020

8 0 0
                                    

Os raios do sol se infiltravam pelas cortinas da sala, criando uma luz suave que preenchia o ambiente com uma calma que eu nunca soubera apreciar até aquele momento. A casa estava silenciosa, exceto pelo som distante de um pássaro cantando lá fora e o leve barulho da água sendo fervida na cozinha. Eu estava ali, sentada na mesa da sala de jantar, meu corpo cansado, mas a mente ainda ativa, refletindo sobre como a vida podia ser incrivelmente imprevisível.

Do outro lado da casa, ouvi o som de passos familiares. Meu marido, Ji-hoon, entrou na sala com um sorriso gentil. Ele sempre tinha essa aura calma e serena que me fazia sentir um certo alívio só de vê-lo. Embora eu nunca tivesse imaginado que iria me casar novamente, Ji-hoon trouxe algo que eu nunca soubera que precisava: estabilidade. Ele me entendia de uma forma que ninguém mais havia feito, e a dor de perder Ryu Shi-oh ainda estava lá, mas com o tempo, aprendi a compartilhar esse espaço do meu coração com a nova vida que eu construía.

— Oi, amor, o que está fazendo? - Ele perguntou com um sorriso suave, colocando uma xícara de chá à minha frente.

Eu levantei os olhos, tentando esconder a melancolia que ainda às vezes me envolvia. A verdade era que, mesmo com a felicidade que eu tinha agora, a perda de Ryu Shi-oh nunca seria algo que se apagaria. Eu tentava, mas o amor que eu sentira por ele ainda estava gravado em algum canto escondido do meu coração. Algo que, de alguma forma, me acompanharia para sempre.

— Só pensando. - Respondi, minha voz suave, quase imperceptível. Ji-hoon não disse nada, mas seu olhar me dizia que ele entendia, e isso era o suficiente para mim. Ele não me pressionava. Sabia que o tempo faria o seu trabalho.

De repente, o som das risadas de uma criança ecoou pelo corredor. Meu coração deu um salto. Eu não pude evitar o sorriso que apareceu nos meus lábios.

— Mamãe! Mamãe! - A voz do nosso filho, Ryu Shi-oh, me fez olhar para a porta, onde ele apareceu correndo, com os cabelos bagunçados e um sorriso enorme. Eu não podia acreditar que ele já estava tão grande.

Ryu Shi-oh, o menino que eu jamais imaginaria que teria, mas que, de alguma forma, chegou até mim. Seu nome, seu nome... Eu sabia que Ji-hoon tinha sido compreensivo quando sugeri que chamássemos nosso filho de Ryu Shi-oh. Foi difícil para ele, eu sei. Mas ele entendeu. Ele sabia que aquele nome carregava algo importante para mim, e ele quis que eu tivesse a liberdade de honrar a memória de Ryu Shi-oh dessa maneira.

— O que foi, meu amor? - Perguntei, me levantando rapidamente para abraçá-lo. Ele veio até mim com os braços abertos, e eu o peguei no colo. Seu cheiro doce e a sensação dele em meus braços eram um lembrete constante de que, apesar da dor do passado, a vida se renovava a cada sorriso dele.

— Eu fiz um desenho na escola, olha! - Ele me entregou uma folha de papel com um desenho rascunhado de uma casa, um carro e uma árvore. Tudo estava meio torto, mas era adorável. Ele sorriu com aquele sorriso tão característico de uma criança inocente e cheia de energia.

Eu olhei para ele, o coração apertado. Seu nome... Ryu Shi-oh. Eu sabia que meu filho nunca saberia da verdadeira história por trás desse nome. Nunca saberia o que aconteceu com o homem que um dia eu amei profundamente. Eu não queria que ele soubesse. Eu queria que ele tivesse a chance de crescer em paz, sem carregar o peso do passado. Mas, ao mesmo tempo, a dor de não poder contar a verdade sobre o nome que ele carregava sempre esteve ali, em um canto da minha alma.

— Eu adoro o seu desenho, Shi-oh. - Respondi com um sorriso, tentando afastar as emoções conflitantes que invadiam meu peito. — Vai ser um grande artista, eu tenho certeza.

Nesse momento, Ji-hoon se aproximou e deu um beijo na minha testa, depois passou a mão pelos cabelos de nosso filho.

— Que lindo, filho. Papai e mamãe vão guardar com muito carinho. -Ji-hoon disse, com um tom carinhoso e amoroso. Eu vi o jeito como ele olhava para nosso filho, e uma parte de mim se sentiu grata. Ele era um pai incrível. Ele havia aceitado meu passado, não como uma sombra, mas como uma parte de quem eu sou.

Eu olhei para ele e então para Ryu Shi-oh, aquele pequeno ser cheio de vida. E, no fundo, eu sabia que ele não tinha nada a ver com o homem que eu perdera. Ele era novo. Ele era meu futuro.

— Mamãe, papai, vamos ao parque? - Ryu Shi-oh perguntou, seu rosto iluminado pela empolgação de algo tão simples.

Eu olhei para Ji-hoon, que me lançou um sorriso doce.

— Vamos sim, meu amor. O que acha, querida? - Ele me perguntou, os olhos brilhando de carinho e paciência. Ele nunca me forçou a deixar o passado para trás. Ele simplesmente estava ao meu lado, me ajudando a criar um futuro, um futuro com ele, com nosso filho, com um novo começo.

Eu respirei fundo, sentindo uma paz que eu não sentia antes. A dor ainda estava lá, mas havia algo mais agora. Algo que eu não podia ignorar. A vida, o presente, as pequenas alegrias. Ryu Shi-oh, o meu filho, trouxe algo para mim que eu não sabia mais ser possível: esperança.

— Vamos sim, vamos ao parque. - Respondi, com um sorriso genuíno pela primeira vez em muito tempo. — Vamos aproveitar esse momento.

E enquanto nos dirigíamos para o parque, eu percebi que, por mais que o passado ainda estivesse lá, o amor e a vida que eu construí agora eram um reflexo do que Ryu Shi-oh, o homem que eu amei, me deixou como legado: um futuro em que a dor e a felicidade podiam coexistir, e eu podia encontrar paz novamente.

Chegamos ao fim pessoal..

Sei que enrolei pra terminar essa fanfic e peço desculpas!!

Porfavor não deixem de me acompanhar aqui no wattpad.

Me sigam aqui no wattpad e nas minhas outras redes sociais que estão na bio <3


Dangerous - Ryu Shi-OhOnde histórias criam vida. Descubra agora