Capítulo 6 - Confissão

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Era fim de semana, mas mesmo sendo meu dia de folga, eu ainda acordava cedo para me exercitar, como de costume. Eu era uma pessoa com um alto nível de autodisciplina e nunca abria mão de dormir mais, pois isso me daria uma desculpa para ser preguiçosa e pular o treino.

Além disso, eu sentia que a manhã era tranquila, e se eu quisesse fazer algo, deveria aproveitar esse tempo. Então, optei por correr para suar o estresse, que é aliviado pela serotonina. Isso me fazia sentir relaxada física e mentalmente, mas podia ser um pouco irritante quando...

"Espere por miiiim!"

Arpo, que acordava cedo como eu, já estava esperando para correr ao meu lado às cinco da manhã. Mesmo sendo um dia de folga, ela nunca desistia de me incomodar.

Eu cedi...

"É fim de semana, e você ainda acorda para correr?"

"Sempre corro com você, Sênior. Por que continua perguntando isso?"

"A que horas você dorme e acorda todo dia?"

"Tento dormir ao mesmo tempo que você para poder acordar e ver seu rosto brilhante e radiante. Além disso, correr de manhã me faz sentir enérgica, ajuda a clarear a mente e consigo entender o que leio. Woohoo!"

Ela continuou gritando alegremente. Olhei para ela com uma expressão cheia de curiosidade.

"Você está de bom humor hoje."

"Devo ter dormido bem."

"Só por causa do sono?"

"Por que mais seria?"

"A Elle não te contou nada?"

"Hã? Contar o quê?"

Então, essa garota não mencionou o que aconteceu, ou talvez não quisesse que Arpo soubesse o que eu fiz. Ela me via como uma 'competidora'. Se Arpo descobrisse o que eu fiz, talvez abalasse a confiança dela, e Elle perderia as esperanças. Mantive uma expressão neutra, fingindo não saber de nada, e dei de ombros.

"Nada, só perguntei. Achei que vocês pudessem ter conversado, e isso te deixado feliz."

"Deve ter algo. Caso contrário, por que perguntaria se algo aconteceu? Vamos, me conte. A Elle deveria ter me dito alguma coisa."

"Nada."

"Não minta. Deve ter algo. Caso contrário, por que traria isso à tona?"

E assim, ela continuou me importunando a manhã inteira. Claro, não disse nada. Apenas corri e depois voltei para casa para tomar um banho antes de descer para fazer oferendas de comida aos monges com minha mãe.

Naturalmente, a pequena encrenqueira, vendo o que eu estava fazendo, correu para fazer oferendas comigo na frente da minha casa, mesmo que sua mãe tivesse acabado de fazer oferendas na casa delas. Em vez de ajudar a arrumar, ela correu até mim e cutucou meu cotovelo, como se quisesse compartilhar o mérito.

"O que foi?"

"Quero fazer mérito com você para que possamos nos encontrar na próxima vida."

"Precisamos nos encontrar na próxima vida?"

"Claro, vou te seguir e te amar em todas as vidas."

Nossa conversa sussurrada fez o monge sorrir gentilmente. Mostrei um pouco os dentes para ela e depois me concentrei nas minhas preces. A garota fofa cutucou meu ombro e sussurrou:

Arpo in LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora