Capítulo 23 - Revelar

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Tudo ficou em silêncio. O único som era minha respiração pesada, que lentamente voltava ao normal. O relógio na parede marcava os segundos, cada um deles se arrastando. Todos os olhos na sala estavam fixos em mim, atônitos.

Ah, droga... eu disse isso em voz alta.

Olhei para a tia e abri a boca, passando a língua pelos lábios nervosamente. Eu não tinha ideia de como consertar essa situação. Todo o plano de me aproximar gradualmente foi pelos ares. Eu tinha soltado tudo, deixando nenhum segredo para trás.

O que faço agora? O que posso fazer...?

"Podemos voltar no tempo e fingir que eu não disse isso... por favor?"

A mãe de Arpo balançou a cabeça lentamente, os olhos ainda arregalados de choque. Engoli em seco, olhando ao redor, e meus olhos se encontraram com os de Arpo, que estava igualmente surpresa, com a mão cobrindo a boca.

Me ajuda... implorei mentalmente para ela, mas ela permaneceu em silêncio, seus olhos brilhando de espanto. Parecia que ninguém poderia me ajudar agora, exceto eu mesma...

"Haaaaaaa!"

"..."

"Tem uma barata nojenta! Está rastejando por todo lado, arruinando tudo!"

Whoosh!

Saí correndo da casa imediatamente, sem saber o que mais fazer. Arpo, provavelmente voltando a si, veio atrás de mim gritando:

"P'Bow, para onde você está indo?"

"Fazer exercício!"

Respondi sem nem olhar para trás. Que desculpa mais ridícula. Fazer exercício de roupa de trabalho e ainda por cima sem sapatos. Agora eu estava correndo descalça no final da tarde, pisando em terra e pedras, com os pés doendo. Mas minha vergonha fazia eu esquecer a dor. Meu coração estava disparado, e a única maneira de me acalmar era correr, embora eu não tivesse ideia de para onde estava indo.

"P'Bow!"

Arpo, depois de dar a volta pelo bairro, me alcançou, ofegante. Ela colocou as mãos nos joelhos e acenou para que eu parasse.

"Pare de correr. Você está deixando todo mundo mais preocupado. Você já se entregou."

"Como você sabia onde me encontrar? Você estava atrás de mim."

"Pra onde mais você correria senão pelo bairro? Então fui pelo outro lado para te pegar aqui."

"O que eu faço? Eu deixei escapar! Estamos ferradas."

Eu parecia prestes a chorar. Arpo, ainda ofegante, sorriu radiante sob o sol do fim de tarde.

"Por que estaríamos ferradas? Não é um grande problema."

"Não pra você, mas é pras nossas famílias."

"Você está pensando demais."

"Como eu não pensaria? Quem aceitaria a filha namorando a vizinha da casa ao lado? A confiança da sua mãe em mim provavelmente foi pro ralo por causa daquela explosão idiota. Droga! Agora teremos ainda mais obstáculos."

Olhei para o céu, me sentindo perdida. Nada seria fácil a partir de agora. Eu seria proibida de ver Arpo. A família dela também a proibiria de me ver. As coisas ficariam complicadas. Teríamos que nos encontrar às escondidas, planejar como desafiar nossos pais e, eventualmente, fugir juntas.

Fim. Minha história continuará no capítulo especial... Talvez nossos pais nos deixem nos amar mais tarde.

"Você está pensando além da capacidade do cérebro humano. Eu te digo que te amo todos os dias. Nossos pais sabem. Não é nada demais."

Arpo in LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora