Voltei, morrendo de dores mas aqui estou , AGORA vem a parte que eu disse ser um insulto e um elogios 😂
Tem o pov da Sam da festa e o da Mon pra saberem como o barraco começou 🔥
Mon
Suas qualidades só me trouxeram a paixão, foram os seus defeitos que me trouxeram o amor
Acordei assustada na manhã de quarta-feira. Meu sono nunca foi muito pesado, por isso tive a sensação de que havia alguém circulando pelo meu quarto. Só depois me lembrei de que quase sempre havia alguém no meu quarto, já que aquela parede e nada eram a mesma coisa.
Ouvi gemidos e congelei no tempo. Ela não tinha levado nenhuma de suas vagabundas para casa durante aquela semana, e eu estava achando ótimo dormir na minha cama sem imprevistos.
Fiquei na esperança de que ela tivesse mudado um pouco depois da nossa discussão. Mas, pelo visto, estava enganada (só para variar).
Olhei o relógio do meu celular, meio sonolenta. Constatei que faltavam cinco minutos para as sete da manhã, horário em que o meu despertador comumente toca. Desliguei-o antes que fizesse.
Soltei um bocejo e agucei a minha audição, tentando saber o quê exatamente acontecia no quarto ao lado (sou curiosa mesmo, me processem por isso).
Os gemidos cessaram, porém consegui ouvir um soluço curto seguido por uma fungada. Sentei- me na cama prontamente, com o coração já batendo muito forte. Estava me transformando em uma mulher nervosa, prestes a dar chiliques. É fogo!
Ouvi mais fungadas e gemidos curtos. Por fim, outro soluço. Demorei a compreender que o que eu escutava não era ruídos de sexo, mas sim alguém que tentava controlar o choro.
– Calvin? – minha voz saiu meio rouca. Limpei a garganta. – Calvin, é você?
Ninguém respondeu, mas não precisava. Eu sabia que era ela.
Alguns segundos de silêncio se passaram, até que uma sucessão de soluços deixou claro que ela tinha desistido de tentar se controlar. Entrou em um desespero completo. Compreendi o porquê dela estar tão arrasada: era o seu aniversário.
– Calvin...
Sam
Saber que Mon estava apaixonada removeu do meu corpo e da minha mente toda e qualquer vontade de ficar com outra mulher. Ignorei ligações e passei vários dias reclusa, sem saber o que fazer da minha vida. Karen, por outro lado, estava superanimada para o meu aniversário e eu não soube como dizer a ela que não estava a fim de fazer uma orgia, por isso me mantive calada, deixando os preparativos acontecerem e rezando por um milagre.A verdade era que continuava sem Mon, e a solidão somada à semana do meu aniversário foi um prato cheio para que todas as dores possíveis doessem com toda intensidade. Fiquei muito mal. Quando não estava trabalhando, chorava pelos cantos às escondidas, suspirava para o vento e me sentia o pior dos seres humanos.Na manhã da quarta-feira, dia do meu aniversário, já acordei aos prantos. Havia tido vários pesadelos, todos envolvendo a minha mãe. A profunda agonia me dominava e tentava me livrar de tanta infelicidade através das lágrimas e soluços incessantes. Aquele dia nunca foi bom para mim.Começava que o meu pai toda vez se esquecia de me desejar feliz aniversário, pelo contrário, só ficava recordando a morte de Beatrice. As comemorações eram sempre fúnebres, mesmo quando tinha alguma festinha; ele sempre bebia demais e eu me preocupava com o meu pai mais do que com me divertir. Aos poucos, fui passando a detestar aquela data.Karen me obrigava a não passar em branco fazia poucos anos, e aquela seria a primeira festa de verdade depois da morte de Seu Carlos. Eu não estava animada. Para ser sincera, acordei sentindo uma vontade absurda de não existir. Acreditava piamente que a minha vida não deveria ser comemorada, menos ainda no aniversário de morte da minha mãe. Não fazia sentido, na minha cabeça, me sentir feliz.Foi por isso que me permiti sentir a mais pura tristeza.Sentado no chão do meu quarto, com as costas apoiadas na parede de gesso e segurando firmemente um travesseiro, extravasava tamanha infelicidade de uma maneira não tão silenciosa quando ouvi Mon chamar:
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A safada Mora ao Lado
RomanceDEIXO CLARO QUE A SAM É INTERSEXUAL A analista de sistemas Mon Phetpailin finalmente compra um imóvel e realiza o sonho de morar sozinha. Assim que ela se muda para a casa de número 104, descobre que sua nova vizinha, que ela apelida de Calvin, é um...