𝗔𝗹𝗼𝗻𝗱𝗿𝗮 𝗠𝗶𝗰𝗵𝗲𝗹𝗹𝗲.Cheguei em casa, a mente ainda ocupada com a conversa com Billie. Era estranho como as coisas pareciam sempre se desenrolar de maneiras inesperadas, mas ao mesmo tempo, eu não podia deixar de me sentir um pouco mais leve.
Pus a chave na porta e entrei, ainda com os sapatos na mão, sentindo o ambiente silencioso da casa. O som dos meus passos ecoava pelo corredor vazio. Fui direto para o quarto, onde sabia que Rai provavelmente estava.
Ao abrir a porta, encontrei Rainelis jogada na cama, deitada de lado, com os cabelos espalhados pelo travesseiro, os olhos fixos em algum ponto distante da parede. A luz suave do abajur iluminava seu rosto, e por um momento, eu apenas fiquei ali, observando-a.
Ela não me percebeu imediatamente, então aproveitei a chance para dar uma olhada nela, sem pressa. Algo em sua postura me fez sentir uma pontada de preocupação, como se ela estivesse absorvendo o peso das coisas que aconteciam ao nosso redor. Com calma, caminhei até a beira da cama, antes de me agachar ao seu lado.
— Rai? — Chamei suavemente, tocando sua mão. Ela virou o rosto lentamente, me olhando com os olhos ligeiramente cansados, mas ainda assim, com aquele brilho que eu tanto adorava.
— Alo! Você chegou! — Rai sorriu, se inclinando para me dar um selinho. — Como foi o trabalho?
Sentei-me ao seu lado, ainda sentindo a tensão em meu corpo, mas tentava disfarçar. O sorriso de Rai sempre tinha esse efeito em mim, um alívio instantâneo que me fazia esquecer um pouco das preocupações. Ela estava ali, viva e sorrindo, e isso já era algo que eu podia segurar, mesmo que o mundo ao redor estivesse confuso.
— Bom, você sabe, aquele caos usual... — Respondi, tentando dar um tom leve, mas minha voz denunciava um pouco de exaustão. Não era só o trabalho, mas tudo o que acontecia fora dele que estava me pesando.
— Ah, e também tem algo que eu preciso te contar — Comecei, sorrindo e quebrando o silêncio entre nós. Rai me olhou com a atenção de sempre, os olhos se fixando nos meus. Ela podia não dizer nada, mas sempre parecia saber quando algo estava errado.
— O que foi? — Perguntou com a voz suave, seu tom de preocupação logo evidente.
Respirei fundo, hesitei por um segundo, mas a necessidade de ser honesta com ela prevaleceu.
— Sua amiga Billie, apareceu no meu trabalho hoje. Ela... foi meio direta. — Falei, tentando descrever a situação sem exagerar. Rai franziu a testa, claramente curiosa.
— Billie? A minha amiga Billie? — Ela perguntou, sem esconder o espanto na voz.
Assenti. — Sim, ela apareceu e disse que sabia sobre o que aconteceu entre nós... e que queria conversar. Acho que ela estava tentando me dar um aviso, ou sei lá... me confrontar, talvez.
Rai ficou em silêncio por um instante, processando a informação.
— Que vergonha! — Ela cobriu seu rosto com as mãos, ficando vermelha. Eu fiquei ali, observando Rai se esconder atrás das mãos, a vergonha estampada em seu rosto. Era fofo e, ao mesmo tempo, um pouco engraçado vê-la daquela forma, mas eu também sabia que ela não estava completamente confortável com a situação. Afinal, Billie tinha sido direta e ela nunca gostou de confrontos.
— Não precisa ficar assim, Rai — eu disse, tentando aliviar o clima. Me aproximei e retirei as mãos dela do rosto, segurando seus dedos com suavidade. — A Billie só queria... sei lá, me dar um toque, como se fosse a sua guardiã, sabe?
Rai riu, mas com aquele toque de desconforto. — Ela é insuportável às vezes, você sabe. Mas também, quem manda ser amiga de uma pessoa tão intensa como eu? — Ela deu um pequeno suspiro, parecendo refletir sobre tudo aquilo. — Eu só não sabia que ela iria dar uma de "protetora" em cima de você.
— Você 'tá com vergonha, é? — Me aproximei dela, rindo e beijando sua bochecha inumeras vezes.
— Para! — Ela riu junto, ficando ainda mais vermelha.
— Não vou parar até você admitir que está com vergonha. — Falei, rindo e continuando a dar beijos na sua bochecha, sentindo sua pele quente sob meus lábios.
Rai tentou se afastar um pouco, mas a sensação de seus risos e a forma como ela se deixava envolver pela brincadeira me fazia sentir uma felicidade simples, mas tão reconfortante.
— Eu não estou com vergonha, só... — Ela hesitou, mas não conseguiu evitar sorrir. — Ok, talvez um pouco. Mas não é por causa de Billie, é só... você sendo você.
Isso me fez rir mais. Ela parecia tão encantadora quando se mostrava vulnerável, e eu adorava ver essa parte dela, a que nem ela sabia que deixava transparecer.
— Tudo bem, admito que você ganhou. — Ela disse, rendida, ainda rindo e cobrindo o rosto com as mãos, mas não conseguindo esconder o sorriso.
Eu a segurei pelas mãos, tirando-as do rosto e colocando-as ao lado da cama, enquanto me aproximava mais.
— Eu gosto de te ver assim. — Falei suavemente, a brincadeira dando lugar a um momento mais íntimo. — Te deixar com vergonha é divertido, mas o que eu gosto mesmo é de ver você se entregando a esses momentos comigo.
— Sai pra lá, você já me fez gozar duas vezes hoje. — Disse, virando o rosto para outro lado.
Eu dei uma risada baixa, sabendo que ela estava tentando disfarçar a vergonha, mas o tom de sua voz entregava tudo. A forma como ela se afastava, ainda com as bochechas coradas, só me fazia gostar ainda mais dela.
— Eu só queria ver esse sorriso no seu rosto. — Falei, me aproximando mais uma vez, mas dessa vez, de maneira mais suave.
Ela me lançou um olhar torto, mas não resistiu e sorriu, um sorriso genuíno e descontraído.
— Está feliz agora? — Perguntou com um tom brincalhão, mas os olhos dela diziam o contrário, com aquele brilho suave de quem sabia que, de certa forma, também gostava daquilo.
Eu a observei por um instante, deixando a distância entre nós diminuir ainda mais.
— Adoro ser a sua chefe que te faz corar e gritar na cama...
Rai me olhou com os olhos arregalados, surpresa pela minha ousadia, mas não conseguiu esconder o sorriso malicioso que logo tomou seu rosto.
— Você... você não pode falar essas coisas na minha cara! — Ela riu, mas a vergonha logo tomou conta de suas bochechas, tornando-se visível. — Agora vai querer me fazer passar vergonha de novo?
Eu me aproximei ainda mais, meu olhar fixo nela enquanto o ar ao redor parecia se tornar mais denso.
— Talvez. — Respondi, com um sorriso travesso, pegando suas mãos e colocando-as ao meu redor. — Mas você sabe que eu gosto quando você se entrega e se solta... seja na cama, ou aqui comigo, em qualquer lugar.
Ela engoliu em seco, claramente afetada pelas minhas palavras, mas não afastou os olhos dos meus, como se também estivesse em conflito, mas sem querer admitir.
— ★ —
𝗔𝗖𝗔𝗕𝗢𝗨.
Sem final explicado e sempre com final fofo! Obrigada pelos votos e apoios nessa fic, espero vocês na próxima.
( vai ter cap bonus ) ♡
VOCÊ ESTÁ LENDO
BOSS - Railo
FanfictionSipnose: Rainelis, uma garota de classe média, decidiu se candidatar a uma vaga na Empresa Lopéz. A entrevista foi um tranquila e parecia promissora. No entanto, sua nova chefe se revelou uma pessoa difícil, e o ambiente de trabalho ficou tóxico. Co...