Paquetá- internada

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Jogador: Lucas Paquetá

Tema: Onde você está internada há mais de 1 semana com dengue, e suas plaquetas estão baixas. Participação da Duda, do Be e do Pipo (os irmãos mais novos da Sn)

Idade: 16 anos

Pedido: lahrizxys
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O quarto de hospital cheirava a álcool e medicamentos, e a luz branca parecia deixar o ambiente ainda mais frio. A Sn, de 16 anos, estava jogada na cama, cercada por máquinas que monitoravam cada batida do seu coração. Seus braços, magros e frágeis, estavam cheios de marcas de agulhas das várias coletas de sangue. Ela não aguentava mais aquilo. Fazia mais de uma semana que estava internada, e parecia que as coisas não melhoravam nunca.

— Isso é injusto. — murmurou, quase sem forças, enquanto encarava o teto.

Duda entrou no quarto com passos apressados, segurando o Pipo no colo e com o Be agarrado na barra de sua calça. Ela tentou sorrir ao ver a filha, mas o cansaço estava estampado em seu rosto.

— Como você está, meu amor? — perguntou, ajeitando o Pipo no colo.

— Igual, né? Presa aqui, cheia de agulhas, sem vontade de comer nada... — Sn respondeu com um tom emburrado, mas sua voz estava fraca.

— Não fala assim, Sn! — Be interrompeu, se aproximando da cama. — A mamãe disse que você vai ficar bem logo.

Sn olhou para o irmãozinho, que tinha apenas seis anos, e suspirou. Não tinha forças para discutir.

— Você tá parecendo um fantasminha! — Pipo soltou, rindo, enquanto mexia no cabelo da irmã.

— Pipo! — Duda o repreendeu, mas não conseguiu evitar uma risada baixa.

— É verdade, mãe. Eu tô horrível mesmo. — Sn riu de leve, mas logo parou ao sentir uma pontada de dor no corpo.

Duda colocou o Pipo no chão e sentou ao lado da cama, segurando a mão da filha.

— Eu sei que tá difícil, meu amor. Mas você é forte, viu? Essa dengue não vai te vencer.

— Parece que já venceu. Minhas plaquetas tão tão baixas que nem sei como tô viva. — Sn disse, desviando o olhar para a janela.

Antes que Duda pudesse responder, a porta se abriu e Lucas Paquetá entrou no quarto com uma expressão preocupada. Ele carregava uma sacola cheia de coisas que Sn gostava: livros, salgadinhos e até um ursinho de pelúcia.

— E aí, princesa? Trouxe umas coisas pra te animar. — disse ele, colocando a sacola na mesinha ao lado da cama.

— Pai... Não adianta. Nada me anima nesse lugar. — Sn murmurou, mas seus olhos brilharam por um instante ao ver o ursinho de pelúcia.

— Ah, fala sério, Sn! Olha só esse ursinho! — Lucas pegou o bichinho e o fez “dançar” de forma desajeitada, arrancando uma risada de Be e Pipo.

— Meu Deus, pai, que vergonha. — Sn tentou parecer irritada, mas acabou sorrindo.

Duda cruzou os braços, observando a cena com um sorriso cansado.

— Você não vai melhorar reclamando, sabia? — Lucas continuou, agora sentado na poltrona ao lado da cama.

— Tá, mas ficar aqui parada também não ajuda. Eu quero ir pra casa! — Sn quase choramingou.

— E eu quero que você volte logo pra gente brincar de novo! — Be disse, se inclinando sobre a cama.

— Sn, você lembra daquela vez que a gente fez guerra de travesseiro? — Pipo perguntou animado.

— Lembro... Mas se eu fizer isso agora, eu desmaio. — Ela riu fraco.

Lucas e Duda trocaram olhares preocupados. Eles sabiam que a filha estava esgotada, mas precisavam manter a esperança viva.

— Olha, Sn, eu conversei com o médico. Ele disse que as coisas podem demorar mais um pouquinho, mas você tá no caminho certo. — Lucas disse, tentando parecer confiante.

— Isso quer dizer que vou ficar mais uma semana aqui? — Sn perguntou, franzindo a testa.

— Não, claro que não. — Lucas respondeu rápido demais, entregando sua insegurança.

— Pai... Não mente pra mim. — Sn disse com um olhar sério.

Duda colocou a mão no ombro de Lucas, como quem dizia: “Deixa que eu cuido disso”.

— Filha, a gente sabe que não é fácil, mas você precisa ter paciência. Quanto mais você descansar, mais rápido vai sair daqui.

— Fácil falar, né, mãe? Você não tá presa aqui.

— Ei! — Duda se inclinou para ficar na altura da filha. — Eu sei que tá sendo horrível, mas você não tá sozinha. Olha só quem tá aqui com você.

Sn olhou para os irmãos, que pareciam perdidos na conversa dos adultos, e suspirou de novo.

— Tá, vocês venceram. Vou tentar melhorar logo, mas só porque eu quero me livrar desse hospital.

— Essa é a minha menina! — Lucas disse, bagunçando o cabelo da filha.

— Ai, pai! Para com isso! — Sn reclamou, mas havia um sorriso tímido em seu rosto.

Be, que estava quieto há algum tempo, puxou a barra da blusa de Lucas.

— Pai, a Sn vai brincar comigo quando melhorar, né?

— Claro que vai, campeão. — Lucas respondeu, sorrindo.

Pipo, que estava mexendo no ursinho de pelúcia, olhou para a irmã com curiosidade.

— Sn, por que você não come? A mamãe sempre fala que comida deixa a gente forte.

— Porque a comida daqui é horrível, Pipo. — Sn respondeu com uma careta.

— Eu também não gosto de comida ruim. — Pipo disse, balançando a cabeça.

Duda riu e se levantou.

— Tá bom, chega de falar de comida. Sn, vou buscar alguma coisa pra você comer, e não quero ouvir reclamações, entendeu?

— Tá bom, mãe. — Sn respondeu, revirando os olhos.

Enquanto Duda saía do quarto, Lucas se aproximou da cama novamente e segurou a mão da filha.

— Escuta, Sn... Eu sei que você tá cansada, mas você é a pessoa mais forte que eu conheço. E eu tô muito orgulhoso de você, viu?

Sn olhou para o pai, surpresa com as palavras.

— Obrigada, pai... Eu também te amo.

Lucas sorriu e beijou a testa da filha.

— Eu amo vocês dois. — Sn disse, olhando para os irmãos.

— A gente também te ama, Sn! — Be e Pipo disseram em uníssono, abraçando a irmã com cuidado.

Mesmo no meio daquela situação difícil, aquele abraço foi o que Sn precisava para se sentir um pouco mais forte. Afinal, ela sabia que não estava sozinha.

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1001 palavras

Filha dos jogadores ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora