O Patógeno Híbrido

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O desespero era sufocante, uma presença palpável no ar. Os gritos ecoavam como sirenes, mas para mim, tudo parecia distante. Meu olhar permanecia fixo na mordida grotesca no meu braço, o sangue escorrendo em uma tonalidade quase surreal. Era como se o mundo ao meu redor tivesse sido silenciado. Eu conseguia ver Sam pressionando um pano contra o ferimento, tentando conter o sangue, mas o som de suas palavras era apenas um murmúrio distorcido. Dean e Ethan discutiam ferozmente, os gestos amplos e agressivos, mas eu não entendia o que diziam. A dor estava ausente, mas a realidade era clara: meu tempo estava acabando!

O pensamento de me transformar em uma daquelas criaturas era sufocante, uma sombra que pairava sobre cada decisão minha. Eu não podia me permitir ser uma ameaça para eles, não podia carregar o peso de seus olhares de horror e desespero. Mas, ao mesmo tempo, o medo de morrer sozinha se agarrava a mim como garras invisíveis, arranhando minha sanidade. Era um terror avassalador, quase tão cruel quanto a ideia de assistir minha humanidade ser arrancada, pedaço por pedaço.

 Era um terror avassalador, quase tão cruel quanto a ideia de assistir minha humanidade ser arrancada, pedaço por pedaço

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- Ethan, segure ela! - gritou Dean, sua voz carregada de desespero ao notar a mordida. - Precisamos cortar o braço dela antes que a infecção se espalhe!

Os olhos de Dean estavam arregalados, a faca tremendo em sua mão. Ele parecia atordoado, como se cada segundo de hesitação pesasse uma tonelada.

- O quê? Você ficou louco, Dean? - berrou Sam, o rosto contorcido em indignação. Ele pressionava um pano contra a ferida do meu braço, tentando estancar o sangue que escorria em pulsos assustadoramente rápido.

Meu braço estava grotesco, mas eu não sentia dor. Não havia nada além de um vazio gelado que me fazia questionar se eu ainda era eu mesma.

Dean apertava o cabo da faca como se fosse a única coisa que o ancorasse à realidade. Foi nesse momento que Ethan, tomado por pura fúria, avançou sobre ele.

- Larga essa faca! - rugiu Ethan, empurrando Dean contra a parede com uma força que fez um quadro cair ao chão.

O barulho ecoou pela sala, mas foi abafado pelos gritos.

- Não toque nela, Dean! - Ethan rosnava, o rosto a poucos centímetros dele.

Dean tentou se desvencilhar, mas Ethan o segurava firme.

- Se você não agir agora, ela vai morrer, Ethan! - Dean gritou de volta, sua voz oscilando entre raiva e súplica.

Ethan deu um passo à frente, os punhos cerrados, a mandíbula trincada. Antes que pudesse responder, Dean avançou, seus movimentos carregados de fúria. Os dois se engalfinharam em uma colisão brutal, como se toda a tensão acumulada finalmente tivesse explodido. Socos foram desferidos com força, o som seco dos impactos reverberando pelo espaço.

A faca que Dean segurava escorregou de sua mão e caiu ao chão com um clangor metálico que cortou o ar como um grito. O objeto brilhou sob a luz fraca, um lembrete silencioso do risco que todos corriam.

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