O ano caminhava para o fim, já era 17 de dezembro, e Gunil acabava de se formar. Era uma noite de celebração, mas, como sempre, ele tinha um plano em mente. Após a cerimônia, ele reuniu todos nós na sala de estar da sua casa. A ideia de irmos para os Estados Unidos ainda estava de pé, e ele estava determinado a encontrar um caminho. Ele dizia que tinha pensado em algumas táticas que poderiam facilitar nossa viagem.
Todos nós tínhamos passaporte, fruto de algumas viagens internacionais que já havíamos feito, mas o visto para os Estados Unidos era um obstáculo complicado. Quando Gunil começou a expor seu plano, não pude evitar levantar uma sobrancelha. Nunca pensei que ele fosse do tipo a simpatizar com qualquer coisa que envolvesse contornar as regras, mas ali estava ele, confiante, com uma solução aparentemente "criativa".
"Isso vai nos dar problemas", pensei enquanto o ouvia, mas, ao mesmo tempo, havia um resquício de confiança nele. Gunil sempre fora metódico e calculista; se ele dizia que dava certo, talvez realmente desse.
Enquanto isso, segurava Hyun-joon no colo, balançando-o suavemente enquanto ele brincava com um pequeno ursinho de crochê que eu tinha feito. Não era um especialista na arte, mas me esforçava. O brinquedo era um cachorrinho marrom, feito com o cuidado necessário para ser seguro: grande o suficiente para que ele não pudesse engolir, mas leve e macio para que suas mãozinhas pudessem explorá-lo.
A sala estava quente, não só por causa do aquecedor ligado, mas também pela tensão no ar. Todos nós estávamos reunidos ao redor de Gunil, que explicava seu plano com uma confiança que só ele tinha. O cheiro do chá que a mãe dele tinha preparado pairava no ambiente, enquanto Hyun-joon emitia pequenos murmúrios típicos de um bebê, apertando o ursinho de crochê.
- Um documento de autorização? - perguntou Jungsu, arqueando uma sobrancelha. - Isso parece fácil no papel, mas você já lidou com os meus pais?
- E minha mãe? - Gaon adicionou, cruzando os braços. - Ela mal me deixa sair de casa sem uma boa justificativa, quanto mais ir para outro país.
Gunil levantou as mãos em um gesto de calma, o sorriso sereno no rosto.
- Eu já pensei em tudo isso. Eu sei que não é simples, mas não é impossível. A ideia é fazer parecer legítimo. Eu já tenho modelos de documentos prontos, só precisamos da assinatura deles. E, se eles se recusarem... - Ele hesitou, o olhar sério agora. - Bem, podemos usar um pouco de criatividade.
Eu quase ri com o eufemismo, mas me contive.
- Criatividade? - perguntei, balançando Hyun-joon de leve no meu colo para mantê-lo calmo. - Gunil, isso soa como falsificação.
Ele deu de ombros, claramente sem se abalar.
- Só seria falsificação se fosse ilegal. Não estamos falsificando identidades, só... simplificando o processo.
Jungsu bufou, mas não disse mais nada. Seungmin, que até então estava quieto, finalmente falou.
- E depois que chegarmos lá? Supondo que tudo dê certo, o que vamos fazer? Onde vamos ficar?
Gunil abriu outra folha de sua lista, mostrando detalhes meticulosamente organizados.
- Eu já pensei nisso também. Conheço um primo distante em Nova York que pode nos ajudar a começar. Ele tem uma casa grande e trabalha com produção musical. Ele disse que pode arranjar algumas audições para a banda. Não vai ser fácil, mas é um começo.
- Parece bom demais para ser verdade, Gunil. - A voz de Junhan era séria, mas não acusatória. - Você realmente confia nesse primo?
- Confio o suficiente para tentar. - Ele olhou para cada um de nós, sua determinação quase palpável. - Eu sei que parece arriscado, mas qual é a alternativa? Ficar aqui, estagnar, deixar nossos sonhos morrerem?

VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu querido baterista
Lãng mạnJooyeon sempre acreditou que amor era uma distração boba e cartas românticas, uma perda de tempo. Ele não tinha espaço para sentimentalismos em sua vida já complicada, algo que fazia questão de repetir aos amigos. Mas tudo muda quando ele conhece Gu...