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A caminho da escola tentei quebrar o gelo, que eu mesmo havia imposto, mas como já era de esperar meu pai foi subtil.

- Pai... eu não... - falei em curvas.

E ele me interrompeu dizendo:

- Olha, filho eu sei que você não quis dizer aquilo, sei que foi na brincadeira. Não te preocupes não posso levar a verdade à peito, enquanto não for realmente adulto, para que seja o pai mais convicto perante você, porém quero que esqueças isso e vamos pra frente, porque na vida ainda tens muitas desculpas a dar.

Depois do que ele disse só me bastou assentir com a cabeça e esperar que chegássemos à escola.

No caminho, eu já pensava no dia que iria ter: aos dois primeiros tempos eu teria Sociologia e meu pai iria conversar com o professor acerca da desavença que eu tive com ele e na qual eu iria humilhar-me ao pedir desculpas ao professor, mas não faz mal o que é do professor está guardado.

No terceiro tempo eu iria ter Psicologia, talvez seja uma boa opção para mim Universidade, até porque meu pai já disse que eu sou psicótico, que seja... continuando, ao quarto e quinto tempo haveria uma pequena palestra sobre o O.G.E ( Orçamento Geral do Estado ), com isso quero dizer que naturalmente, teria os três últimos tempos livres e eu nem pretendia assistir a palestra, daria uma fugidinha para ficar com a Vanessa e alguns dos nossos amigo: Lexie, Tessa, Pedro, Carlos, Lúcio, Abigail e mais alguns que, naturalmente, iriam também baldar à palestra connosco.

*Momento Flashback*
Não que seja uma forma de me gabar, mas para as provas de
Ciências Política e Sociologia, eu normalmente fazia numa sala, em que só havia eu, o professor de Educação Física, que na Primária apelidei-o de Dumbo porque ele tinha umas orelhas mesmo grandes.
Só não vejo necessidade de fazer as provas sozinho numa sala com o Dumbo e o motivo eu até hoje nem sei.

Agora já me entendem acerca da teoria de conspiração?
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Chegado na Escola, meu pai foi conversar o meu professor de Sociologia e me obrigou a pedir desculpas ao panaca, mas como eu já disse, o que é do professor está guardado.

Depois da humilhação, fui até à lanchonete da escola, olhei ao redor procurar pela minha zona de conforto ( Meus amigos ) instantes depois vi-os no fundo e fui em direção à eles.

Ao chegar lá notei que nem Nessa, Tessa e Abigail estavam presentes, quanto a Abigail era normal porque ela era meia estranha, ups, *reservada* no verdadeiro sentido da palavra, gostava de andar pela sombra, era meia estranha mas legal. Já Tessa, chegasse sempre cedo e me esperava na porta da escola, era quase uma forma de ritual, quando um de nós chegava cedo esperava sempre o outro na porta, mas de umas semanas pra cá ela e Nessa têm estado muito amigas algo inquietante mas não muito preocupante, afinal de contas, eram mulheres!

Nessa, ia à escola um pouco tarde mas sempre antes de mim e me esperava no Pavilhão Esportivo da Escola ou mesmo nas escadas de emergência que raramente vi-a por aí passar pessoas, porque nunca havia emergências na escola, o fazer?! É uma escola quem iria icendiá-la?!

- Olá Malta! - cumprimento.

Lexie, Carlos, Pedro, Lúcio e uma miúda que mal conhecia corresponderam ao cumprimento:

- Olá Du!

Sério? Du?
Du era a abreviação de Duarte que era meu nome do meio mais concretamente, era o nome de solteiro da minha mãe, Natacha.

- Viu o jogo do Madrid? - pergunto Lúcio rindo na minha cara pela derrota que a minha equipa de futebol sofrera na noite anterior.

- Sim e sim, mas tenho a declarar que foi um jogo treino porque pro ano a Taça será nossa. - retruco.

- Ah! Marcos, você tem sempre uma desculpa a dar. - diz Lúcio.

- Simplesmente finja que era a equipa júnior que estava jogando. - retruco.

- Não, não chama-se mal perder. - intervém Carlos.

- Ah pois! Como queiram. - digo.

Olho para esquerda de Carlos e sem pensar em regras de etiqueta, pergunto:

- Quem é essa daí?

Sei lá, sou daquele tipo de pessoa que gosta de falar tudo aquilo o que pensa, a minha forma espontânea de falar e refilar, sempre incomodou as outras pessoas, e por vezes falo sem pensar.

Lexie olha para mim como quem diz " A sério? Essa daí?!", mas simplesmente sorri.

- Enfim! Tu já não tens remédio. - afirma Lúcio.

- Essa daí é a minha namorada seu panaca, o nome dela é Laura. - diz o Carlos de maneira resmungona.

- Oi Du! - diz Laura constrangida com a situação que mal teve a intenção de provocar.

Elegantemente, ajoelho-me, seguro a mão de Laura e beijo-a ( a mão claro ).
E digo:

- Oi Laura. - digo com uma voz de sexy para provocar o Carlos.

Lexie, Pedro e Lúcio caiem em gargalhadas, Carlos fica chateado e solta um palavrão que pouco faz efeito em mim.

Olho ao redor e todo mundo estava olhando para a cena que eu acabara de fazer e que estavam rindo aos cotovelos.

Faltavam 15 minutos para o começo das aulas e nenhum sinal de Tessa e Nessa, eu já começava ficar impaciente até que as vejo chegar um pouco apressadas.

- Finalmente, dão o ar da vossa graça! - exclamo mesmo elas estão perto de nós.

Tessa dá uma revirada nos olhos seguida de favas e eu dou-lhe um beijo da testa.
Já Nessa abraça-me, algo pouco incomum, já que normalmente não demonstramos muito afecto físico em público, mas nada tenho a reclamar se estou a gostar.

- Oi Nessa! - digo.

- Oi Du! - diz ela.

- Porque demoraram tanto? - questiono.

- É que nós... é coisa de mulher. - responde ela meio enrolada.

Não que eu queira ser persistente demais mas Nessa estava me escondendo algo e de alguma forma Tessa estava envolvida e eu tentaria perguntar a ela mais tarde.

Conversámos um pouco e depois cada um seguiu para as aulas.

Tessa teria aulas de Sociologia comigo, Nessa, Lexie e Carlos.

Já Lúcio, Pedro e a nova integrante do bando maravilha, que eu mesmo apelidei, Laura, teriam aulas de Química.

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