VIII -Dave

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  • Dedicado a Voc
                                    

Primeiramete me perdoem pela demora do capítulo. Esse capítulo é dedicado a todos os meus leitores que me ajudaram a recuperar a coragem e que sei que me acompanharão nessa viajem por uma experiência nova para mim, que é compartilhar minhas histórias com vocês. MUITO OBRIGADA!

PS.: Este é um capítulo curto, mas acredito que esse seja mais um com informações difícieis de ingerir, mas estou disposta à responder suas dúvidas nos comentários ou mesmo no chat. Tamém estou trabalhando em um lugar onde possa compartilhar detalhes e curiosidades sobre a história.

Boa leitura!


Dave aprendeu que Érestha era um reino governado pelo rei Éres. Parece que todos gostavam muito dele e da maneira como governava o reino. Ele teria passado a tarde toda sentado e fazendo perguntas se a família Weis não tivesse aparecido. Maria ficou extremamente animada quando as seis pessoas vieram andando na direção da mesa onde eles estavam. Saiu distribuindo beijos e abraços e se demorou com uma moça de vestido florido. Rick perguntou para Lorena quem eram aquelas pessoas.

-É a família do meu namorado. E amigos da sua mãe ao mesmo tempo.

-...Meus filhos, Dave e Rick. –Maria mostrou para a mulher.

-Ah! Como estão crescidos –ela falou. –Com certeza não se lembram de mim. Sou Ruby. Esses são meus filhos: Rômulo, Ramona, Romena, e meus pequenos Riley e Alícia.

-Mãe! –Riley reclamou quando a mãe passou a mão por seus cabelos.

Ruby deu de ombros. Lorena envolveu Rômulo em um abraço apertado. Dave conhecia o namorado da prima, mas via-o muito pouco. Sabia que ele morava no Rio, e pensava que era por isso que quase nunca estava no centro de São Paulo. Agora, sabendo que havia passagens para dentro e fora de Érestha, imaginava que devia ser fácil locomover-se pelo mundo todo, contanto que soubesse para onde a passagem o levaria. Rômulo Weis era um bom homem. Fazia Lorena feliz, agradava Madalena e acariciava o gato pelado quando estava no apartamento. Quase nunca trocava palavras com Dave, mas ele sabia que tinha boas intenções.

-Romena, por que não leva as crianças para comer doces? –Ruby sugeriu.

-Claro! –A menina robusta de peircings e tatuagens concordou.

Dave demorou em perceber que fazia parte do "as crianças". Ele, seu irmão, Romena, Riley e Alícia atravessaram a rua e entraram numa loja que tinha um balcão enorme só de doces e balas. Ele não gostava muito de sair com os filhos dos amigos da mãe. Mas isso fazia Maria feliz, e era assim que deveria ser, sempre. Pelo menos os outros três também não pareciam muito contentes. Apenas Rick estava verdadeiramente animado em relação às balas.

-Então... –Rick falou, olhando para as balas através do vidro. –Qual dessas é melhor?

-Depende do seu gosto –Romena respondeu. –Eu gosto de melancia.

-Eu não vou cair nessa de balas de novo –Alícia, a menina baixa falou, cruzando os braços. –Vai ficar tudo grudado no meu aparelho. Mas eu gosto da de uva. Vai qurer?

-Não –Dave respondeu. Ela parecia irritada. –Acho que também vou querer melancia.

Alguém bateu na vitrine da loja, do lado de fora. Uma garota com cabelos ruivos claro que chegavam até os joelhos acenava para o grupo. Os Weis acenaram de volta.

-Aquela é Lilian –Alícia apresentou. –Meu irmão gosta dela.

-Precisa mesmo contar isso para todo mundo? –Riley reclamou. Os dois eram muito parecidos, tanto de aparência quanto no jeito em que falavam e andavam.

-E quem é a outra? -Rick perguntou. –É um tanto assustadora.

Dave virou-se de novo para a janela. O irmão se referia a uma menina parada ao lado de Lilian, conversando com Lilian. Era muito pálida e tinhas enormes cachos pretos descendo por sua cabeça. Os olhos azuis olhavam com desconfiança.

-Ela é Isabelle DiPrata, filha do diretor da nossa escola. Tem a idade de vocês –Romena respondeu, pagando as balas por todos. –As pessoas acham que ela é legado da princesa Thaila.

-Que ela é o que?

Todos viraram-se para Dave como se ele fosse idiota. Até mesmo Rick.

-Todas as pessoas que fazem parte de Érestha são chamadas legados, pois possuem alguma habilidade especial relacionada com algum dos filhos do rei. Como fazer flores crescerem. –Romena explicou, calmamente. Ela passou a mão numa flor da decoração. Ao toque da menina, ela pareceu ficar mais brilhante, mais alegre. –Há uns doze anos, mais ou menos, houve uma guerra entre Thaila, a herdeira do trono e sua irmã gêmea chamada Tabata. Tabata não entendia por quê Thaila era a herdeira e não ela, se ambas tinham a mesma idade. Quer dizer, o rei um dia decidiu que o trono ficaria com o mais novo dos filhos dele.

-Thaila, ou Tabata. –Rick concluiu

-É... Elas são as mais novas filhas do rei. Na verdade Thaís teve uma filha depois dessas gêmeas, mas não foi com o rei. O nome da criança era Argia, mas essa é outra história. Tabata queria o trono, custasse o que custasse, então resolveu matar os pais e a gêmea, assim ganharia. Um homem que vive aqui e se diz um grande mágico vidente -o que grande parte da população duvida- disse ao rei que o jeito de vencer essa guerra era com um legado de Thaila, que até então não existia.

-E as pessoas acham que Isabelle é esse legado?

-Exatamente. Ter um legado é quase como ter parte da alma de alguém. Claro que não é exatamente isso, mas assim é mais fácil de explicar. Thaila...hã...Liberou, digamos assim, esse pedaço, mas não para alguém específico, ninguém sabe para quem foi. Só o que a princesa sabe é que essa pessoa tem olhos azuis. O rei Éres disse que ela saberá quem é essa pessoa quando a hora chegar. Tabata ficou furiosa com a atitude da irmã e enviou tropas atrás de pessoas com essa cor de olhos. Foi um massacre horrível. Isso tudo terminou com Thaís e Argia mortas, fora milhares de inocentes por toda Érestha.

Dave demorou um pouco para digerir a história. Era muita informação nova num dia só. Ele olhou a menina de cachos negors. Ela parecia esperta, astuta, não parecia temer qualquer coisa. Talvez fosse boa o suficiente para a princesa.

-Acho que foi assim que meu pai morreu –ele deixou o pensamento escapar.

-Talvez. –Romena falou. –Como era mesmo o nome dele?

-Reginald Fellows –a resposta de Rick arregalou os olhos dos outros. –Papai era importante aqui, sabia? Grande amigo da família real ou algo assim. Tenham paciência, meu irmão não sabe de nada.

Todos, com exceção de Dave, riram. De repente abriu-se uma discussão entre Rick, Riley e Romena sobre a história. Dave e Alícia permaneceram quietos, se entreolhando a procura de um assunto ou um argumento bom o suficiente para entrar na discussão dos outros, até que ele perguntou:

-Por que Isabelle?

-Ela é muito conhecida. Seu pai, nosso diretor, serviu ao exército nessa guerra, era um general, um muito famoso. Todos os príncipes e princesas confiam nele. Acho que as pessoas associaram a personalidade do pai à menina de olhos azuis e esperam que seja ela.

-Você concorda? Com essa associação?

-Sinceramente não. Como eu disse, é só uma associação. E ela não é a única pessoa de olhos azuis no reino.

Dave concordou silenciosamente e encarou a menina que ainda estava do lado de fora da loja, conversando. Rick tinha razão, ela era um tanto assustadora.

Seu irmão logo se tornou amigo de Riley e incluiu Dave nesse meio. Riley realmente animou Dave em relação à Érestha. Contou algumas coisas que ouviu da mãe ou dos irmãos. Dave pode perceber que Ramona não gostava muito dos irmãos. Ele não sabia como era ser irmão mais novo, mas não parecia uma boa ideia. Voltaram para a mesa com seus saquinhos de doces ainda discutindo a história. O sorriso de Thaila nas fotos perseguia Dave. Para onde quer que ele olhasse dentes brancos e cabelos pintados o encaravam. Algo lhe incomodava muito nos olhos dela.


De acordo com a LEI N 9.610 DE FEVEREIRO DE 1998, PLÁGIO É CRIME.

Érestha- Castelo de Vidro [LIVRO 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora