Capítulo 18

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VOLTEI sexta a noite ou sábado já posto mais, to organizando o pov da Sam  

É engraçado seguir caminhos opostos e chegar ao exato lugar que você estava evitando o tempo todo, Ela tinha colocado alguma coisa no forno quando cheguei a sua casa, e fiquei muito surpresa por ela ter se lembrado de desligar tudo antes de sair (também colocou uma camiseta e calçou chinelos). O meu desespero era tanto que só conseguia chorar sem pausas, pensando no quanto podia ser grave o que estava acontecendo com a minha avó. Sara não havia me dado detalhe algum;

pudera, no estado em que nos encontrávamos, nem se ela quisesse me explicar eu iria entender. Seguimos rapidamente no carro dela, que de fato era o Siena que vivia atrás do meu Sandero.

Ela ficava murmurando o tempo todo para que eu tivesse calma. Não sei direito se funcionava, acho que não. A minha avó era uma parte muito importante de mim mesma. Difícil imaginá-la doente, mesmo sendo tão idosa. A gente nunca acha que alguma coisa mais séria pode acontecer com quem amamos, é como se eles tivessem a obrigação de serem imortais. Eu realmente queria que fossem.

Desci do carro antes mesmo do Dela arranjar uma vaga para estacionar. Atravessei o salão da recepção e encontrei a Sara chorando em um canto, provavelmente me esperando chegar. Abracei-a assim que nos encontramos. Ela chorou ainda mais alto.

– O que aconteceu, pelo amor de Deus? – choraminguei a pergunta, tentando ser forte diante da minha irmã mais nova. Eu sempre via como sendo a minha obrigação ser mais firme do que ela, não importando o que ocorresse.

– Ela quase morreu, Mon... Foi por muito pouco!

– Não, não diga isso...

– Teria ido embora se não tivéssemos a socorrido tão depressa! Ela está na UTI agora.

Ainda não tínhamos nos largado quando senti outros braços se aproximando de nós. Era a Lilian. Abracei-a com bastante força.

– Como ela está? O que aconteceu, gente? – Sentia-me cada vez mais desesperada. Sabia que a minha prima Lilian trabalhava aos sábados até o meio-dia, e se estava ali só significava uma coisa: o estado de saúde da nossa avó era grave.

– Nós pensávamos que era uma gripe forte... – Sara tentou explicar, mas a voz chorosa quase não me permitiu entender. – Estava tudo sob controle, mas... Hoje pela manhã, vovó começou a ficar roxa.

Resolvemos trazê-la ao hospital, mas a situação foi piorando no caminho... Ela começou a suar frio, até que desmaiou.

Levei uma mão à boca.

– O médico disse que ela está com pneumonia causada por uma bactéria – completou Lilian.

Olhou feio para Sara em seguida. – Ela devia estar sendo tratada há um tempo, assim evitaria o estágio em que chegou.

Oh, minha nossa. Minha mãe certamente tinha inventado de medicá-la com xarope e sopa quente. Claro que não podia funcionar.

– Que estágio? – Solucei.

– A infecção piorou consideravelmente – continuou Li. – Vovó teve uma parada respiratória que quase gerou uma parada cardíaca. A sorte foi que seu coração continuou batendo...

Solucei mais umas três vezes seguidas. Lilian começou a chorar, e Sara, idem. Senti mãos envolvendo a minha cintura; era a vizinha. Abracei-a e entrei no maior berreiro. Nem acompanhei as reações das meninas diante dela, mas ouvi sua voz falar baixinho:

– Sou a vizinha dela. Posso ajudar em alguma coisa?

– Não se pode fazer nada além de esperar a vovó reagir – disse Sara, aos prantos. Só depois que olhou melhor para a vizinha. Esbugalhou os olhos. É, ela tem esse efeito. – Ela está em coma induzido, para que a infecção seja tratada.

A safada Mora ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora