Pov. Sam
Estava indo em direção ao apartamento da Mon, já que ela achou mais fácil irmos para a casa da Ling em apenas um carro, no caso em minha moto. Cheguei na porta avisando sobre minha chegada por mensagem, esperando sua passagem pela porta da frente. Quando a porta se abriu só conseguia sentir meus circuitos neurais pifando com sua beleza. Mon usava um vestido que ia até os joelhos meio solto e uma bota, com seus cabelos presos e uma maquiagem leve.
— Precisa que eu volte e pegue um babador, Sam? — e ela não perdeu tempo de me zoar ao observar lhe encarando.
— Ha Ha, que engraçadinha você. Mas admito que talvez seja necessário, você está muito bonita. Senti até vontade de desistir de ir nesse jantar e ir em um encontro só com você — disse puxando ela para mais perto.
— Infelizmente não podemos, mas tenho uma ótima ideia de encontro que posso te contar depois e combinamos. Você pode acabar sendo uma ótima cobaia para um trabalho que estou criando — me deu um beijo rápido e começou a subir na moto.
Mon agarrou minha cintura e ajeitou seu vertido com uma jaqueta minha, evitando que acabasse levantando com o vento. Saímos em direção a casa de Ling, mas admito que fui pelo caminho mais longo só para aproveitar aquele momento. Em vários momentos parava no semáforo e ficava fazendo carinho em seu braço, enquanto ela fazia carinho na minha barriga por cima da blusa. Chegamos após 20 minutos, deixando a moto parada próxima a entrada da garagem. Desci primeiro e logo em seguida ajudei Mon a descer também. Ling avisou que a porta estaria aberta, então era só entrar sem problemas.
— Ling? Orm? Chegamos! — entrei avisando para que elas não tomassem nenhum susto.
— Aqui na cozinha, Sam — era Ling gritando do outro cômodo.
Andamos até lá e encontramos uma música latina tocando ao fundo na caixa de som, Ling cozinhando uma pasta ao molho branco e pelo que parecia uma torta, enquanto Orm estava ajeitando a sobremesa que eram alguns motis com morango.
— O cheiro dessa cozinha está muito bom. E moti com morango é meu favorito, Orm! — comentei chegando perto para olhar.
— A Ling comentou comigo mesmo. São meus favoritos também, então achei justo fazer a receita de minha mãe para nós — sorriu enquanto falava. Finalizando a sobremesa e dando um abraço em mim e Mon.
Todos nos sentamos e Ling serviu todas nós, fazendo charme enquanto fazia o prato de Orm. Elas eram realmente muito bonitas juntas, não podia negar. Após todos servidos começamos a comer e Orm perguntou sobre minha viagem.
— Como foram esses cinco anos de viagem, Sam? A Ling não me contou muito, que segundo ela você tem escondido essa aventura de todos — disse rindo.
— Aconteceram tantas coisas que acabei não tendo tempo. Mas foi uma ótima experiência, conseguindo conhecer muitos lugares incríveis e pessoas muito bacanas. Acabei sofrendo um pequeno acidente em uma dessas aventuras e um grupo de Aldecaldos me ajudou e acabei me reunindo com eles e indo para outras cidades. Pessoas simples e com um ótimo coração. Acabei ficando muito próxima de três pessoas por lá, Mitch, Carl e a Judy que foi quem me salvou -- contei tudo para elas sorrindo, lembrando dos meus amigos de estrada. Comentei sobre as comidas, histórias que eles me contavam, algumas fotos que consegui tirar.
— Pelo menos você não estava sozinha e ainda arranjou uma amiga gostosona no caminho -- Ling soltou se referindo a Judy. Na mesma hora Mon me encarou e aquele olhar poderia claramente me matar.
— Vamos para a sobremesa, que imagino que Sam está com saudades de seu doce favorito! -- Orm apareceu com a travessa cheia de motis, tentando mudar de assunto rapidamente.
Comemos em um clima um pouco mais leve novamente, mas em vários momentos sentia Mon me encarando um pouco furiosa. Orm contou mais sobre seu trabalho na Arasaka e o quanto gostava, mesmo sendo cansativo em certos períodos. Após finalizarmos tudo, Mon e eu decidimos ir embora, já que estava ficando tarde e não queríamos dar mais trabalho para minha amiga e sua esposa.
— Volte mais vezes vocês duas, foi ótimo conhecê-las melhor e fazer novas amizades — disse Orm toda simpática.
— Voltaremos sim, é só combinar. Pretendo fazer algo em meu apartamento novo que aluguei hoje, assim que decidir algo aviso vocês.
Saímos após abraçar ambas e fomos até minha moto. Na volta, Mon não se agarrou tanto em mim, o que estava me incomodando bastante, mas achei melhor mudar a rota e a levei até meu novo apartamento de surpresa, assim podemos conversar melhor. Entrei no prédio pela garagem e ela achou estranho, mas continuou me seguindo quando descemos sem questionar, talvez houvesse entendido minha intenção aqui.
— Lar doce lar. Meu novo apartamento escolhido por Heng — falei rindo lembrando de sua animação mais cedo.
— Uau, o espaço é ótimo e perfeito pra você. Vejo que Heng deixou já coisas suas aqui também.
— Ah sim, eu pedi pra ele antes de ir para Ling. Eu tinha poucas coisas, então foi tranquilo. E muito já vem com o apartamento, pelo menos por enquanto não irei gastar dinheiro.
Ela continuou olhando ao redor e se sentou no sofá, analisando tudo de longe.
— Então, você me trouxe aqui para conhecer o apartamento ou deseja conversar algo? — se virou na minha direção e ficou me encarando. Não perdi tempo e me sentei ao seu lado.
— Precisamos conversar. Quero te explicar algumas coisas sobre minha viagem e deixar elas claras pra ti, não quero te deixar insegura. Imagino que você tenha ficado, já que mudou comigo no meio do jantar e no caminho pra cá — dizia isso limpando minhas mãos na calça.
— Quem é essa Judy? E do que ela te salvou para ser assim tão incrível e especial? — me questionou de maneira direta — não estávamos juntas, então você tinha total liberdade de fazer qualquer coisa. Só desejo saber se você sente algo por ela ou se até mesmo teve algum tipo de relação — disse a última parte com receio.
— Eu vou te contar tudo, Mon. Acho que está na hora de você entender as coisas pesadas que rolaram nessa viagem e o motivo de ter falado tão bem dessa minha amiga dos Aldecaldos — disse me levantando rapidamente — só irei fazer um café antes de iniciar essa conversa, já que ela é longa e vai me ajudar.
Caminhei até o balcão que era uma mini cozinha e coloquei a água na chaleira para esquentar. Só um café bem forte vai me fazer conseguir contar tudo de uma vez, e talvez logo depois um copo de whisky. Que os Deuses do cromo me ajudem.
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Destino Incerto
FanfictionA vida de Sam não é nada fácil ao vagar pelas ruas de Night City. Resolvendo pendências para gangues e contratos exclusivos, o assalto que poderia lhe tornar milionária pode ser sua ruina. Em meio a toda essa confusão, ela reencontra sua melhor amig...