Destino Incerto

Capítulo 17

Pov. Mon

Acordei com uma pequena claridade batendo em meu rosto, mas ao olhar o relógio ao lado vi que ainda era muito cedo. Sentia um peso em cima de mim e Sam continuava na mesma posição abraçando meu corpo e a cabeça em meu peito. Ela claramente estava cansada e me contar pelo que passou esgotou sua mente ainda mais, até me fez sentir péssima por ter tido ciúmes de alguém que só lhe ajudou e se tornou uma amiga.

Fiquei fazendo carinho nela um pouco e velando seu sono, até sentir ela se mexendo e então se levantando, reparando que eu já estava acordada.

-- Bom dia, gatinha -- sorriu em minha direção com rosto um pouco inchado.

-- Bom dia, amor -- falei me levantando e dando um beijo em sua testa -- dormiu bem? -- perguntei enquanto segurava meu rosto e fazia um carinho.

-- Fazia muito tempo que não dormia tão bem e não tinha pesadelo durante a noite -- disse enquanto tirava minhas mãos de seu rosto e me puxava para um abraço -- acho que você não pode mais sair desse apartamento.

-- E posso saber o motivo de querer me manter em cárcere? -- comentei rindo em seus braços.

-- Quando você fica longe minha vida vira um pesadelo, então preciso se você aqui para ter um pouco de paz -- fiquei meio tensa quando ela disse isso, mas de felicidade, já que não esperava essa declaração vindo dela. Sam sempre foi um pouco mais fechada e depois se ficarmos amigas que ela começou a deixar esse muro cair aos poucos, sendo sempre mais carinhosa comigo.

Abracei seu corpo com toda minha força e deixei um beijo em sua testa, para logo em seguida sair de seus braços.

-- Vamos? Precisamos tomar banho e comprar um café para começar o dia. Preciso ajudar Ling em um trabalho mais tarde -- comentei com ela, mas não entrei em detalhes, já que nossa amiga pediu para não falar muito sobre o hack que ocorreu durante meu sequestro, pelo menos por enquanto.

-- Convite para banho e café? Mon acordou ousada hoje -- Sam veio em minha direção, usando aquele tom ordinário dela para me zoar.

-- Como você é engraçada. Só por isso nosso banho vai ser separada, então pode ir primeiro enquanto ligo pra Ling -- sorri vitoriosa pra ela, enquanto seu semblante ficou triste pela situação.

Sam foi em direção ao banheiro, enquanto ligava pra Ling e confirmava o horário que iríamos nos encontrar. Ontem senti uma pequena dor em minha cabeça e sinto que talvez ela precise saber, caso seja efeito do chip de hack.

Narrador

Após o banho de Mon e Sam, ambas saíram para tomar um café rápido, nem levando quinze minutos para terminar com tudo e partirem para seus afazeres. Sam iria até Yoko conversar com ela sobre Nita e o helic, mas antes deixou Mon na oficina de Ling.

Mon entrou na oficina já encontrando tudo arrumado para seu atendimento, e principalmente pelo fato de Ling ser muito organizada. Sua amiga lhe recebeu com um abraço e a direcionou para a cadeira, pegando seu tablet, já que na noite anterior seu amigo havia lhe enviado algumas informações sobre o hack.

-- Muito bem, Mon vamos dar uma olhada na porta do seu chip. Talvez você sinta um incomodo, mas irei aplicar uma pequena anestesia para te deixar relaxada -- Ling aplicou a anestesia e retirou e plugou o chip de Mon em seu tablet, para facilitar a checagem rápida e também analisar mais a funda usando o aplicativo enviado por seu amigo.

-- O que você está vendo aí, Ling? Estou sentindo minha cabeça doer um pouco. Ontem senti uma dor semelhante, mas agora está pior -- Mon alertou Ling, não sabendo se isso era normal por estar mexendo com seu chip.

Ling ficou assustada durante a varredura, mas tentou não expressar isso para Mon para não alertar sua amiga sem certeza. Após fazer uma terceira varredura, no qual ela poderia ver se apresentava alguma diferença mesmo que em segundos, porém logo após a terceira o corpo de Mon começou a tremer e seus olhos ficaram vermelhos. Naquele momento, Ling entendeu que o hack estava sendo ativo de maneira remota. Mon se soltou da cadeira e começou a se debater pela sala sem parar, batendo nas paredes e móveis dali. Ling após levar alguns socos de sua amiga, conseguiu desativar seu chip e ela desmaiar. A medicanica mandou uma mensagem para Sam pedindo para que ela viesse rápido até sua oficina, já que ela não sabia quanto tempo teria até alguém da Maelstrom aparecer e pegar o corpo, já que o chip apresentava um localizador. Era melhor previnir do que remediar, caso alguém viesse mesmo, Sam seria a salvação.