Capítulo 27 - Dorme lá em casa?

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A alegria de Kagami durou pouco. Tão pouco quanto a neve, que afinal foi apenas uma ameaça. A primeira da estação nunca vinha com força total. E também não pode ficar muito tempo andando de mãos dadas com Daiki. O local estava lotado! Era mais fácil soltar as mãos.

— Nunca vamos achar Kuroko por aqui! — o ruivo resmungou tentando ficar próximo a Daiki — Mandamos uma mensagem?

— Não. Deixa aqueles dois terem o seu momento. Nós teremos o nosso.

Kagami não rebateu. Adorou a decisão.

Caminharam até as barraquinhas de comida. Kagami foi direto ao takoyaki e pediu uma pequena montanha! Aomine não se conformava dele conseguir comer tanto. Riu quando o outro espetou o primeiro do pratinho e abocanhou voraz. Queimou a boca, claro. Os bolinhos estavam quentes.

— Bem feito, Bakagami!

O coitado não respondeu, lançando lhe um olhar rancoroso e lacrimejante.

Ali estava menos lotado, por sorte, assim era mais tranquilo comer. Encontraram até um banco vago! Daiki não resistiu e comprou alguns também, já que o ruivo comia com tanto apetite.

Quando acabaram, Kagami sorriu.

— Chocobanana?! — perguntou e nem esperou resposta. Já foi em direção a barraca comprar o doce. O outro ficou no banco, guardando lugar. Observando desinteressado as pessoas que passavam, a grande maioria metida em kimonos. Todos se divertindo muito com o festival.

Kagami demorou um pouco, voltando com duas bananas no espeto, cobertas com chocolate e confeitos. Estendeu um para Aomine, que aceitou. Mas o rapaz quase engasgou assistindo enquanto o ruivo levava o doce aos lábios. Mal conseguiu disfarçar, embora Taiga nem se desse conta do desconforto hormonal alheio.

— E agora?

— Você não veio aqui só pra comer, veio? — Daiki debochou.

— Claro que não. Mas alguém atrasou quase uma hora. Perdemos a parte das apresentações culturais — rebateu com um bico — Pelo menos não perdemos o Hanabi.

— Acho que não vou ficar pra ver os fogos — ele revelou indiferente, pegando Taiga de surpresa — Pelo horário não dá tempo de chegar em casa. Minha mãe está enchendo o saco porque minhas notas caíram...

Essa última parte devia agradecer ao rapaz sentado ao seu lado, a quem enviou um olhar bem rancoroso, obrigado. Sim, a culpa era de Aomine mesmo, por exigir que ele respondesse os exercícios da escola. Mas como ia adivinhar que o cara era tão ruim nas matérias?!!

— Então dorme lá em casa — o ruivo ofereceu, evitando devolver a mirada.

— Ee?

— Passa a noite lá em casa — repetiu — É mais perto, podemos ver os fogos.

— E fazer "saliências"? — Daiki provocou meio falando a sério, condenado pelo sorriso torto.

— Convite cancelado — cruzou os braços chateado. O outro sempre tinha que importunar e acabar com uma conversa séria?

— Não fica assim, Bakagami. Eu vou pra lá. Só preciso avisar aquela mulher — ficou em pé — Vamos pra um lugar mais calmo.

Tiveram que sair um pouco da parte principal, para que Daiki pudesse falar ao telefone. Ali o som da multidão chegava abafado até eles. Ainda que tivesse algumas pessoas em derredor, em busca de privacidade, foi fácil encontrar um banco vago. Kagami sentou-se e apenas observou Daiki se afastar para o lado, pegando o telefone do bolso e discando pra mãe.

Tempest (AoKaga)Onde histórias criam vida. Descubra agora