Arpo in Love

Capítulo 13 - Gota Constante Desgasta a Pedra

Depois de consolá-la até que parasse de chorar, Arpo começou a conversar sem parar durante todo o trajeto, como se nunca tivesse chorado antes. Eu quase sorri, mas acabei ficando um pouco irritada porque ela não parava de falar. Ela parecia excessivamente feliz pelo beijo de consolo que eu lhe dei.

"Quem pode ser bonita e talentosa ao mesmo tempo? Em pouco tempo, você já estava dirigindo. Se você soubesse andar a cavalo, eu não ficaria surpresa."

"Vai continuar falando? Já estamos quase em casa, e está me irritando."

"Você já deveria estar acostumada. Eu sempre falo muito... Se você consegue dirigir assim, deveria conseguir dirigir para fora da cidade."

"Isso é um exagero."

"Vamos para a praia. Em algum lugar perto. Considere isso como prática para viagens longas."

"Se você quer ir à praia, pergunte para aquela menininha tomboy. O carro dela é legal e tem um desempenho melhor. O meu é um lixo, não vai muito longe."

Não pude evitar retrucar. Mesmo não estando mais brava, ainda estava incomodada pelo fato de o Frame tê-la levado para a universidade. Hoje, ela ainda fez Frame a levar para casa, mesmo tendo planos comigo.

"Não fique com ciúmes."

"Ciúmes? Estou só falando a verdade."

"Eu não fiz nenhum plano com o Frame. Normalmente, ela se oferece para me levar para casa porque é no caminho, e eu não posso recusar. Mas agora que você está me pegando, não vou mais com ela. Você vai me pegar todos os dias."

"Eu não posso te pegar todos os dias."

"Então eu vou de ônibus... Quero explicar por que Frame me leva."

"Isso é porque ela gosta de você."

"..."

"Seu silêncio significa que é verdade."

"Não importa o que ela pensa. Meu coração sempre foi seu."

Ela nunca escondeu seus sentimentos por mim, nem uma vez. Desta vez não foi diferente.

Sempre que eu ouvia isso, um sorriso quente surgia dentro de mim, mas eu não conseguia evitar de fazer uma careta. Era automático. Talvez porque eu já tivesse ouvido isso desde que éramos pequenas, e agora que crescemos, ela ainda não parou de me dizer que me ama, nem por um dia. Hoje não foi diferente.

"Uma centena de pessoas poderiam me paquerar, e nada se compararia a você me afagando a cabeça uma vez. Se você perguntar o quão firme eu fico, é como uma pedra gigante."

"Você era água antes. Agora é uma pedra. Então, o que você é?"

"Depende do que você for. Se você for uma pedra, eu serei água. Se você for fogo, eu serei..."

"Óleo."

Eu interrompi, quebrando o clima, mas Arpo sorriu amplamente.

"Sim, vou jogar óleo no fogo para te deixar mais quente."

"Ridícula."

Quando chegamos em casa, Arpo continuou se vangloriando de como eu dirigi com tanta suavidade e cuidado, convenientemente pulando a parte onde eu a beijei. Os adultos que ouviram isso sorriram com satisfação e orgulho de que eu dirigisse tão bem a ponto de ela me elogiar. Eles também estavam contentes com a ideia de sair da cidade.