XXXIV -Alícia

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Cheeseburger. Alícia não sabia se estava muito cansada ou se estava mesmo sentindo cheiro de cheeseburger. Já faziam horas que eles estavam andando. Ela tivera certeza que estavam apenas fazendo círculos na floresta em certo porto, então eles mudaram de rota e estavam completamente peridos, cansados e com fome. Riley e Dave estavam tentando manter um assunto interessante, mas estava difícil. Por um motivo qualquer, Alícia não fazia parte dessas conversas curtas, mas não era nada com o que ela não estivesse acostumada. Era ela quem geralmente andava mais atrás em qualquer grupo de amigos, e ela quem permanecia quieta e ouvia, pois sua opinião nunca era levada em conta. Ficou um pouco chateada no início, depois nervoza, mas então aceitou que ser Alícia Weis significava ficar quieta e falar apenas quando o necessário. Ao menos podia se preocupar com os prórpios pensamentos e se perguntava o quão grande era aquea floresta. Por quanto tempo ela teria que andar até chegar na civilização?

-Sentiram isso? –Riley parou e perguntou, farejando o ar. –Parece...

-Cheeseburguer?-Alícia completou.

-Isso! Por que a floresta cheira a cheeseburguer?

-Florestas não cheiram a cheesebnurguer. Cheeseburguer cheiram a cheeseburguers! –Dave exclamou, animado.

-Isso me confundiu. O que quer dizer?

-Quero dizer que cheeseburguers... Vejam! –Ele apontou para uma barraquinha de madeira que tinha os dizeres "O mestre dos Cheeseburguers! E também temos bebidas."

Mas não há ninguém ali... Alícia pensou, verdadeiramente decepcionada. Não tentou impedir os meninos de andarem na direção da barraca pois sabia que seria ignorada. Numa situação normal ela jamais os teria seguido, mas "mestre dos Cheeseburguers" era um nome que não se podia negar. E nem a fome. A fome era imensa.

-Oi? –Riley chamou enquanto Dave dava uma volta para procurar por alguém. –Estamos com fome!

Alícia começou a sentir os pés ficarem frios e sujos. Lamacentos. Quando se deu conta, seus dois pés inteiros haviam sido engolidos pela lama que rodeava a barraca.

-Eca! –Ela reclamou.

Os meninos também perceberam sua situação, mas era tarde de mais. Os pés não saíam, estavam grudados.

-Mas que droga! –Dave exclamou.

Os três tentavam inutilmente se livrar da lama pegajosa quando ouviram risadas.

-Caíram, caíram! –Uma voz cantou em comemoração. –Tolos, eles caíram!

-Quem está aí? Nos deixe saír! –Riley protestou.

Eles empunharam as espadas e apontaram em todas as direções, a procura da dona da voz.

-Aqui, seus tolos! –eles se viraram para a colina de onde vieram, onde a dona da voz se encontrava. –Essa área é minha! Não são permitidos aqui. Vou leva-los comigo.

-Mas nós não sabíamos! Não há nenhum aviso, não pode fazer isso –Dave tentou argumentar.

-Pâncreas! Osso! –A mulher de pouco cabelo gritou. Imediatamente dois Basset Hound apareceram atrás dela e latiram. –Me ajudem a carregar os meliantes até a carroça.

Latiram mais uma vez em concordância e correram em direção às crianças. Osso e Pâncreas se mexiam bastante na lama pegajosa e não ficavam grudados, enquanto pegavam as bolsas e espadas ds três.

-Eu juro que jamais vou perdoar Tamires poir ter nos deixado aqui –Riley comentou.

-Como ela poderia saber? –A mulher respondeu ao comentário retórico de Riley e procedeu em gritar com orgulho, sendo ajudada por uivos loucos de seus cachorros: –NINGUÉM NUNCA ACHA O ESCONDERIJO DE DNEVA!

Érestha- Castelo de Vidro [LIVRO 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora