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Ao entrar na sala de aulas fui directamente ao meu lugar e sentei. O professor de Sociologia ou como eu o chamava "Porco Espinho", o seu verdadeiro nome pouco me interessava mas creio que era Roberto Kappa, deu início a aula dele após o toque do sino e até aí não havia nenhum sinal de Abigail, e isso já começava a me preocupar porque ela não era alguém que chegasse tarde, ao contrário disso ela era uma viciada na escola, ela chegava sempre duas horas antes do início das aulas eu até hoje me pergunto, como é possível alguém gostar tanto da escola.
Abigail era boa pessoa, muito calada, reservada, há até quem pense que ela seja bipolar porém não acho que ela seja mesmo isso, para mim Abigail Ceita é uma pessoa sim reservada mas que tem seus limites quanto ao meio social que a rodeia, ela pode ser uma pessoas que fala pouco mas quando fala é para você ouvir e calar porque daí só sairá a verdade e nada mais que isso.

De regresso à aula o Prof. Porco Espinho estava a criar um debate sobre a homossexualidade, algo um pouco desagradável para se debater mas que bem poderia vir para a prova a Evolução das Tendências Sexuais do Homem, não que eu seja contra, eu até aceito a homossexualidade porém não concordo com ela, mas se ser assim faz a pessoa feliz nada tenho a contestar e fim de conversa.

De repente sinto um papel bater em minha cabeça, o Porco Espinho não deu conta, então apanhei o papel vi que fora atirado por Lexie e li o estava escrito:

- Onde está Abigail? - dizia ela.

Saio do meu lugar e mesmo assim o Porco Espinho nem deu conta e vou até a carteira de Lexie que sentava sozinha.

- Não sei. Pensei até em perguntar-te. - digo.
- Que estranho. - afirma ela.- Ela nunca chega tarde.
- Pois é, acho melhor ligarmos para ela. - acrescento.
- Boa ideia. - diz ela. - Vamos dar uma desculpa bem elaborada ao professor que ele nem vai reclamar.

Mas antes que pudéssemos levantar, Abigail entra de rompão na sala e pede desculpas ao professor pela demora e sentasse no lugar dela, que é na mesma carteira que eu, saio do lugar de Lexie e volta para minha carteira.

- Olá AB! - digo.
- Tudo bem Du?- diz ela.
- Nos conformes da regra e aí? -pergunto.

Silêncio.
Não levei a mal, notei que havia algo há mais aí, mas também sabia que de jeito nenhum ela iria contar.

Mais tarde, após a aula de Sociologia aproveitei a pausa de dez minutos, e fui ter com Tessa e fiz a minha investida:

- Teresa. - chamei.
- Sim Marcos. - responde ela.
- Posso saber o quê que tu e a Vanessa têm andado a fazer nas últimas semanas? -Por que têm estado tão amigas? - questiono.

Tessa revira os olhos e em seguida olha de relance para mim que fixo o olhar nela e em seguida diz:

- Olha eu não gosto de ser fonte de fofoca mas uma coisa posso te dizer...

Para o meu espanto ela diz em voz bem alta que chama a atenção de todos na sala:

- Isso não é da sua conta Marcos! - exclama ela.

Constrangido com a situação que Tessa acabara de me meter levanto-me e saio da sala e não voltaria a entrar e Vanessa vai logo atrás de mim...

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