Capítulo 03

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Bato, duas vezes na porta do laboratório de ciências, espero o convite e entro ao ouvir um grunhido como resposta. Sou educada quando quero. Abro a porta e a Sra. Abbey me encara

- Fui comunicada de que teve de levar seu pai ao aeroporto, pode se sentar! - Só que eu não me sentei imediatamente, eu fiquei em pé, olhando para minha bancada que geralmente ficava vazia, mas hoje, estava ocupada, por alguém, alguém muito gostoso. E que porra, era divino.

- Quer assistir aula em pé? Ou vai dar aula para mim? - Sra. Abbey me pergunta, a turma completa a cena com risada a encaro, sem entender o motivo de ter um novo parceiro de laboratório, e metade do semestre.

- Talvez. – Respondo, e olho para meu lugar, caminho a passos vagarosos até a quarta bancada da direita. Arrasto o banco, e jogo a bolsa na mesa, e observo o garoto do lado. Ele e lindo. Simplesmente lindo, a pele tem aquele leve tom de quem costuma caminhar ao som, mas com uso de protetor, os olhos são de um castanho que beira o chocolate e um buraco escuro, os cabelos caem sobre os olhos em mechas grossas tão castanho quanto os próprios olhos, ele e normal. Mas, essa normalidade, o faz bonito de um jeito quase divino, ou devo dizer demoníaco, sei disso, assim como ele.

Seu nariz e fino, não aquela coisa grande ou grossa de mais, podia até dizer que é um nariz de moça, os lábios eram bem definidos, e tinham uma leve curva nos de baixo. Os braços eram fortes daquele jeito sensual, e eu posso garantir, que o material por baixo da blusa era incrível. Ele sorriu para mim, como se lesse meus pensamentos, o sorriso aumentou com uma pequena tombada de cabeça.

- Sou Lucas Santos - ele tinha um leve sotaque, que o fazia fofo e sexy. Ui! Estendeu a mão, para mim, a voz rouca era de matar, qualquer um. Peguei sua mão de leve, por que 1) eu sou a filha de um mafioso 2) as pessoas podem tentar te envenenar pelo toque - fica a dica - 3) ou por uma agulha do até braço atrás do relógio. E ficou me encarando, mesmo sendo comum, eu o achei exótico, e seus olhos pareciam me convidar para uma conversa silenciosa e muito prazerosa também. Ele coçou a garganta e me encarou. Eu não tinha me apresentado, pisquei meus olhos e sorri sem graça, maldita ressaca.

- Sou Marissa De Angeles.- disse e ele olhou para o boneco a nossa frente. Acho que ele queria saber o para que daquilo - e para a aula de anatomia, estamos estudando nervos; localização; finalidade.

- Ah, legal - foi tudo o que ele disse, eu acabara de perceber o que estava acontecendo na escola, era Lucas, eu agora só tinha que decidir onde ele iria parar, ele e bonito, podemos ficar e só. Eu sempre consigo o que quero. Isso é um fato. Eu não vou me apaixonar isso, aqui é vida real, Issa De Angeles, não se apaixona, eu sou a herdeira da máfia, a destruidora de corações. Eu não brinco em serviço. - O que você sabe sobre os nervos? - Ele me questionou, eu nem tinha reparado no que estava fazendo, eu tinha começado a anotar as ligações, onde elas iam, e para que serviam. Larguei a caneta.

- Algumas coisas. - Menti, para ser fisioterapeuta tem que entender muito disso, por que além dos músculos temos que saber onde cada pontinho se liga, sem contar que sei, imobilizar um homem somente com as mãos. Só que eu não contei isso a ele, por que não quero assusta-lo

- Hum. - Ele voltou sua atenção para o caderno. Que conversa estimulante, fico imaginando quando ela passar para frases completas maiores, revirei os olhos para o caderno.

Dei de ombros, e segui com meu trabalho. Não trocamos nenhuma palavra nos trinta minutos restantes. Assim que o horário acabou, corri para o corredor, Rita me esperava ao lado de nossos armários. Com longos cabelos que chegavam a cintura uma pele de porcelana e olhos perfeitos amendoados.

- Vai almoçar lá em casa. - Disse, me abraçando. Retribuo o gesto e me afasto, abrindo o armário a minha frente.

- Claro- falei, e logo comecei a narrar, tudo desde a hora em que acordei até o momento de agora. Depois que terminei de contar os relatos do dia que ela havia perdido, Rita somente me encarava.

- Ele ficou preocupado comigo! - Falou feliz! Batendo palminhas, revirei os olhos e a puxei para irmos a cantina, Lucas estava sentado, em uma mesa no canto, ele mexia no celular, e parecia distraído. Olhei para ele e um sorrisinho infeliz brotou nos meus lábios, não era bem para ele.

Caminhamos em direção a nossa mesa, ao todo somos sete, quatro caras Martin, Emile, Caio e Evan e três meninas, eu, Rita, Bryant - somos diferentes, mas unidos, como uma família, eu e Martin, temos uma história confusa, ele e o meu loiro, e eu sou sua morena, não e algo que acaba do dia para a noite. Conheço a maioria desde que consigo me lembrar, a elite de ST. Agnos a escola quase acatólica que abriga os herdeiros da máfia e empresários poderosos de Nova Iorque. Nos sentamos e logo começou a baderna, homens tem problemas em se comporta.

- Amor! - Martin falou baixo em meu ouvido, quase ronronando, me esquivo um pouco de sua proximidade exagerada e dou sorriso.

- Oi! - Beijo sua bochecha feliz.

- Vai ter festinha amanhã na sua casa neh, Issa? - Émile e Caio são gêmeos, e fazem tudo quase juntos, até pegam as mesmas garotas. Somos primos de primeiro grau, eles são filhos da Tia Val, a única irmã viva do meu pai.

- Desculpa, gente não vai dar! - Menti, se eu pedisse para o tio Franco com certeza ele, faria vista grossa e me deixaria fazer a festa, mas algo me queimava as costas, como se me puxasse para seu olhar, descobri que a pessoa que me secava era o novato, Lucas, me encarava com um sorriso o que era estranho, até parecia que ele estava ouvindo a conversa, um arrepio passou por meu corpo, e eu me senti exposta, e não era comum isso acontecer comigo. Cai de volta na realidade quando Evan estalou os dedos na minha cara.

- O que você acha? - Perguntou, para mim, eu o encarei, o moreno sorria gentilmente, ele era o mais fofo entre meu grupo de amigos, além de fornecer qualquer coisa se é que me entende, isso garantia a ele passe livre a casa de todos os ricaços e influentes desse e do outro lado do rio.

- Desculpa amor, o que foi? - Perguntei para ele, que sorriu jogando o charme.

- Perguntei, se vai querer ir ao Lynette amanhã à noite!?- Arregalei os olhos de felicidade, o Lynette são velhos trilhos de metro abandonados, onde os jovens se juntam para ouvir música, beber, e se diverti, e uma espécie de boate, mais simples discreta, e pertence ao submundo.

- Claro, nós vamos neh? - Perguntei para Rita, que me olhou e fez biquinho.

- Só se o Jordan, for.- bateu o pé sem discussão.

- Claro, feiosa! - Dei língua e começamos a rir, dei uma olhada estilo Bella Swan para ver se Lucas, que me olhava, e se isso fosse um livro/filme seria a cena em que o casal se entre olha, e ficam pensando mil coisas, ele estava me olhando, e minhas bochechas queimaram, eu estava tímida, isso sim era um milagre.

Voltei minha atenção, para o meu grupo deamigos, e me esqueci do estranho, que vem tentando tomar conta do meu espaço.

Garotas da Máfia - Vol. 01Onde histórias criam vida. Descubra agora