Capítulo 13

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Depois que saí do galpão, peguei minha carteira, e caminhei de volta para a cidade,eu precisava pensar, o que eu fiz, parecia ser coisa de filme,me sentia um pouco estranha, estava confusa precisava de algo que me fizesse desligar da realidade pelo menos por um tempo, precisava fugir, e já sabia qual trem eu tinha que pegar. Resolvi pegar um táxi e seguir para o único lugar que estaria razoavelmente segura, tanto de mim, quanto dos outros.

Atravessei a rua e entrei,na pequena cafeteria,pedi um latte de chocolate,para viagem, comprimentei a mãe biológica de Martín e subi para o andar de cima,o pai era dono do prédio, e deixava que a mulher que lhe deu um filho manter um pequeno comércio,pelos bem prestado a família Hasting; Martin descobriu que a esposa de seu pai Amélie não era sua mãe biológica, por uma série de fatores incluindo a pouca idade da mesma que o levou a um surto, ele descobriu Doris, quando estávamos no segundo ano,assim como toda nossa pequena turma, vinha muito aqui. Ou melhor venho. O WillyCup é famoso pelos expressos e por ser um dos melhores pontos de venda de drogas, a oeste do rio. Assim que cheguei ao segundo andar Martín e outros dois caras jogados no sofá, um era barbudo e o outro estava de terno. Esse segundo me lembrava muito Cortez, parei segurando a maçaneta da porta.

- Issa!- Martín se levantou correndo e veio ao meu encontro - Não esperava ver você aqui ...- diz com a voz um pouco arrastada, por mais que eu quisesse ficar longe dele, sempre acaba atraída de volta,como um imã.

- Hum, eu...Ahn... Queria saber se você teria algo?- perguntei ainda um pouco desconfortável com os olhares dos outros dois.

- E claro que eu tenho tudo para minha princesa!- Ele ergueu os braços acima da cabeça, sorri, estar perto dele era como,uma lembrança desgastada mas que você não quer abrir mão - Esses são meus meios irmãos Állison e Ruth - Diz apontando para o cara barbudo,e para o menino que parece com Cortez que por sinal era seu irmão. Ambos me dão uma olhada de cima a baixo e sorriem como se eu fosse um petisco. Meu cérebro começou a funcionar, tentando concertar as palavras, mas a linha de raciocínio foi interrompida por um estalar de dedos na minha frente - Vamos pro terraço!- E estendeu a mão para mim,a peguei e deixei me levar para aquela área tão conhecida.

O terraço, era como qualquer outro, a única coisa que tornava o lugar especial era um pequeno sofá cama, verde merda, com almofadas vinho, que ficava sob uma armação de pisca-pisca. Lá em cima, haviam outras pessoas, algumas meninas que já havia visto na escola, homens e garotos que faziam parte de gangues menores, me cumpriemntaram com um aceno de cabeça, devolvi o gesto indo em direção ao sofá me sentei na ponta e peguei o isqueiro da minha mãe com uma rosa incrustada, havia roubado o item de meu tio Rodrigo na última vez em que fui visitar minha abuela, e o pessoal que mora no territorio de La Rosa, meu tio não falava muito sobre minha mãe na verdade ninguém, além de minha avó fazia, meu tio era só uma criança de colo quando meus pais se conheceram e resolveram aumentar as apostas para aquelas duas famílias iniciantes, ele não passou muito tempo com ela após o casamento, mas mantinha fielmente um altar em sua homenagem, geralmente me juntava a eles para comemorar o dia de los muertos, mesmo que me cause um pouco de dor; Afastei o pensamento da estranha relação familiar e me foquei no enrolado que ele me entregou o cigarro, o acendi e levei aos lábios, fechei os olhos ao tragar,soltei a fumaça dançante entrar por meu corpo, e me preencher como se nada mais fosse importante. Começando a sentir meu corpo entorpecer levemente e fechei os olhos, deixei a mente vagar nos últimos acontecimentos, a morte de Bryant, a viagem de papai e a aparição de Lucas em minha vida.

Eu estava em uma bolha de felicidade sentada no chão, vendo o belo pôr do sol alaranjado roxo,e rosa, minha mente, tudo era tão bom o pôr do sol, o trânsito, era tudo tão feliz,me sentia em casa, o caos dentro de mim se acalentando, se conformando com nosso Destino, uma esposa troféu para um babaca, um brinquedo a ser dado como prova de boa fé; meu estômago embrulhou senti os braços de Martín se enroscarem a minha volta. Essa proximidade não me deixava, mas tão satisfeita assim.

- Issaaa,olha como tuuudo está tão bonito,eu adorei que você tenha vindo - Diz arrastando as palavras e rindo,fecho os olhos - Eu tenho uma surpresa pra você!- Diz se levantando mas caindo logo em seguida, todos riem,encosto a cabeça no sofá. E conto,até três para conseguir me levantar, preciso sair daqui, tenho que ir embora. Coloco as mãos uma ao lado da outra e faço força para levantar,quando escuto o barulho, um. dois.três. altos e claros, são armas,meu cérebro começa a processar, me jogo no chão, e bem e tarde de mais, algo acertou meu braço com força,arde e queima e parece perfurar a pele,coloco a mão sobre o local da dor, olho para minha mão, ela está vermelha, isso foi um tiro. Fico parada,e tento me focar em algo além das cores,quando ouço mais tiros,fecho os olhos eu estou com tanto sono, sinto meu corpo ficar leve,não consigo me mexer,dói muito e aos poucos comecei uma briga interna para tentar ficar acordada,só que não estava dando certo,a cada vez que meu raptor/salvador se movia ficava mais difícil, fechei meus olhos ao som do meu nome.

- Marissa!- Meu rosto foi segurado,mas não conseguia ver quem era - Olha pra mim.

Fechei meus olhos,e voltei para o familiar escuro. Eu tenho passado muito tempo aqui.

Garotas da Máfia - Vol. 01Onde histórias criam vida. Descubra agora