Capítulo: 22/02

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Sento-me a minha mesa e olho pela janela.

São 3 da tarde e não tenho notícias de Christopher.

Eu não espero ter.

Um milhão de emoções passaram por mim: tristeza, arrependimento, raiva... mas principalmente decepção.

Posso ver isso claramente agora – ele e eu nos divertimos, mas ele estava sempre procurando pelo sonho, o final do conto de fadas.

E não sou talentosa nem especial, muito menos extraordinária. Nunca foi eu.

E odeio que por um breve momento esqueci disso – dói.

Lembro-me do amor que fizemos, das risadas que tivemos. A ternura que compartilhamos.

Parecia tão real.

Como um conto de fadas para mim, só que melhor.

Os meus olhos se enchem de lágrimas e pisco-as para longe.

Talvez ele não vá?

Paul passa e olha para dentro e então para no meio do caminho e volta.

— Você está bem?

— Sim. — Finjo um sorriso com um aceno sutil de cabeça. — Desculpe, acabei de receber más notícias sobre um parente.

— Quer ir para casa?

— Não — respondo rápido demais, não quero que Christopher saiba que eu sei. — Estou bem. Só um pouco chorosa, não preste atenção em mim.

— Há um bolo de aniversário na geladeira da sala dos funcionários, quer um pouco?

Sorrio, grata pela gentileza.

— Quero. Traga a maldita coisa toda.

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São 23 horas e me sento à janela e fico olhando para a rua.

A casa está silenciosa durante a noite e minha fachada caiu. Saí para jantar com Daniel e Rebecca esta noite e tive que fingir que tudo estava bem entre eu e Christopher.

Não poderia dizer a eles o que sei ou como, e tenho mentido para eles sobre minha personalidade Pinkie também.

Esta situação é um grande engano fodido e mereço ter meu coração partido sozinho.

E talvez se Christopher se importasse o suficiente para querer me ver, eu diria isso a ele, mas ele não quer.

Porque está na Enchanted pensando nela.

Os meus olhos se enchem de lágrimas e fecho-os com pesar. Odeio isso, odeio essa porra toda.

Um carro dá a volta na esquina e o vejo entrar e estacionar lentamente. Christopher sai.

Oh não. Merda.

Corro e mergulho na cama, pego meu telefone: cinco chamadas perdidas de Christopher.

Ouço uma batida no andar de baixo e, em seguida, a voz de Daniel.

Puxo os cobertores sobre mim e finjo dormir, meu coração batendo forte e rápido, e inalo profundamente para tentar me acalmar.

A porta do meu quarto se abre e Christopher entra e se senta ao meu lado na cama.

— Baby — diz suavemente — está acordada?

Eu rolo em sua direção e ele pega meu rosto em sua mão e olho para ele.

— Oi — sussurra tristemente.

algún día  ( Adaptação )Onde histórias criam vida. Descubra agora