ainda mais nervosa.

- Só espero que você se comporte. - Falei, cruzando os braços e olhando para frente.

Cristiano deu uma risadinha e ajeitou seu banco, ficando da altura do meu.

- Comportado eu sempre sou. Mas não garanto que a semana vai ser tranquila com você por perto, Luluzinha. - Ele falou com aquele sorriso de lado que estava perturbando meus pensamentos.

Meu coração deu uma acelerada, mas tentei não demonstrar. Olhei para ele, decidida a não cair nas provocações.

- Bom, se depender de mim, essa semana vai ser ótima. Mas duvido que você vai conseguir ser comportado até o fim dela. - Sorri, meio desafiadora.

Ele riu, aquele riso de quem gostava do desafio e ficou me olhando.

A troca de olhares se intensificou, e eu sentia que nenhum dos dois estava disposto a recuar. O ônibus continuava pela estrada, mas para nós, aquele era o início de uma semana cheia de provocações.

Depois de um tempo, decidi tirar um cochilo, guardei meu celular e acabei dormindo.

POV: CRIS JR

Virei para o lado e vi que Luana estava dormindo, a expressão dela estava relaxada e despreocupada. Era raro vê-la assim. Aproveitei a oportunidade para observá-la.

A verdade é que Luana tinha ocupado meus pensamentos mais do que eu admitiria em voz alta.

O ônibus continuava sua jornada pela estrada, mas a sensação de estar ali, na companhia de Luana, fazia tudo parecer mais lento. O silêncio no ônibus, com todos os outros tentando descansar, me deu um momento para refletir sobre a situação. Mesmo com a provocação constante entre a gente, a verdade é que havia algo diferente na maneira como eu a via. E, por mais que tentasse esconder, essa sensação me incomodava.

Com o som baixo dos fones, deixei minha mente se perder um pouco. Mas sempre voltava à imagem dela, a forma como ela reagia a tudo que eu dizia ou fazia. Não era só provocação, havia algo mais ali. Algo que eu não sabia bem como lidar.

Decidi afastar esses pensamentos e cochilar um pouco também. Tirei meu fone e me ajeitei. Aos poucos, o sono foi tomando conta de mim.

(...)

Acordei sentindo luzes fortes em meu rosto, abri o olho e com a mão no rosto vi meus amigos tirando fotos minhas e da Luana. Percebi que Luana estava com a cabeça em meu ombro. Ela acordou também com a luz e levantou a cabeça do meu ombro.

Ela olhou ao redor, ainda meio confusa, e logo percebeu os olhares curiosos dos nossos amigos, acompanhados de risadinhas. Eu, por outro lado, estava tentando disfarçar o desconforto que eu sentia. A sensação de ter ela ali, tão próxima, de uma forma tão... natural, me deixou sem saber o que dizer.