𠃮ᰍ໋ ۫ ━━━━━━━ 𝗦𝗜𝗡𝗢𝗣𝗦𝗘 :๋⠀᳝
Han Jisung aproveitou por demais uma festa
e acabou caindo nos braços de
um homem irresistível, sem ao menos
saber seu nome. No dia seguinte,
ele descobre que esse homem é,
na verdade, Lee Minho: o no...
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Acordei ao som suave da melodia que os passarinhos orquestravam do lado de fora da casa de Minho, ainda meio atordoado pelas semanas que se passaram. Me sentia perdido, diminuto, como se não houvesse nada que eu pudesse fazer. O mundo girava ao meu redor, mas minha mente insistia que eu estava impotente diante dele.
Dois meses haviam se passado desde o meu sequestro e a prisão de Jeongin, junto com sua temida máfia. O caminho até a liberdade não foi fácil. Entre papeladas intermináveis, investigações e discussões sem fim, conseguimos, finalmente, nos livrar daquele pesadelo. Parecia que a vida começava a retomar seu ritmo, mas eu sabia que, por dentro, as cicatrizes ainda estavam frescas.
De vez em quando, me pegava encontrando meu namorado sozinho, seus olhos avermelhados denunciando os momentos em que ele chorava escondido. Eu podia sentir a dor nele, embora tentasse disfarçar, insistindo que era apenas "um cisco no olho". Maldito cisco. Eu sabia que, por trás dessa fachada, ele estava despedaçado, e isso me corroía por dentro. Eu queria ajudá-lo, mas parecia que ele não deixava ninguém entrar em sua dor.
Eu tentava ser paciente, esperando que Minho me deixasse entrar no seu mundo de tristeza, mas ele se fechava cada vez mais. Minhas palavras de conforto pareciam não alcançar o coração dele, como se ele estivesse preso em um labirinto de sentimentos que ele não conseguia, ou não queria, compreender. Cada vez que o encontrava chorando, algo dentro de mim se partia. Eu queria gritar, pedir para ele me deixar ajudar, mas as palavras nunca vinham.
Às vezes, quando ele pensava que eu não estava olhando, eu o via se perder nos próprios pensamentos, o olhar distante e perdido, como se ele ainda estivesse preso naquele lugar, naqueles momentos de sofrimento. Eu não sabia como o tirar dali. O medo de que ele nunca mais fosse o mesmo me apertava o peito, e eu me sentia impotente.
Era como se a sombra daquele pesadelo ainda pairasse sobre nós, obscurecendo nossa felicidade, e, mesmo depois de tudo o que passamos, eu sabia que a batalha real não era contra Jeongin ou sua máfia, mas contra os fantasmas que ainda atormentavam as almas que ficaram para trás.
Eu só queria vê-lo livre, livre do peso da dor que ele carregava, mas como fazer isso quando ele nem ao menos queria ser encontrado?
Os dias passavam lentamente, e, apesar de tudo, tentávamos seguir em frente. Minho se esforçava para manter a rotina, como se tudo estivesse bem, mas eu sabia que ele estava se afogando em um mar de emoções não resolvidas. Às vezes, ele sorria, tentando esconder o peso que carregava, mas eu podia ver a tristeza nos seus olhos, como uma chama fraca prestes a se apagar.
Eu me sentia perdido, como se estivesse vendo uma tempestade se formando à distância, sem poder fazer nada para impedir. Eu sabia que a dor dele era mais profunda do que qualquer coisa que eu pudesse compreender completamente. As cicatrizes que Jeongin e sua máfia deixaram não eram apenas físicas; elas estavam enraizadas em sua alma, e o pior era que ele não queria me deixar ajudá-lo a curá-las.
A cada dia, ele parecia mais distante. Às vezes, o abraço que costumava ser reconfortante agora se tornava uma barreira entre nós, como se ele estivesse se isolando ainda mais. Eu não sabia como trazer de volta o Minho que eu conhecia, o Minho que sorria sem reservas, que me fazia sentir seguro no seu abraço. O homem que agora estava diante de mim era mais fechado, mais sombrio, e isso me partia o coração.
Havia noites em que, ao olhar para ele enquanto ele dormia, me perguntava se algum dia ele seria capaz de se libertar daquela dor. Eu queria ser o farol que o guiasse de volta para a luz, mas parecia que ele estava decidido a navegar sozinho nas trevas, sem permitir que ninguém o acompanhasse.
E, assim, enquanto o tempo passava, o silêncio entre nós crescia, pesado, como uma sombra que não queria se dissipar. Eu sabia que, no fundo, ele precisava de mais do que palavras ou gestos de apoio. Mas o que mais poderia fazer quando ele se recusava a aceitar a ajuda?
Certo dia, eu enlouqueci. Eu estava farto. Farto de ver Minho tão fechado, tão insuportável. Ele estava sendo grosso, irritante, e parecia que nada do que eu falava fazia sentido para ele. A paciência que eu tinha estava se esgotando, e, sem pensar, soltei:
- Você 'tá impossível, Minho! Por que você não pode simplesmente ser... você? Esse cara sem noção e rabugento não é você!
Ele me olhou com aqueles olhos que pareciam tão distantes, e eu quase vi o quê ele queria dizer, mas não saiu nada. Só a raiva, o silêncio.
- Não estou em disposição para conversas, Jisung. Melhor você se retirar.
Aquelas palavras me atingiram como um soco. Eu podia sentir a dor na voz dele, mas não estava disposto a sair. Eu não ia sair, não dessa vez.
- Você não me manda embora, Lee Minho. Eu não sou seu cãozinho - falei, a raiva tomando conta de mim, mas a frustração e o medo também.
Foi então que ele desabou. O Minho que eu conhecia desapareceu por um instante, e o que restou foi um homem quebrado, com os olhos marejados de lágrimas. Ele não resistiu e começou a chorar como nunca antes, os ombros tremendo, a respiração entrecortada.
Eu não sabia o que fazer primeiro, mas algo me dizia que não era hora de brigar. O que ele precisava, na verdade, era de algo que só eu poderia dar naquele momento. Sem hesitar, me aproximei e o puxei para perto, colocando os braços ao redor dele. Ele hesitou por um segundo, mas depois se deixou cair em meus braços.
- Desculpa... - ele sussurrou, a voz embargada.
Eu não sabia o que dizer. Então, apenas continuei ali, segurando-o. Minha mão passeava pelos seus cabelos, tentando acalmá-lo. Foi uma das poucas vezes em que não queria palavras, só o silêncio confortável de saber que, pelo menos por aquele momento, ele não estava sozinho.
- Ei, tudo bem... Vai ficar tudo bem, amor. Só... me deixa ficar aqui, tá? - falei baixinho, quase um sussurro.
Ele ficou em silêncio por um tempo, apenas sentindo o conforto do meu abraço. Quando ele se acalmou o suficiente, eu o guiei até o sofá. Fiz com que deitasse com a cabeça em meu colo. Meu namorado fechou os olhos, exausto, e eu comecei a fazer cafuné, sentindo o ritmo de sua respiração relaxando aos poucos.
Eu não me importava de ficar ali o tempo que fosse necessário. Minho precisava de descanso, não de palavras, e eu estava ali para isso. O silêncio entre nós não era mais pesado, como antes. Era simplesmente... presença. Eu poderia ficar assim por horas, só fazendo cafuné, sentindo o calor da cabeça dele em meu colo.
Quando finalmente ele adormeceu, eu fiquei ali, observando seu rosto tranquilo, sem as marcas da raiva ou da dor que ele carregava. Era como se, por um breve momento, ele tivesse encontrado paz. E, naquele instante, eu sabia que tudo o que ele precisava era de alguém que ficasse ali, ao seu lado, sem pressa.
- Eu 'tô aqui, meu bem. Sempre estive e sempre vou estar - falei baixinho, mais para mim mesmo, mas talvez ele tenha ouvido.
E eu esperava que, talvez, naquele abraço, ele tivesse sentido que ele não precisava enfrentar tudo sozinho.