Capítulo 18

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Acordei com o cheiro de café e canela,meu estômago roncou,me virei de lado,e cada toque cada sensação que eu senti na noite passada,voltou como uma onda,um arrepio cortou minha espinha,me sentei e puxei o lençou para mim, fiz meus olhos se acostumarem com a claridade,e tudo parecia bom,meus problemas não eram mais meus,eu podia ser outra pessoa. Estava em meus devaneios,quando senti a cama afundar um pouco,olhei para o lado e me deparei com um Lucas de terno,e cabelos mais organizados, e usava sapatos fechados. Fiquei um pouco supresa mas, sorri ele fica bonito assim, sério. Mais adulto.
- Bom dia!- digo me espreguiçando, ele me entrega uma caneca de café,bebo um pouco.
- Bom dia Issa...- ele parece mais velho, um pouco amargo ate. - precisamos conversar!- ihh,lá vem aquele velho papo,de você e legal,mas não posso ficar com você,o problema e comigo.
- tudo bem!- entrego a caneca de volta,e me enrolo mais. Ele acompanha os movimentos.
- Eu me odeio,pelo que fiz ontem,não foi justo com você .- ele diz, mas como assim eu queria ele também, então pra que esse drama todo.
- ta tudo bem!- digo e toco seu braço,ele parece nervoso - quero que me ajude!- ele me encara
- preciso que me tire de Nova Iorque,preciso fugir do meu pai!- conto e ele não expressa nenhuma reação, depois do que pareceu anos ele acente com a cabeça e se levanta.
- você pode pegar o avião do meio dia,para a Itália, vou ligar para o aeroporto!- diz pegando o telefone e saindo,ele não me entendeu, eu queria que ele fosse também,mas não disse nada,apenas me levantei e procurei minhas roupas,me vesti e fiz um rabo de cavalo, minutos depois ele aparece na sala.
- vamos?- pergunta. Concordo só com a cabeça o quanto mais longe eu ficar do meu pai,melhor.

Não prestei muita atenção,para onde estávamos indo minha mente divagava, em toda essa confusão que minha vida estava,eles queriam o controle da máfia, mas queriam que eu renunciasse, e o controle do Bronx? E esse Matteo? Onde ele entra nisso tudo a La rosa,não estaria também no meio dessa guerra? Estava tentando achar uma ligação entre todos esses pontos quando notei que já estávamos parados, em frente a minha casa.
- Lucas, o que estamos fazendo aqui?- perguntei em quanto ele me puxava para dentro de casa,tentei me soltar mas ele me puxava com mais força - Lucas por favor...- pedi,ele não parecia a mesma pessoa,quem e você? Quis gritar mas não encontrava a voz. Quando passamos pela porta toda a familia estava lá, meu tio franco e a tia Val estavam lado a lado,ambos estavam tristes. Lucas me soltou, quase cai. Meu "irmão" desceu as escadas, e parou na minha frente.
- A boa filha a casa torna!- e bateu palmas,e eu o encarei com nojo. - foi mais fácil do que eu planejei.- ri cínico.
- do que você está falando?- pergunto cruzando os braços.
- ele ainda não te contou?- pergunta r olha para Lucas - Quero lhe apresentar meu melhor agente de campo,filho de seu segurança - Santori? Como assim ele .... O que? Minha cabeça da voltas - quero que conheça Lucca Santori!- diz Lucas ou Lucca,olha para ele de maxilar travado - seu pai precisava saber das suas loucuras,então mandou infiltrar um homem na sua vida! E todos sabiam menos a burrinha da Issa!- diz olho para todos eles tem expressões vazias,principalmente Lucas.
- isso e mentira!- digo, Matteo parece se divertir mais ainda com minha recusa - ele gosta de mim!- digo.
- ah,que pena,tadinha da Marissa, perdeu a mamãe, o papai não gosta dela,os tios mentem para ela, é o carinha que ela ama e uma farsa criado só para te enganar! - grita
- seu porco nojento!- digo,e me viro para sair,mas Lucas me segura,o empurrou com toda minha força - não me toque jamais!- digo, tento sair, mas Matteo me segura chuto o meio de suas pernas,ele se agacha de dor mas já desfere um tapa em meu rosto que me leva ao chão, me levanto,correndo e subo as escadas, meus tios tentam me segurar,mas tudo o que faço e gritar para todos eles.
- eu odeio todos vocês, finalmente conseguiram!- digo e corro para meu quarto,tranco a porta um choro compulsivo toma conta de mim,caio atrás da porta e tento me concentrar, ele mentiu para mim. Ele mentiu. Tiro minha roupa e entro no chuveiro,tomo um demorado,esfrego cada parte do meu corpo com nojo de seu toque.
Termino o banho e coloco um pijama,estou enjoada, era isso o que ele queria dizer quando falou para confia nele. E a burra caiu feito uma patinha, me encolhi debaixo da colcha da minha mãe, meu avô estava certo, mas como posso sair daqui? Eu queria morrer humilhada,afrontada, enganada dentro da própria casa! Minha auto lamentação foi interrompida por batidas na porta seguidas,pela mesma sendo aberta,respirei fundo,e senti a cama se afundar,uma mão tocou meu braço, me encolhi mais.
- olhe para mim Marissa!- a voz do meu pai soou serena bem diferente do normal, me virei por que? Por que sou uma boa menina. Ele olhou para meu rosto,e uma sombra de ódio passou por seus olhos. - filha renunciar,não e sinal de fraqueza, e sim de coragem!- ele diz - sinto muito que o garoto tenha brincado com seus sentimentos, e sinto também por Matteo, ele não queria ter levantado a mão contra você!
- imagino!- digo seca,então em um surto de ideia - vou renunciar, amanhã sairei para comprar uma roupa adequada,posso ligar para Rita? Tenho sido uma menina muito mal criada!- falo e encolho os ombros, papai sorri,mas uma sobrancelha ainda está erguida.
- sem lutar, nem brigar?- pergunta
- sim,vou me comportar. Vou ser fisioterapeuta papai. - digo dando um sorrisinho,ele me encara mas concorda.
- certo, ligue para a Rita então. - ele passa a mão por meu rosto e sai do quarto. Querido papai,não deveria ter feito isso.

Garotas da Máfia - Vol. 01Onde histórias criam vida. Descubra agora