29. Draco

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Ele fecha a porta mais alto do que realmente pretendia, mas mesmo tentando ser o "homem maior", como Theo disse, ele não consegue deixar de sentir uma satisfação presunçosa com o rosnado que ouve Granger emitir quando ela sai da sala.

A sensação dura apenas um segundo antes que a raiva, a frustração e o medo voltem a aparecer.

Ela me escolheu. Ela me escolheu.

"Bem, isso foi tão bem quanto eu pensei que seria". Theo se senta depois de colocar as alas na mesa e lhe dá um sorriso falso.

"Sim. Muito bom. Acrescente outra maldita lembrança daquele idiota colocando a boca nela. E você ouviu aquele idiota me chamar de estuprador?"

Ele encosta a cabeça na porta atrás de si e fecha os olhos.

Ele beijou a minha garota.

Minha.

Ele deveria tê-los matado. Ele poderia ter feito com que parecesse um acidente, como se fosse legítima defesa. Talvez ele pudesse ter criado uma falsa lembrança deles tentando matá-lo para mostrar a Granger.

"Sim, não faço ideia de onde veio isso. Tenho certeza de que foi uma droga ver a boca de outro cara nela, mas ela não o beijou de volta, e aposto que isso funciona a seu favor."

Draco olha para baixo e vê Theo abrindo o armário do quarto.

"O que você quer dizer com isso? Como o fato de ele beijar minha namorada pode me favorecer?"

Theo tira a camisa e começa a vestir uma para dormir. "Porque, como você disse, foi uma merda ele ter feito isso. Especialmente porque ela não sabe que eles já se encontraram antes."

"Ela sabe."

Theo congela com a camisa até a metade da cabeça, o cabelo castanho e um olho visível. "O quê? Como?"

Draco começa a desabotoar o seu, desejando que outras mãos estivessem trabalhando até o último botão.

"Porque eu disse a ela, Nott. Você realmente achou que eu a tocaria sem que ela soubesse disso?"

Theo puxa a camisa o resto do caminho para baixo enquanto seus olhos continuam a se arregalar. "Merda, você está falando sério. Você realmente contou a ela, e ela ainda transou com você."

Ele solta um assobio agudo e começa a balançar a cabeça por algum motivo que Draco não entende.

"É claro, eu lhe contei. Ela tinha o direito de saber."

"Bem, Draco, posso dizer com segurança que você não tem nada para ficar remoendo agora. Deixe isso para os Weasley."

Draco olha para cima, sem entender o motivo da certeza de Theo.

"Por que você diria isso?"

Theo acena com a varinha e invoca uma cama onde antes havia uma das cadeiras. "Porque, como você disse, Draco, ela escolheu você."

"Sim, mas como você me disse, agora que nossa pequena bolha de trauma foi rompida e ele está aqui, não sou mais a única opção dela."

"Você nunca foi a única opção dela se ela soubesse que eles haviam se beijado! Não está entendendo? Amigo, é sério, espere e verá. Garanto que amanhã a primeira coisa que aquela bruxa má vai fazer é atacar ele pelo que ele fez hoje à noite. Embora eu não tenha ido tão longe quanto você, chamando-o de agressão, foi definitivamente uma foda com o fato de ele saber que ela não se lembra da primeira vez".

Draco se moveu para se sentar na cama e se sentiu desconfortável com a sensação de cair no material. Ele não havia dormido em uma cama desde que ela estava com eles. Ele solta um grunhido e se joga de volta no travesseiro. Seria uma noite de insônia sem ela ao seu lado, mas a constatação de que a mulher o havia transformado em alguém que estava começando a preferir dormir no chão fez com que ele quisesse se avacalhar.

Perfectly in Pieces | TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora