volume I - Lua crescente
Forks, a pequena cidade no estado de Washington, sempre esteve envolta em uma neblina constante, como se o mundo natural tentasse esconder os segredos que ali se abrigavam. Mas naquela noite, algo diferente se aproximava, al...
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Capítulo XVIII
— Eu...
Ele hesitou, como se as palavras pesassem mais do que sua própria existência. O peso da culpa em sua voz já era evidente antes mesmo da confissão. Ele finalmente encontrou forças para dizer:
— Eu também estive com ela... — A frase saiu quase como um sussuro, mas parecia ter o impacto de um trovão. Todos ficaram congelados no instante em que suas palavras preencheram o silêncio. Ele passou as mãos pelos cabelos, frustrado consigo mesmo, a vergonha queimando cada fibra de seu ser. — Esme... Eu sinto muito. Eu sinto tanto, mas não sei o que dizer... Não sei o que deu em mim. Eu falhei com você. Com todos vocês.
— Eu sinto muito... Eu não sei o que deu em mim. Apenas não sei explicar.
— Você o quê?! — A voz de Esme irrompeu no ar, sua voz cheia de incredulidade e dor. Os olhos, que sempre carregavam ternura e compreensão, agora brilhavam com mágoa. Ela se movimentou atordoada de repente, como se a confissão de Carlisle tivesse atingido seu corpo como um golpe físico, tropeçando progressivamente. — Eu não consigo...
— Não consigo acreditar, você esteve mesmo com ela? Carlisle, como pôde?
— Como podo fazer isso? Como podo fazer isso comigo?! Conosco!
— Todo esse tempo eu... me dediquei a você! e você esteve com ela!!!
O silêncio que se seguiu parecia engolir a sala inteira, era sufocante. Todos os Cullen, cada um à sua maneira, estavam processando o que acabaram de ouvir. Rosalie apertou os punhos tão fortes que os dedos brilharam como mármore sob tensão. Emmett desviou o olhar, desconfortável diante da turbulência. Alice balançou a cabeça em descrença, enquanto Jasper tentava conter as ondas de emoções caóticas que emanavam de todos ali, sendo engolido de pouco a pouco por elas.
Edward riu, mas sua risada era seca, amarga, cheia de sarcasmo. — Você não é tão diferente de mim, Carlisle. Nós dois fomos manipulados... ou talvez sejamos apenas fracos demais para resistir. — Ele falou com um olhar duro, mas seu tom indicava que, no fundo, ele também estava tentando processar o que aconteceu, como ambos foram capazes de ceder. Ele se sentia magoado por ter magoado sua família.
— Não fale assim comigo, Edward. — Carlisle respondeu em um tom firme, mas sua postura demonstrava fragilidade. Ele sabia que Edward estava certo. A presença de Sirena parecia corroer a moral de qualquer um que se aproximasse dela. Era como se ela fosse um espelho que revelava os desejos mais sombrios e secretos que cada um guardava. Como uma força corrosiva, uma presença que escavava as fraquezas mais escondidas de quem se aproximava.
Esme deu um passo à frente, sua voz tremenda com a intensidade de sua dor. — Como pode estar com ela, Carlisle? — Esme questionou novamente, a dor em sua voz era palpável. — Eu me enganei, eu me enganei todo esse tempo, me enganei sobre você, sobre nós. Eu não ouvi minha intuição, eu preferi acreditar em você!
