Caminhada pela Liberdade

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Viktor, Sky e Jinx observavam o prato com pães recém-assados. Jinx, com um sorriso orgulhoso. 

"Tá vendo? Eu não sou só destruição e caos," ela disse, apontando para os pães com um floreio exagerado. "Se eu quisesse, poderia ser uma padeira incrível!" 

Sky pegou um pedaço cautelosamente, observando o pão dourado e ligeiramente irregular. "Não acredito que você conseguiu fazer isso... sem explodir nada." 

Jinx riu, inclinando-se para trás. "Ei, Skyzinha, às vezes até eu me surpreendo comigo mesma." 

Viktor deu uma mordida e ergueu uma sobrancelha, surpreso. "Confesso, está... bom." 

Jinx piscou para ele. "Claro que está! Agora comam logo antes que eu decida fazer outra coisa que talvez não seja tão... comestível." 

Os três terminaram a refeição em um clima inesperadamente descontraído. Após o café improvisado, Jinx se levantou de repente, cheia de energia. 

"Agora que estamos todos alimentados, que tal uma caminhada? Vocês vão ver Zaun de um jeito que nunca imaginaram!" 

Sky trocou um olhar breve com Viktor. Eles sabiam que acompanhar Jinx era um risco, mas também sabiam que dizer não poderia ser ainda mais perigoso. 

"Por que não?" Viktor respondeu, levantando-se lentamente com a ajuda de sua bengala. 

Jinx vibrou com entusiasmo, correndo para a porta. "Isso, cientistas! Sigam-me! Prometo que vai ser divertido." 

Eles seguiram por uma série de túneis e passagens estreitas, onde a luz das lâmpadas de neon refletia nas paredes úmidas. Zaun parecia ainda mais vivo pela perspectiva de Jinx, que não parava de comentar sobre cada esquina e cada pessoa peculiar que cruzava o caminho deles. 

"Tá vendo aquele cara ali?" ela disse, apontando para um homem com um chapéu extravagante. "Ele faz os melhores óculos esquisitos de Zaun. Eu já comprei um que solta fumaça... super útil em situações aleatórias." 

Sky riu, enquanto Viktor apenas balançava a cabeça, mantendo-se atento ao redor. Ele não podia deixar de pensar em como estavam expostos ali fora, mas a alegria contagiante de Jinx tornava difícil manter o foco na preocupação. 

Depois de um tempo, Jinx parou em uma ponte alta que dava uma vista ampla da cidade. "Bem, o que acharam? Zaun tem seu charme, né?" 

Sky sorriu. "É... diferente. Mas acho que dá pra entender por que você gosta tanto daqui." 

Viktor, olhando para a paisagem, falou com um tom mais pensativo. "Zaun é resiliente. Assim como aqueles que vivem aqui. É uma luta constante, mas há beleza na sobrevivência." 

Jinx olhou para os dois e, por um momento, seu sorriso ficou mais suave. "Vocês entendem mais do que eu esperava. Talvez Zaun também tenha algo pra ensinar a vocês." 

A caminhada terminou com os três voltando ao refúgio de Jinx, mais conectados do que antes. A relação improvável entre eles estava se fortalecendo, e, de alguma forma, Zaun parecia ser o palco perfeito para isso.

Os três estavam sentados no chão do refúgio, ainda sentindo o impacto da caminhada pelas ruas de Zaun. A energia de Jinx parecia ter finalmente diminuído, mas ela continuava inquieta, balançando uma das pernas. 

Sky olhava ao redor, absorta no ambiente que era ao mesmo tempo caótico e aconchegante. "Você realmente criou um lar aqui, Jinx. É... único." 

Jinx riu, inclinando-se para trás com um ar de falsa modéstia. "É, eu sou uma artista. Cada detalhe aqui grita 'eu'! Mas... acho que não é tão chique quanto aquela torre brilhante de vocês, né?" 

Viktor, ajustando sua bengala ao lado, respondeu calmamente: "A funcionalidade supera o luxo. Este lugar reflete sua essência, e isso tem valor." 

Jinx olhou para ele com um sorriso ligeiramente melancólico. "Você sempre tem essas respostas bonitas, hein, Manquinho? Mas deixa eu te perguntar... quanto tempo mais vocês vão ficar aqui?" 

A pergunta pairou no ar, pesada e inevitável. Sky desviou o olhar, enquanto Viktor manteve sua expressão neutra, mas o silêncio disse muito. 

Jinx soltou um suspiro exagerado. "Ah, eu sabia. Vocês têm que voltar pra Cidade Alta, né? Tudo bem, tudo bem, eu entendo. Vocês têm trabalho, responsabilidades... blá, blá, blá."  Ela revirava os olhos

"Não é que não queremos ficar," Sky começou, tentando explicar. "Mas Viktor precisa supervisionar o laboratório, e Jayce deve estar preocupado." 

"Sem mencionar que sua segurança é importante," Viktor completou. "Não podemos colocar você em risco com nossa presença prolongada." 

Jinx os observou por um momento, seus olhos brilhando com uma mistura de emoções. Ela parecia estar ponderando algo antes de finalmente soltar uma risada curta. "Tá, tá, eu deixo vocês irem. Mas com uma condição!" 

Sky franziu a testa. "Condição?" 

Jinx levantou-se rapidamente, cruzando os braços com um sorriso travesso. "Quando voltarem — e eu sei que vocês vão voltar —, tragam um presente pra mim! Algo da Cidade Alta. Algo que grite 'olha como você é especial, Jinx!'." 

Viktor ergueu uma sobrancelha, intrigado. "E o que exatamente você considera um presente adequado?" 

Jinx deu de ombros, girando em um pé como uma criança entediada. "Ah, sei lá. Surpreendam-me! Vocês são os gênios, inventem algo legal." 

Sky trocou um olhar divertido com Viktor antes de responder: "Tudo bem, Jinx. Vamos trazer algo especial para você." 

Jinx estreitou os olhos, apontando para eles dramaticamente. "Eu vou cobrar, hein! Não aceito qualquer porcaria." 

Viktor inclinou a cabeça ligeiramente, um pequeno sorriso surgindo. "Prometemos que será algo digno de sua... singularidade." 

Jinx pareceu satisfeita, relaxando os ombros e voltando a seu estado mais despreocupado. "Beleza, cientistas. Então vão logo antes que eu mude de ideia e decida mantê-los aqui pra sempre." 

Os dois se levantaram, prontos para partir. Jinx os acompanhou até a entrada do refúgio, acenando como se eles fossem velhos amigos. 

"Não esqueçam do presente, hein!" ela gritou enquanto eles se afastavam. 

Viktor e Sky olharam para trás uma última vez, acenando de volta. Apesar das circunstâncias, ambos sentiram que algo havia mudado naquela relação — um vínculo estranho, mas genuíno, havia sido formado. 

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