XXXII -Dave

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-...Então elas causam essas ilusões –Missie explicou.- Te deixam preso até que ache a saída (que vem a ser algo vermelho). O que vocês viram?

-Era uma rosa –Riley respondeu.- Uma maldita rosa vermelha.

Dave estava impressionado com a casa de Missie. Não por que era toda chique e brilhante, muito pelo contrário. Todos os móveis eram de madeira rústica e a luz da cozinha era fornecida por velas ou o próprio sol. Parecia ter um design diferente, pois haviam degraus por toda a parte levando-os para outros cômodos. Ele também ficou surpreso em saber que a garota, Maiara, era irmã mais velha de Missie. A família dela seguia à risca certos costumes. O único qe podia sentar na cabiçeira era o pai da família.

-Dave? -A moça que estava cozinhando chamou sua atenção.- Não gosta de bolo?

-Gosto. Gosto sim –ele deu mais uma olhada em volta.- Eu só estava...

-O interior dos outros cômodos não é igual a este –Missie sorriu. Ela explicou o por quê de não viver no luxo. Contou um pouco de si mesma. -Minha mãe, Manuelle, participou da guerra, mas não saiu viva dela, essa velha história –ela falava como se fosse um assunto simples, como o por quê do olho prateado.- O mesmo aconteceu com Maiara, mas ela perdeu o pai. Então meu pai se casou de novo com a Martina aí, a mãe da Maiara...-A moça no fogão sorriu na direção das crianças. Ela era muito parecida com Maiara.- E agora nós somos irmãs!

A porta se abriu e Maiara passou por ela com uma criança de cabelos cortados toscamente que pulava sem parar.

-Então Martina ficou grávida da Marizzie –Ela sorriu para a criança.- E teve um dia em que a família fez uma viagem, Izzie ainda era um bebê, e sofremos um acidente de trêm. Agora, ela vive tendo episódios de dores pelo corpo todo, principalmente na cabeça e na cintura. As vezes ela simplesmente trava e não consegue se mexer. O tratamento para isso é caro, então nossa casa é parcialmente simples, mesmo com o meu salário de representante. Também doamos grande parte dele para algumas instituições.

-Mamãe tem um grande coração- Maiara comentou. –Seu pai chega em alguns minutos, Missie. É bom ter uma boa explicação para nossos convidados.

Ela pegou um cesto de roupas do chão e deu para Izzie, que saiu da casa.

-Não se preocupem -Martina terminou de colocar o jantar na mesa com ajuda de Maiara. -Se Missie confia em vocês, são bem-vindos.

-Esse é o problema -Maiara se sentou.- Confia de mais nas pessoas.

Dave não entendeu o por quê da sobremesa ser servida antes do prato principal, mas não contestou. A comida de Martina era deliciosa e Izzie era muito animada. Riley e Alícia estavam se divertindo com a menina e sua mãe. Maiara se retirou assim que acabou de comer. Era muito mais fria do qe qualquer outro naquela casa.

-Dave –Missie chamou.- Quer me acompanhar até o jardim?

Ele deu de ombros e seguiu a menina. Eles saíram pela porta da frente e Missie guiou-o até uma horta. A noite estava muito bela. A lua brilhava intensamente e o céu na província de sua senhora era o mais belo que Dave jamais vira.

-Como estão as coisas? Em relação à Tabata.

A pergunta o pegou de surpresa e ele não soube o que responder de imediato. A verdade era que Thaila não falava muito com ele sobre isso. Tudo o que ele sabia ele ouvia por acaso. Falar com Resmungo fora primeira coisa que ela pedira. Um dia Éres falara que ele começaria a participar de reuniões com os outros príncipes e seus representantes, mas até agora ele sabia tanto quanto o resto da sociedade.

Érestha- Castelo de Vidro [LIVRO 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora