- A Vanessa? - pergunta o Jorge.
- Não faço a mínima ideia. - respondo.
- Porquê? - pergunta o Jorge.
- Simples... já não namoramos. - respondo.
- Porquê? - pergunto o Jorge.
A curiosidade há de matar o gato, eu juro.
- Traiu-me. Segundo ela diz. - digo.
- E tu não acreditaste? - pergunta ele.
- Muito sinceramente, eu já nem sei no que acreditar. - digo.
- Por mim eu pegava a irmã dela como vingança. - diz o Daniel.
Fora de questão, mas não deixava de ser uma má ideia. Posso tomá-la em consideração num momento de crise.
- Não faz o meu género. - digo.
- E quem faz o teu género? - pergunta o Daniel.
- Não me apetece responder. - digo.
- Por quê não? - pergunta o Jorge.
A curiosidade pode até matar o gato, mas um gato de chumbo como esse, ninguém supera.
- Poupem-me, por que já dói-me a cabeça. - digo.
- Está bem. - diz o Jorge.
- Deve ser por causa dos cornos. - diz o Daniel.
Minhas senhoras e meus senhores, eis um daqueles comentários de "conversas de quintal" que podem muito bem provocar a III Guerra Mundial. Ele podia muito bem ter guardado aquele comentário só para ele, mas boca tentou a mente.
Pensei em chegar ao ponto fraco dele falando da Tessa, mas não adiantava eu estava em pleno sinal de tristeza para provacá-lo além do mais eu estava ficando com preguiça de falar.
- Isso é estranho. - diz o Jorge - Ele nem respondeu, é sinal de que está mesmo mal.
- Já passa. - diz o Daniel ainda tentando me provocar.
- Deixa-o em paz. - ordena o Jorge.
- Está bem. - diz o Daniel.
Para que conste quem cala nem sempre consente. Mas pode estar a ver como atacar.
Dali em diante mas ninguém falou parecia melhor assim, mas também notei que calado eu entrava em pensamentos e acho que já dá para saber se pensava em quê e em quem, não é? Era estranho. Parecia que eu a odiava mas também a amava, tudo ao mesmo tempo. Até pensei que tinha dois corações... um que amava e outro que odiava, ou então, o meu único coração foi dividido em dois. E se estivesse dividido será que ainda seria possível concertá-lo? Muito sinceramente, nem eu mesmo sei responder esse pergunta, é que eram tantas perguntas que eu até ficava desorientado.
- Desculpa Du. - disse o Daniel.
- Como queiras. - digo.
- Sério? - pergunta ele.
- Estou sempre sério. - digo.
E por aí a conversa morreu, seguimos o caminho todo para a escola em silêncio sem que ninguém falasse.
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Era uma bela manhã no Cais do Porto de Luanda, o céu estava aberto na expectativa de um dia ensolarado e que para quem trabalha no Cais a vinda do Sol tinha as suas vantagens e desvantagens.
- Mas que calor hein! - dizia o Fernando.
- Pois é! - diz o Tito concordando - Mas como sempre meu caro amigo, hoje não há tempo para falar, temos de trabalhar no duro para pôr comida em casa. - acrescentou ele.
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Venha A Mim
Mystery / ThrillerNa vida haverá sempre aquele momento que teremos de enfrentar as pessoas que mais amámos. Este livro vem ressaltar a história de um jovem que sempre pensou conhecer muito bem a sua namorada. Num turbilhão de acontecimentos ele vê chegar um arquivo d...