Capítulo 7

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O contato da água fria sob meu corpo clareou alguns pensamentos. Voltar a cantar era algo que vinha planejando fazia muito, tanto que até o CD já se estava encaminhando. Porém, cantar em público... Voltar a aparecer era algo que eu ainda não havia assimilado a ideia, afinal, agora eu sou casada e tenho responsabilidades como esposa para cumprir também. Por outro lado, sabia que Manuel me apoiaria em toda e qualquer decisão que eu tomasse e meus fãs estariam lá, independente de se eu estivesse para eles ou não.

Desliguei o chuveiro e peguei o telefone em mãos. Analisei os números no teclado e observei a hora: 20h30. Eu havia ficado de dar uma resposta para Guille até antes do fim da noite e pensei seriamente que me custaria mais tomar uma decisão, mas no fim das contas, quem fala mais alto é sempre o lado emocional da coisa. Disquei os números e pus o telefone na orelha. Guille prontamente atendeu:

- Espero que você esteja me ligando pra me dar uma ótima notícia, porque senão, você acabou de interromper meu jogo de conquista - Falou ele, alto. Ao fundo, se ouviam ruídos de gente falando e música tocando alto
- Onde você está? - Questionei, mesmo sabendo que a resposta seria "em uma boate".
- Numa nova boate que inaugurou aqui no centro. Mas me diga, tomou uma decisão?
- Sim. Pode confirmar com os organizadores, vou me apresentar - Disse, firme em minha decisão
- Ah! - Guille deu um grito agudo, o que quase me deixou surda - Muito bem, amanhã mesmo os retorno. Agora deixe-me ir que há um cara lindo me olhando - Falou essa última com a voz longe do telefone. Suponho eu, que ele deveria estar analisando a futura conquista e trocando palavras monossilábicas com ele.
- Boa sorte com o alvo. Beijos - Desliguei o telefone e me olhei no espelho. Sorri com a imagem que ali eu via refletida. Peguei a escova de cabelos que se encontrava por cima do balcão e me imaginei segurando novamente o microfone. Ouvia os fãs gritando por meu nome e podia até mesmo sentir aquele nervosismo que atacava o peito minutos antes de subir para cantar. Naquele momento entendi que minha decisão havia sido correta e me senti contente de tê-la tomado. Manuel bateu à porta, me distraindo subitamente, dizendo que tinha que resolver uns problemas e que voltaria mais tarde. Gritei um "vá com segurança" e retornei ao meu mundo fantasioso. E por alguns minutos, e por alguma razão, Wisin apareceu em minha mente. Me repreendi severamente por esse lapso de racionalidade, afinal, eu era alguém casada e não deveria pensar em outros homens, mesmo sendo lindos e com um corpo forte e sarado e...
- Anahí! Já chega - falei para mim mesma em alto e bom som - Foco, Anahí. Foco - Terminei de me arrumar e saí do banheiro. Sem fome, apenas decidi me deitar e esperar por Manuel, ainda acordada.

As Escondidas - Anahí & Wisin (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora