Eu queria muito ter uma mãe. E eu meio que conseguia, quando vinha para a casa da Rita, a mãe dela a dona Carmela, era uma mulher maravilhosa, como cresceu dentro da La Rosa, se tornou parte da minha vida ainda na infância, passei muito tempo com meu tio José o irmão mais novo da minha mãe, e por consequência agarrada as pernas dela dentro da cozinha, e assim me tornei amiga de Rita também. Ela era gentil comigo, era educada e bonita, do jeito que eu imaginei uma mãe, do jeito que imaginei que minha mãe seria se ela estivesse aqui. Estávamos sentadas na sala de estar da casa delas, comendo sorvete, e assistindo Gossip Girls, pela nem sei qual vez mais.
- Querida, seu pai está viajando?- Ela perguntou, de uma maneira carinhosa, Rita se parecia com ela, os cabelos os olhos, o jeito atencioso, o pai dela trabalhava com meu, e quando ele morreu, foi muito triste, mas elas estão melhor, por que a casa consegue se manter sem o homem, mas sem a mulher desmorona - não e um pensamento, sei lá, feminista ou machista, e a verdade, em alguns casos, como o da Rita e da mãe dos gêmeos, no meu caso, a minha casa continuou de pé, por causa da dona Carmela, da minha avó e o tio Franco, tia Val ,por que se não fossem eles, eu não sei...
- Sim, ele viajou com uma tal de Yama Nashimiko. - Respondi
- Wow! Ela e tipo uma das chefonas na Yakuza, ela e muito poderosa! - Falou Dona Carmela, e logo riu - O que acha de seu pai arrumar uma namorada? - Enruguei a testa só de pensar, por que ele iria querer arrumar uma namorada? Ainda mais uma do outro lado do mundo?
- Por que? Ele passou dezessete anos sozinho, por que ele teria que arrumar alguém agora? - Falei encarando Blair e Chuck brigando mais uma vez.
- Sei, lá toda panela velha tem tampa! - Ela diz como se não fosse nada.
- E a senhora já pensou, em arrumar outra tampa? - Rita perguntou, entrando na onda. Dona Carmela me olhou e olhou a filha, já vermelha, se levantou.
- Eu... ah... eu... tenho que ir, e vocês se comportem! - Mandou indo para a cozinha com a louça, eu e Rita caímos na risada. Eu me sentia bem, aqui muito melhor que em minha casa, ou em qualquer outro lugar.
Quando voltei para casa, a noite as ruas pareciam mais vazias que o normal, então eu apertei o passo, por que eu sou uma cagona! E foi nesse intervalo entre eu começar a apertar o passo e correr, que eu ouvi passos. Eles vinham a toda na minha direção. E o pior e que eu me encontrava de botas de salto, ou seja, bem fácil de correr. Vacilei por um segundo quando virei a esquina para olhar para trás. Nunca jamais olhe para trás. O cara era alto, robusto, usava uma camisa do Yankees, corri mais, só que como todos devem saber, não sou uma corredora nata, ele pulou em cima de mim, tentei me soltar, e fui com tudo no passeio, cai de quatro, enquanto ele se levantava para uma nova investida, senti a minha perna esquerda fraquejar de leve. Forcei a levantar, a dor era de mais, parecia que eu tinha quebrado, me arrastei até o poste, que já dava piques, a primeira coisa que vi foi o brilho do metal da arma, homem mirou em mim, prendi a respiração. Quando ouvi um tiro, dois para ser mais exata.
Abri os olhos, eu estava inteira. Aleluia! O homem estava caído, a minha frente, com sangue saindo de sua boca, minha perna latejava.
- Marissa? - A voz do Sr. Santori, soou na rua, gemi baixinho, quando o homem de terno veio correndo em minha direção - Oh! Dio Santo! - falou em italiano, ergui o braço e ele me ajudou a levantar, logo estava em seu colo, sendo levada para casa, e o engraçado e que eu não estava muito longe de casa, apenas alguns minutos.
Tio Franco, veio correndo me ver. Fui levada para a cozinha me sentaram no balcão.
- o que aconteceu? - Ele indagou olhando em meus olhos, segurando meu rosto em diversos alguns procurando por qualquer indicio de drogas ou qualquer coisa - ela está chapada?
- Não.- Santori responde pegando, a água burricada, e jogando no joelho, que ardeu, poxa como ardeu, mil agulhas entrando no meu joelho, por que os mais pequenos doem?
- Bêbada? – Meu tio tenta de novo.
- Não. - Mais uma sessão de água fazendo minha pele arder
- O que foi que aconteceu? - Meu tio tinha as mãos no cabelo e os puxava, para cima, o deixando com uma cara de louco.
- Tentaram matar a senhorita! - Ele diz, passando um remédio - Vai precisar de pontos, foi feia a queda... já volto! - Falou saindo da cozinha, meu tio tinha pegado um copo de uísque, ele parecia desolado. Parece que o corte não foi tão pequeno quanto imaginei.
- O que está acontecendo? - Perguntei, tomando o copo dele. Ele me encara, e puxa o banquinho, suspira baixo, e murmura algo em italiano que não compreendo.
- Issa, eu pensei que esse dia não chegaria nunca, ainda mais com o seu pai no Japão. - Oi? Do que ele está falando?
- Tio, o senhor está me assustando! - Falei, ele segurou minha mão.
- Sabe que seu pai, e o maior Capo?- assenti enquanto ele buscava as palavras certas - Ele governa NY, mas sabe que o Yankee, e um lugar hostil, ninguém consegue o controle sobre aquela área, seu pai tem a parte do Brooklyn e Manhattan, mas o Bronx quer mais, o Harlem também, os valetes, e a punho de ferro, querem o Yankee, eles vão travar uma guerra pelo poder, seu pai oferece as drogas e armas...- ele fez uma pausa como se ponderasse o que podia me dizer ou não - Entenda filha, você está, no meio de uma guerra, qualquer coisa que eles puderem fazer para afetar seu pai, eles vão fazer, esse atentado de hoje, foi só uma prévia, Marissa, eles querem tomar o poder, e você e um caminho fácil para isso - ele diz, acariciando minha mão.
Santori, deu os pontos, e depois de quase uma garrafa de uísque eu consegui dormi, ou quase.
Alguma coisa nessa história não fazia, o menor sentido, e isso me deixava frustrada. Desde pequena estou acostumada a atentados e coisas do tipo, mas nunca de uma maneira tão aberta, abracei meu travesseiro com força, e me concentrei em coisas que me deixavam felizes.
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Garotas da Máfia - Vol. 01
RomanceA máfia esta nas ruas, em sua guerra publica. Mas dentro dela existem suas próprias batalhas, e como uma boa garota, ela deve vence-las.