Capítulo 12

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Narrador

Sam dirigiu em direção ao apartamento de Mon. Imaginava que a garota estava brava por conta do comportamento de Nita com ela, então achou melhor conversarem com calma desse jantar. Chegou rápido ao local por estar de moto, então só avisou Mon que estava ali quando chegou. Avisou a garota que estava subindo, recebendo um "okay" da mesma, que estava na porta esperando.

Mon pensou que Sam demoraria mais pra se tocar e aparecer para conversarem, ficando surpresa ao ver a mensagem dela em seu celular tão tarde. Viu as portas do elevador de abrirem, surgindo a mulher que tanto adora admirar. Nunca ficou tão feliz por não ser cega. Sam apareceu em sua frente com um semblante um pouco envergonhado, mas também cansado. Mon deu passagem para que a mesma passasse pela porta e pudessem iniciar sua conversa.

Pov. Mon

Levei Sam até meu quarto para conversarmos com mais tranquilidade. Love já estava dormindo, mas não duvido que acabasse levantando em algum momento, como muitas vezes acontece. Apontei em direção a cama para que se senta-se. Percebi que ela estava nervosa, limpando o suor das mãos em sua calça. Me sentei pegando uma de suas mãos, ajudando ela a se acalmar.

— Como foi o jantar com Nita?

— Não foi ruim, mas também não gostaria de precisar aceitar algo assim novamente — comentou dando um riso sem humor — admito que ela é ousada, ficou mais tempo jogando charme em cima de mim do que falando sobre trabalho. Consegui arrancar algumas coisas dela, mas não o suficiente.

— Como assim "não conseguiu arrancar o suficiente"? Vocês tinham algum plano mais profundo com esse convite? — perguntei curiosa.

— Antes de sair da Yoko, combinamos um plano para tentar arrancar informações que possam ajudar Heng em relação ao biochip e que pudessem nos levar ao Mike. Ambos são muito perigosos e não podemos dar brecha — se ajeitou mais na cama se aproximando de mim — contei para Yoko que ele te sequestrou e o terror que foi lhe encontrar daquele jeito na banheira. Ela ficou chocada e falou que irá ajudar a arrancar todos os implantes daquele bastardo.

Soltamos uma risada ao mesmo tempo. Ela fazia carinho na palma da minha mão, na intenção de passar conforto. Ela sabia como lembrar daquele sequestro me deixava incomodada, principalmente por ter sido feito por um lunático como Mike.

— Significa que você vai precisar de encontrar no Nita novamente? — nunca torci tanto por um não em minha vida.

— Infelizmente sim. Yoko disse que poderia usar meu charme para conseguir alguma informação, já que ela mostrou interesse em mim — após ela falar isso, senti meu sangue fervendo. Tentei soltar minhas mãos da sua, mas ela não deixou.

— Só estou fazendo isso para seguir o plano, Mon. Jamais deixarei que ela passe da linha. Afinal, você ainda é minha namorada não é? — ela disse daquele jeito galanteador dela, mas com uma pitada de nervosismo — ou você não deseja ter mais nada comigo?.

Senti meu peito inflar com essa pergunta, principalmente por ter sido feita de maneira tão fofa. Sam não costuma ser assim, mas quando estamos sozinhas ela consegue mudar seu jeito sério e assustador. Puxei ela pela gola da jaqueta e beijei seus lábios. O beijo era tão urgente, que parecia que tinha acabou de encontrar água no deserto após dias perdida. Aquele beijo estava fazendo minha sanidade voltar ao normal, trazendo paz e tranquilidade. Ela se assustou com minha reação, mas não demorou para retribuir, me puxando para sentar em seu colo. Após começar a faltar ar, encostei nossas testar, enquanto fazia carinho em seu rosto, já ela tinha aos mãos em minha cintura por dentro da minha camiseta.

— Tenho muitas coisas para lhe contar sobre o tempo que estive fora, Mon. Ocorreram situações que mexeram muito comigo, que me deram aquelas marcar que você viu em meu corpo. Mas preciso de um pouco mais de tempo para lhe contar — ela parecia tensa — você pode esperar só um pouco mais?

Me deitei em minha cama, convidando a mesma para deixar a cabeça em meu peito. Ao se deixar, comecei a fazer cafuné em sua cabeça.

— Lhe darei o tempo que for necessário, meu amor. Imagino que deva ter sido muito difícil para te deixar assim. Não irei forçar nada, tudo bem? — perguntei e logo senti ela levantar a cabeça e me dar um beijo rápido.

— Obrigada por compreender, amor. Juro que irei me abrir com você em breve.

Fiquei fazendo carinho por um tempo em Sam, até sentir sua respiração leve e perceber que ela havia dormido. Apaguei o abajur ao meu lado, me ajeitando melhor, para pouco tempo depois acabar adormecendo.

Pov. Ling

Estava em minha oficina analisando alguns arquivos de pacientes. Novamente quis analisar os dados que recolhi de Mon no dia de seu sequestro. Parecia estranho ela ter sido levada, ficado daquele jeito e voltar totalmente limpa. Fazendo um check-up por três vezes, comecei a enxergar que não tinham alterações em nenhum dos três testes, o que não era nada comum, já que sempre temos mudanças quando é feita a análise, mesmo que pequena. Comecei a pensar em possibilidade e uma em específico me assustou, já fazendo pensar no pior.

Mandei uma mensagem para Mon, mesmo que bem tarde, pedindo para que viesse até minha clínica amanhã a tarde. Deixei alguns novos programas de checagem instalados e organizei tudo antes de ir dormir.

Cheguei ao quarto encontrando Orm já adormecida. Ela havia trabalhado muito esses últimos dias, principalmente por conta do festival que deve ocorrer daqui poucas semanas, no qual ela é o rosto da campanha. Fui até o banheiro fazer minha higiene, troquei de roupa e me deitei ao seu lado. Logo em seguida senti ela virar em minha direção, se ajeitando na lateral de meu corpo. Ela continuava dormindo, mas falava algumas coisas bem baixo.

— Eu não quero mais fazer... — foi a única coisa que entendi de suas palavras. Me deixando confusa se estaria sonhando ou tendo um pesadelo. Mas lhe perguntaria amanhã como foi seu sono, se ela lembrar deve me contar se tem algo lhe incomodando.

Me ajeitei melhor lhe abraçando com cuidado e me entregando ao sono. O dia seguinte seria cheio e espero que minhas hipóteses estejam erradas.

Destino IncertoOnde histórias criam vida. Descubra agora