23.

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Era tarde, quase anoitecendo, meu celular não parava de tocar. Maya chegou em meu quarto com um chá de camomila em mãos, ela estava sendo minha maior rede de apoio naquele momento.

- Toma, você vai se sentir melhor - entrega nas mãos da loira.

- Obrigada - sorri com desânimo

Sem dizer nada Maya senta ao meu lado me abraçando, ainda estava em choque, apenas sinto o carinho dela pelos meus fios loiros.

[...]

Por volta de sete da noite a campainha do meu apartamento toca, peço para Maya atender, ouço um vozerio de preocupação. Desço as escadas e lá estavam minhas amigas questionando Maya tudo que havia acontecido. Quando perceberam minha presença no ambiente todas vieram me abraçar na intenção de me passar conforto.
Não é que eu tenha esquecido, mas com elas ali aliviou o que estava pesando no meu coração. Maya chamou Clarice e Ana clara para ficar conosco também. Abrimos alguns vinhos, jogamos sinuca e jogamos conversa fora.

- Não descobriram o culpado ainda? - Larissa comenta

- Alguns amigos meus já estão investigando o caso com mais precisão, quero todos os envolvidos presos ou eu não me chamo Giovanna Torres.

- O Christopher também não deu uma ajuda né, incrível como ele demonstra a todo momento odiar a fernanda - Agatha diz

- Ele sempre foi assim, nunca ligou para nada, quando você namorava com ele era assim também Maya? - Larissa questiona.

- Ah, não me recordo de muita coisa - diz desconfortável.

- Vamos mudar de assunto, não viemos aqui para falar disso e sim distrair a Giovanna - Ana Clara salva a morena de voltar no passado novamente.

O desconforto alarmou a loira, Giovanna era uma delegada competente, sabia ler corpos e atitudes das pessoas.

[...]

Meia noite e meia todas já haviam ido embora, estávamos nos arrumando para deitar, era madrugada de domingo. A morena já estava deitada aguardando Giovanna terminar de fazer suas higienes pessoais e se juntar a mesma.

[...]

Já nos arrumávamos para dormir, minha ficha demorou a cair, a morena abriu os braços me aconchegando. Naquele momento o vazio tomou conta de mim, todos os momentos da infância, adolescência, até como adulta foram por água abaixo. Estava sem chão, meu coração foi apertando aos poucos, cada vez o aperto foi ficando mais forte e minha respiração ficando descontrolada.

- Pode chorar. - ouço a voz da morena como indício de que eu poderia soltar a mágoa que estava presa no meu coração.

Meu coração aliviou e meus olhos jorravam lágrimas, Maya estava ali, me acudindo, me abraçando e tentando me acalmar.

- Vai ficar tudo bem - a morena beija a testa da loira.

Não tenho palavras para agradecer Maya por ter ficado comigo naquele momento, a madrugada foi longa, o choro também.

[...]

{💭}

Passei a madrugada em claro com a loira chorando em meus braços, por volta das quatro da manhã Giovanna finalmente adormece.
Respiro fundo e fico olhando para o teto me questionando da merda que eu estava fazendo. Eu deveria ter contado para ela desde o início, deveria ter falado que ele estava planejando isso, meu coração foi apertando e a culpa foi consumindo meu coração. Não conseguia fechar os olhos, aquela noite eu simplesmente não dormi. Christopher me assustou com aquela ameaça de ontem, ele era capaz de destruir minha vida mais uma vez, eu poderia ter feito diferente e ter me livrado de uma culpa que agora consome o meu coração.
O sol nascia através da janela, o relógio marcava seis e meia da manhã em um domingo nublado. Levanto na intenção de procurar um café para tomar, o dia seria longo, precisava acompanhar a Giovanna até a fazenda naquela manhã.
Desço as escadas na intenção de preparar o café da manhã, dia de domingo eliza não trabalha na casa da delegada. Procuro algumas coisas práticas para a loira tomar um café bem reforçado e poder se levantar um pouco mais forte.
Com a bandeja em mãos subo as escadas novamente, a loira permanecia na mesma posição que eu havia deixado. Coloco a bandeja sobre a cama e distribuo beijos sobre o rosto da loira.

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