volume I - Lua crescente
Forks, a pequena cidade no estado de Washington, sempre esteve envolta em uma neblina constante, como se o mundo natural tentasse esconder os segredos que ali se abrigavam. Mas naquela noite, algo diferente se aproximava, al...
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Capítulo IX
A lua prateada iluminava os corpos entrelaçados na areia, criando um cenário tão selvagem quanto íntimo. Sirena estava exatamente onde desejava estar, mas não da forma que esperava. Paul a puxara com um desejo voraz desde o início, seu toque quente e brutal como o de um predador incapaz de conter sua natureza primal. Cada movimento dele era uma explosão de energia, uma dança intensa entre o humano e o lobo que habitava sua alma.
Ela sabia que, a cada segundo, ele estava perdendo o controle — o lobo dentro dele avançando, ansioso para se libertar. Era exatamente esse frenesi que a excitava, uma emoção que pulsava como as ondas do mar. Paul não era apenas um homem; ele era força bruta e intensidade, e tudo isso agora estava entregue a ela. Seu plano era claro: não o mataria. Paul seria seu. Não apenas como amante, mas como um guarda leal, um escudo vivo que a protegeria se suas ambições a levassem a perigos inesperados.
Ele a segurava como se ela fosse tanto sua perdição quanto sua salvação, e Sirena correspondia com gemidos sugestivos, seus dedos cravando-se na carne dele enquanto o incentivava a ir mais fundo, mais rápido. A cada toque, ela sentia a paixão deles se entrelaçar, um calor que a envolvia, fazendo-a esquecer de qualquer preocupação.
— Paul... — Ela sussurrou seu nome, a voz doce e carregada de desejo. Sempre que fazia isso, ele rosnava baixo, apertando-a ainda mais contra si, como se tentasse moldá-la ao próprio corpo. O som de sua respiração pesada misturava-se ao sussurro das ondas, criando uma melodia sensual que ecoava na noite.
As roupas deles desapareceram rapidamente, jogadas ao acaso para baixo da pedra onde Paul costumava se refugiar. A cada movimento, a sereia sentia a energia pulsante dele fluindo para ela. Sua fertilidade, uma característica tão intrínseca à sua espécie, estava tornando Paul ainda mais selvagem. Ele investia com uma intensidade quase perigosa, cada impulso seu ressoando como um trovão em seu corpo.
Mas, à medida que a temperatura aumentava, algo dentro dela começou a se agitar. O corpo dele estava começando a esquentar além do que era suportável, um calor sobrenatural que Sirena reconheceu imediatamente. Ele estava à beira de perder o controle completamente, sua forma humana desvanecendo enquanto a fera tomava conta. O instinto do lobo estava prestes a ser liberado, e embora essa transformação a excitasse, também a apavorava.
A mente de Sirena, afiada e astuta, percebeu o perigo. Se ele se transformasse enquanto estivesse sobre ela, poderia esmagá-la com facilidade, ou pior. Ela sentiu um frio na espinha, o controle que sempre teve sobre os outros começando a escorregar entre seus dedos. Sua expressão mudou por um instante, os olhos ansiosos enquanto sussurrava, quase implorando:
— Pare Paul... Assim você vai me machucar!
Mas ele não ouviu. O lobo em sua mente rugia, e o desejo o cegava.
— Você tá me machucando!
Sirena, desesperada, recorreu ao que sabia fazer de melhor. Sua voz, melódica, rompeu o caos em um cântico suave e hipnotizante. As notas flutuavam no ar, envolvendo Paul em uma aura encantadora.
Ele desacelerou, seus movimentos se tornando menos frenéticos, mas a luta interna era intensa. A música de Sirena penetrava em sua essência, mas o desejo ainda o dominava. Ele hesitou, o corpo se contorcendo, a luta entre a fera e o homem clara em seu rosto. Sirena sentia seu coração acelerar, a tensão entre eles palpável. Ela o queria, mas a consciência do perigo a fazia sentir-se vulnerável.
— Paul... — ela tentou novamente, suas feições refletindo uma mistura de desejo e apreensão. O lobo dentro dele ainda rugia, mas algo na suavidade de sua voz começou a acalmá-lo. Paul lutava, mas a melodia estava funcionando, e a intensidade do momento se transformou em algo mais profundo, mais delicado.
E então, com um último impulso profundo e um grunhido primal, ele atingiu o ápice. A força do momento percorreu seu corpo como uma onda, deixando-o exausto e vulnerável. Sirena sorriu, aliviada, enquanto o calor ainda pulsava ao seu redor, agora reconfortante, não ameaçador. Paul, drenado e completamente exausto, caiu ao seu lado na areia, sua respiração pesada e ritmada.
enquanto ainda o observava, Sirena sentia que uma onda de novas sensações a envolvia. A transformação que ocorrera dentro dela não se limitava apenas ao físico; algo muito mais profundo estava mudando. Ela percebeu que sua audição estava muito mais aguçada, cada som da praia se tornando mais nítido, como se o mundo ao seu redor tivesse sido afinado para um tom mais claro. O farfalhar das ondas, o canto distante de uma ave noturna, até mesmo a respiração de Paul pareciam reverberar em sua mente com uma clareza que a deixava assombrada.
Enquanto contemplava as mudanças em seu corpo, Sirena sentiu um novo poder pulsar dentro dela. Ela não precisava se transformar em uma loba para acessar habilidades que antes pertenciam apenas a eles. Agora, tinha um instinto aguçado, a capacidade de perceber movimentos sutis ao seu redor e antecipar ações antes que elas acontecessem. Seus sentidos estavam afiados, como se pudesse sentir a energia do ambiente ao seu redor, e isso a deixava vibrante e alerta.
No entanto, havia uma sombra que ela ainda não percebia. Paul carregava uma carga emocional intensa, uma raiva acumulada que era parte de sua essência. E ao drenar a vitalidade dele, Sirena não sabia que estava, sem querer, absorvendo também fragmentos de sua personalidade. A explosividade e a fúria que faziam parte de Paul agora estavam se infiltrando em seu ser, tornando-a mais impetuosa e reativa do que normalmente era. Essa nova intensidade a excitava, mas também a deixava inquieta.
Ela se levantou, caminhando pela areia, seus passos leves e rápidos, enquanto experimentava essa nova força dentro de si. Cada movimento era acompanhado de um sentimento de poder, mas também de uma inquietação que ela não podia ignorar. A raiva que agora ardia em suas veias era diferente do controle que sempre teve; era como um fogo prestes a se transformar em uma tempestade.
Sirena sorriu para si mesma, tentando passar a segurança de que podia controlar essa nova energia. Com seus poderes psíquicos ampliados, começou a considerar as possibilidades. A ideia de usar seu controle mental agora em Charlie, com seu escudo mental semelhante ao de Bella, surgiu em sua mente. Ela poderia tentar, mesmo que o risco fosse alto, talvez surgisse efeito agora.
A perspectiva de sugar a vitalidade de Charlie apenas por prazer a excitava. Ele era um homem que, embora sério, possuía um charme que ela não podia ignorar. Em sua imaginação, ela o via sucumbindo a seu feitiço, a luta interna se dissipando enquanto ele se entregava à sua vontade. Sirena não precisava de muito; apenas um toque de sua magia, uma suave sedução para que ele se tornasse mais uma fonte de energia a ser explorada.
Enquanto caminhava, a imagem de Charlie se tornava cada vez mais vívida, e um sorriso travesso se formava em seus lábios. A ideia de usar sua nova força para seduzi-lo e drenar sua vitalidade por puro prazer parecia mais atraente a cada instante. Com cada passo, ela se sentia mais confiante, mais audaciosa, mas a consciência de que a raiva de Paul poderia se manifestar em sua própria personalidade a provocava.
De volta à areia, Sirena olhou para Paul, seu corpo ainda relaxado, e sentiu um misto de satisfação e cautela. Havia tanto a explorar, tanto a descobrir, mas ela sabia que precisava ser cuidadosa. O poder estava ao seu alcance, mas a linha entre controle e caos era tênue, e ela não queria perder o controle. Não agora.
Ouvindo o som do mar e sentindo a brisa fresca, ela decidiu que, independentemente do que acontecesse, não deixaria a situação escapar de suas mãos. Com um último olhar para Paul, ela sorriu, uma expressão que refletia tanto o prazer da conquista quanto a resolução de dominar as novas facetas que surgiam dentro de si.