Destino Incerto

Capítulo 14

Pov. Sam

Sai do apartamento de Mon em direção a casa da Mama, precisava ir procurar um apartamento para mim e Heng já tinha um em mente. Estava um pouco de trânsito por conta de um acidente causado pela gangue dos Rua 6, mas foi o tempo de dar um abraço na Mama antes dela ir para o bar e Heng já estar preparado. Ele subiu em minha moto e já direcionou o caminho que deveríamos pegar. Esperava que fossemos parar em algum conjunto de apartamentos horríveis, mas fiquei feliz de ser em um Mega Torre. Os apartamentos lá costumam ter um ótimo tamanho e preço, pelo menos não ficaria pobre tão rápido.

-- Vamos subir até o 13° andar, Sam. Já avisei um amigo que cuida do local que provavelmente você iria adorar, então falou que poderíamos relaxar por lá e você dar o okay -- comentou enquanto apertava o botão do elevador.

-- Que chique! Você sabe meus gostos, então levo fé. E assim aproveitamos para conversar sobre a voz na sua cabeça.

Saímos do elevador e chegamos na porta, que abria com um cartão, mas que poderia configurar com a digital depois. O ambiente tinha um ótimo espaço onde tudo ficava junto. Espaço de escritório, banheiro ao lado, cama junto da sala e uma sala de armas, sendo bem conveniente. Heng claramente se empenhou em encontrar esse lugar. Terei apenas que criar uma cozinha aqui, mas quem sabe pode ser uma desculpa em sempre ir até o apartamento de Mon bater um rango.

-- Uau, Heng aqui é realmente maneiro. O espaço pra mim é ótimo e vai caber tudo sem problemas -- comentei enquanto abria os armários.

-- Maravilha! E como sou ótimo irmão, já deixei aqui pra ti um frigobar e algumas cervejas para comemorar enquanto conversamos -- pegou uma cerveja e jogou em minha direção. Pela quantidade que ele colocou lá dentro ficaremos aqui por um bom tempinho.

Pov. Heng

Sentamos no sofá e ficamos pensando em como manter uma moral com Jim. Ela andava bem quieta em minha cabeça, nem anda aparecendo pra dar opinião sobre alguma coisa, mas provavelmente isso seja culpa dos bloqueadores.

-- Heng, como vamos convencer Jim a nos ajudar? Não conhecemos muito sobre ela -- Sam disse meio cansada -- Yoko e Nita nunca deram detalhes demais sobre ela.

-- Talvez eu devesse tomar a pílula que corta os bloqueadores, quem sabe assim ela apareça e consiga ficar mais tempo para conversar -- me levantei em direção ao meu casaco e peguei a pílula, logo em seguida tomando e usando a cerveja para descer. Talvez não fosse o mais indicado, mas já estou fodido mesmo.

Comecei a sentir minha cabeça doendo e me sentei no sofá, parecia que iria explodir. Após alguns minutos me concentrando em outra coisa para a dor parar, finalmente meu encosto apareceu.

-- Eai, Heng. Finalmente me deixou sair do meu cárcere privado da sua cabeça. Não aguentava mais ficar vendo suas memórias, nunca vi uma vida tão fodida -- comentou daquele jeito arrogante que ela tinha -- mas finalmente se deu conta que precisamos conversar.

-- Cala a boca. E sim, precisamos conversar sobre isso, já que talvez não tenhamos muito tempo -- comecei a falar e Sam me olhou como se fosse um louco -- ela está aqui agora, irmãzinha não me olhe com essa cara.

-- Então essa é a Sam. Delicinha sua amiga, mas infelizmente mercenárias não fazem meu tipo.

-- Vamos logo com isso, Jim. Como faço pra te tirar da minha cabeça e não morrer?

-- Existem algumas possibilidades, mas o problema é o nível de estrago que se encontra o helic. O fato dele ter sido muito danificado, a maneira que ele está sendo processada é mais rápida que o normal -- comentou preocupada.

-- E o que isso quer dizer?

-- Que mesmo me tirando de sua cabeça, você já está morto. Sou eu que te mantenho vivo, então a partir do momento que me removerem, não existe mais Heng. Entendeu?.

Comecei a sentir uma ansiedade e ataque de pânico tomar meu corpo. Jim me olhava com pena, meio perdida em como me ajudar. Sam já entendendo minha situação me deu água e deixou deitar no sofá. Havia um tempo que não chorava e só reparei que isso ocorria quando senti minha amiga limpando uma lágrima que estava caindo.

-- O que ela disse pra você? -- perguntou preocupada.

-- Ela falou que talvez não tenha jeito. O chip tá muito danificado e quando removerem ele na minha cabeça, minha única chance é a morte -- comecei a chorar mais -- eu não quero morrer, Sam. Quero me tornar uma lenda nessa cidade ainda, ver você se casando com a Mon e dar orgulho para minha Mama. Me ajuda a encontrar uma maneira, Sam.

-- Vamos dar um jeito, irmão. Irei pedir para Yoko conversar com Nita para marcar uma reunião, talvez ela consiga dizer mais sobre ou tenha alguém da Arasaka que entenda -- disse me confortando.

Jim ficou me olhando pensativa por um tempo, até que se levantou e ficou olhando pela janela.

-- Tem alguém que talvez possa ajudar vocês, mas será perigoso. Tem uma trilha rede que vive após a barreira negra, dentro do sistema, que se chama Alt. A Arasaka sequestrou ela e colocou dentro do sistema, mas conseguiu fugir pela rede. Vocês precisam entrar em contato com ela de algum jeito, mas não sei como -- falou com esperança que pudesse nos ajudar, mas ainda meio triste.

Comentei com Sam o que Jim me disse. Ela irá falar com um de nossos canais que tem mais contato com tecnologia, que no caso é a Faye. Talvez ela saiba como podemos entrar na barreira negra e encontrar essa tal de Alt. Decidi tomar o bloqueador novamente para a dor em minha cabeça finalmente parar, agradecendo a Jim antes de ingerir a pílula. Fomos embora do apartamento, com Sam confirmando que ficará com ele. Ela iria para casa comigo arrumar algumas coisas e se trocar, já que iria até Ling a noite jantar junto de Mon. Pelo jeito terei que aproveitar esse tempo e conversar com a Mama sobre o que está rolando, o que a fará surtar.