volume I - Lua crescente
Forks, a pequena cidade no estado de Washington, sempre esteve envolta em uma neblina constante, como se o mundo natural tentasse esconder os segredos que ali se abrigavam. Mas naquela noite, algo diferente se aproximava, al...
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Capítulo XII
Carlisle pov
Carlisle ajustou a gola da camisa social branca diante do espelho. O tecido impecavelmente passado refletia sua aparência, enquanto o caos interno o atormentava. Ele passou as mãos pelos cabelos loiros e suspirou profundamente. A calça social preta estava no lugar, as botas polidas brilhavam, mas sua expressão revelava um homem que carregava o peso do mundo. Havia algo o consumindo — ele sabia disso, sentia e vivia essa angústia, sem conseguir escapar.
Enquanto abotoava os punhos da camisa, seus pensamentos eram invadidos pela imagem de Sirena. A sereia. A mulher que parecia ter se infiltrado em cada canto de sua mente. Seu perfume, uma mistura de mar, sensualidade e algo mais, persistia como uma memória olfativa inescapável. O sorriso dela o desarmava, e o brilho de seus olhos o fazia esquecer, ainda que por um instante, de quem ele era e do que deveria representar. Ele sentia-se enfeitiçado. Por mais que lutasse, a atração parecia crescer cada vez mais, alimentada por sua própria resistência.
O esgotamento mental o castigava. Esforçava-se constantemente para esconder esses pensamentos de Edward, cuja habilidade de ler mentes o tornava um risco iminente.. Não queria expor sua fraqueza, não queria admitir que, pela primeira vez em séculos, estava perdendo o controle. As palavras de Edward na noite anterior ainda ecoavam em sua mente: "Sirena é uma das mulheres mais bonitas que já vi, se não a mais." Uma confissão casual que atingira Carlisle como um golpe. Edward havia se sentido seduzido por ela, mas Carlisle não podia dizer o mesmo — não para ele, para ninguém.
O desconforto de ouvir seu filho falar da mulher que desejava era quase insuportável. Ele mal conseguira responder que ela era realmente muito bonita, mas essa frase o corroía. Era difícil admitir, mas Carlisle pensava constantemente em Sirena: no perfume dela, nos cabelos impecáveis, na pele lisa, na cor de seus olhos, em seus movimentos sedutores e no corpo — ah, o corpo dela... Era perfeito, perfeito para que ele fizesse o que quisesse. E a voz dela, que o enlaçava como um canto proibido, gostoso e perigoso, o deixava ainda mais confuso.
Ultimamente, ele se isolara da família, passando a maior parte do tempo em seu quarto, alegando que os casos no hospital exigiam muito de sua atenção. Não era verdade. Ele sabia que Esme estava preocupada. Sua esposa notava sua ausência emocional e o questionava sutilmente. Carlisle se martirizava por mentir a ela, especialmente após a última vez em que tiveram um momento íntimo. Ele não conseguira afastar Sirena da mente, e isso o destruía por dentro. O ato fora uma tentativa de reconexão com Esme, mas acabou se tornando uma traição silenciosa. Ele se culpava incessantemente por isso.
Edward também mencionara algo que o deixara em alerta: o cheiro de lobo na garota e o fato de ela quase ter desmaiado em seus braços. Algo nela parecia estranho, e isso o preocupava. Ele sabia que, se fosse visitá-la, provavelmente cederia. Suas provocações silenciosas — seriam inocentes ou ardilosas? Carlisle não conseguia decidir, e isso o inquietava ainda mais.