O apito paralisou o jogo, mas não foi totalmente inesperado.
— Seirin, substituição! — o professor que atuava como juiz informou. Taiga respirou fundo e saiu da quadra, trocando um soquinho de punho fechado com Mitobe.
Jogou-se no banco, inconformado consigo mesmo.
— Não sei o que está acontecendo — Riko falou para o rapaz — Tome um tempo, Kagami. Se achar que tem condições pode voltar para a quadra no último quarto.
— Aa — resmungou jogando a toalha sobre a cabeça.
Quando a garota voltou a prestar atenção no jogo que continuava, Taiga apoiou os braços nas pernas, inclinando-se para frente. Seu humor estava péssimo.
— Problemas, Kagami kun?
O ruivo olhou para o lado, dando de cara com Kuroko. Acabou saltando no banco, assustado.
— Desde quando está aí?!
— Fui substituído antes de você.
A informação fez Kagami se estapear mentalmente. Duas vezes. Estivera tão distraído e fora de foco durante o jogo que sequer notara sua sombra saindo de quadra. Como? Agradeceria certo egocentrista narcisico por isso.
Desde quarta-feira, depois daquela pequena demonstração de infantilidade de Aomine a vida não fora mais a mesma. O rapaz não dera sinal de vida, nem sequer com SMS. E Taiga começara a pensar que ele agia como uma criança de três anos que não gosta de dividir o brinquedo!
Porém quanto mais pensava, mas via aquela crise exatamente como ela parecia ser: uma crise de ciúmes! Sem qualquer justificativa ou embasamento. Sem lógica, sem sentido, sem... inclua aqui qualquer palavra do dicionário que aluda ao bom senso.
A quinta-feira fora longa e tediosa. E sem qualquer perspectiva de ter sua revanche, já que Aomine parecia ter sido abduzido por alienígenas (se fosse verdade que sofresse todo tipo de experiência invasiva e testes biológicos e mentais!) Exagero a parte, o maldito conseguira bem o que queria: Kagami não pensava em outra coisa a não ser no fim daquela tarde.
Isso significava entrar em quadra contra Shutoku firmemente decidido a vencer. Mas sem a capacidade para completar a intenção. Toda vez que enfrentava Midorima em uma jogada a imagem mental de Aomine e a lembrança daquela raiva fria vinha a mente de Kagami e dava uma rasteira em sua concentração. Mal conseguia finalizar as jogadas.
Odiava-se por não ser capaz de manter o foco no esporte que tanto amava. Odiava Aomine ainda mais por ser o culpado daquilo!
Nunca se sentira assim antes. Estava perdido. E o maldito nem aparecia na sua frente, para socá-lo e, quem sabe, resgatar sua paz de espírito daquele seqüestro.
Maldito um-contra-um. Maldita aposta.
— Problemas, Kagami kun? — Kuroko repetiu depois de um longo tempo em que Kagami mergulhara em suas reflexões. Fora ignorado da primeira vez. Talvez tivesse uma reposta se fosse um pouco mais a fundo — Aomine kun fez alguma coisa?
Taiga arrepiou-se. Era tão obvio assim?
— Por que acha isso? — entrou na defensiva.
— Porque tudo o que tem acontecido em sua vida ultimamente se relaciona com Aomine kun. Você só fala dele. Pensei que estavam se divertindo bastante.
— Me divertindo? — rosnou — É impossível me divertir com aquele aho!
— Kagami kun tem um jeito bem peculiar de não se divertir.
—...
— Mas seu desempenho hoje tem sido inusitado.
Kagami desviou os olhos e não respondeu. Recebeu aquela frase como uma crítica que se amontoou sobre todas que fazia contra si próprio.
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Tempest (AoKaga)
Fiksi PenggemarAomine não suporta a ideia de ter sido derrotado. Seu desejo mais profundo é devolver a dor e a humilhação. E ele encontra um jeito...(AoKaga) - "Desafio de songfic - Fevereiro" ©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito...