CAPÍTULO 18 | PREOCUPAÇÕES

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Ele se sentou ao meu lado, acariciando minha mão, e por mais que eu estivesse livre de preocupações a minha mente ainda estava alugada, era como se ela estivesse com bateria infinita.

Meu ouvidos estamos apurados, eu percebia desde barulhos altos até mesmo sons baixos de conversas no corredor.

Eu não entendi a minha mente muito bem, tudo ali parecia falso, artificial, fora de lugar, como se eu estivesse presa em uma realidade que não era minha, até mesmo a presença de Caius era confusa. As vezes eu me pegava beliscando, levemente, a mão de Caius para ter certeza de que eles estava ali mesmo.

Ficar deitada ali era insuportável. Cada segundo parecia mais sufocante, e a dor nas minhas costas só piorava, uma tortura que me obrigava a agir. Respirei fundo e decidi que precisava me mover, precisava ao menos tentar. Ir até o banheiro e tomar um banho parecia um objetivo simples, algo que me devolveria um mínimo de controle.

Com esforço, coloquei os pés no chão. O frio do piso contra a pele era um choque, mas não suficiente para me deter. Ainda assim, meu corpo estava fraco, traindo minha determinação. Mal dei dois passos antes de sentir as forças me abandonarem. Meu joelho bateu contra o chão, o impacto reverberando pelo meu corpo como um aviso: não estava pronta.

– Ei, espera, eu te ajudo! – A voz de Caius cortou o ar, preocupada. Num piscar de olhos, ele estava ao meu lado, seus braços me envolvendo com firmeza. O calor de seu toque contrastava com o frio da minha pele, e por um momento, senti-me segura. – Não precisa forçar, Calli.

– Eu... eu consigo – Murmurei, minha voz um fio teimoso de resistência. Mas era mentira, e ele sabia disso.

Caius não respondeu, apenas se abaixou para me erguer. Antes, ajustou a haste do soro com cuidado, indicando-a com um movimento suave.

– Segure aqui. Não mova muito o braço para não soltar a agulha, certo?. Vou te ajudar no que precisar.

Seus braços me levantaram com facilidade, como se eu fosse feita de vidro. Era humilhante, mas ao mesmo tempo, reconfortante. Deixei minha cabeça cair por um instante contra seu ombro, sentindo o cheiro familiar de sua roupa.

– Estou me sentindo como um bebê de novo – Comentei, uma tentativa fraca de humor. – Sou perfeitamente capaz de tomar um banho sozinha.

– Eu sei, mas agora você vai deixar que eu cuide de você – Ele respondeu com carinhoso, conduzindo-me até o banheiro.

Quando chegamos ao banheiro, Caius me ajudou a sentar na tampa do vaso sanitário, me apoiando enquanto eu tentava manter algum equilíbrio. Eu estava exausta, cada parte do meu corpo clamava por descanso, mas o calor do ambiente, envolto no vapor que já começava a se espalhar, trazia um mínimo de conforto. Ο som da água caindo do chuveiro era quase hipnótico, como se o mundo exterior não existisse mais e tudo o que restava fosse aquele momento.

Caius me observou por um instante, seu olhar analisando cada detalhe, como se procurasse algum sinal de que eu estivesse pronta para continuar. Sem dizer uma palavra, ele me ajudou a levantar, guiando-me com delicadeza para dentro do box. A água quente atingiu minha pele e, por um breve momento, senti meu corpo relaxar, o calor dissolvendo a tensão acumulada em meus músculos. No entanto, a tontura ainda pairava, como se o chão ao redor se movesse em ondas, me forçando a me agarrar ao braço dele.

Ele pegou o sabonete com calma, esfregando-o nas mãos antes de deslizar seus dedos suavemente pelas minhas costas. O toque firme, mas ao mesmo tempo cuidadoso, me arrancou um gemido involuntário. Cada movimento era meticuloso, quase como uma dança, suas mãos explorando cada centímetro da minha pele enquanto a espuma se formava.

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