Fênix ─ A revelação

Capítulo dezessete.

Pov's Joshua

Encaro o corpo nu de Any no chão, sem hesitar, recolho seu casaco que está a poucos metros de nós e a cubro. O círculo queimado ainda parece pulsar com o calor do que acabou de acontecer. Nossos amigos se encaram em completo transe. Todos chocados e sem reação.

— Josh, oque foi isso? — Sabina me pergunta assustada.

— Oque aconteceu aqui não veio de nenhum guardião que conhecemos. — Bailey diz exasperado.

Fecho os olhos tentando raciocinar oque está acontecendo em minha volta. E por mais que a duvida de todos seja pertinente, só penso em pegar a Any e colocar no meu carro. Só quero tirar ela daqui. A pego no colo, ela dorme profundamente, nem parece que seu corpo acabou de transcender.

— Conversamos amanhã, quando ela estiver bem. — afirmo. — Ela precisa descansar, tudo isso foi demais.

— Claro... — Savannah quase sussurra. — Nos dê notícias.

Assinto com a cabeça e caminho de volta pro meu carro. O clima está frio e o vento cortante fazem os galhos sussurrarem ao redor. Coloco Any no banco do passageiro com delicadeza e passo o cinto sobre seu corpo pequeno e magro. Sua cabeça desliza pro lado afundando no assento.

Dou a volta no carro e entro, ligando o motor. O caminho de volta é silencioso, não posso evitar olhá-la. Any parece serena e seu corpo não possui marca alguma. Mas como? São tantas perguntas.

Penso em deixá-la em casa, mas descarto a ideia ao pensar que teria que acordar seus pais. Então decido levar ela pra minha. Odiaria ver seus pais brigando com ela depois de tudo oque aconteceu.

Estaciono o carro nos fundos e a pego com cuidado. Abro a porta com a digital e subo as escadas devagar. Coloco ela na minha cama e cubro seu corpo frio.

— Josh... — ela sussurra.

— Tá tudo bem, estamos no meu quarto. Precisa descansar. — a olho. — Vou estar no quarto ao lado.

— Pode ficar comigo? Estou com frio.

Engulo seco. Não queria que no dia seguinte Any achasse que me aproveitei da situação pra ficar perto dela. Eu jamais pensaria em tal coisa.

— Any, eu acho melhor não! — digo, mesmo que isso parta meu coração.

— Por favor... — ela faz biquinho e chega pro canto da cama.

Fecho os olhos mordendo os lábios. Droga!
Tiro meu casaco pesado e as luvas. Me deito do seu lado completamente ereto, sem me mexer. Ouço a respiração dela que agora que se encontra mais leve, finalmente ela dormiu de novo.

Encaro o teto pensando em tudo oque acabou de acontecer. Por um lado eu fico feliz pela Any finalmente se mostrar por inteira, por outro, tenho medo. As pessoas costumam ser maldosas com aquilo que desconhecem.

Eu tenho pena de quem se quer olhar torto pra Any.

[...]

— Você não pode fazer isso! — o Sr. George diz a Any que se encontra encolhida do meu lado. — É a segunda vez que passa dos limites. Eu não estou te reconhecendo.

— Isaac, querido... — a mãe de Any balbucia.

— Não Clear, ela precisa entender que nessa casa existem regras. — ele desliza a mão pela barba irritado. — E ainda dormiu na casa de um garoto.

— Eu posso prometer ao senhor que eu jamais faria algo desrespeitoso com sua filha. — respondo sentindo minha mandíbula contrair.

— Não importa! — ele afirma. — Ela excedeu minha cota de pai legal.

Sinto as mãos de Any apertarem as minhas. A olho, seus olhos antes cor de amêndoas, agora estão alaranjados, a boca está cerrada. Engulo seco. A situação está prestes a sair do controle.

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Mil perdões pelo capitulo pequeno, é que estou com muitas coisas da faculdade e do trabalho pra resolver. Amanhã estou de folga, então prometo me dedicar ao livro.
Espero que gostem!
Xoxo, beá :)