"Na adolescência, pensamos que tudo é o fim do mundo, mas é apenas o começo."-Anônimo.
O trem dava solavancos constantes.E todos praticamente pulavam de seus assentos, com as cabeças balançando como aqueles brinquedos de lojinhas de souvenirs. Harry, Ron e Hermione estavam sentados nos assentos confortáveis d'O Expresso de Hogwarts, de forma nostálgicae ligeiramente tensa.
Hermione bufava, irritada. FazendoHarry se perguntar o porque de ela não ter ido na mesma cabine de Lillian eGina - que andavam cada vez mais grudadas. Ron olhava pela janela, enquantocomia sapos de chocolate de forma excessiva.
Além da briga recente entre seusdois melhores amigos, outra coisa martelava constantemente a cabeça de Harry. Lillian e Draco. Era absolutamente impossível!
Isso iria contra tudo o que Harry acreditava sobre um Malfoy. Eles eram preconceituosos, cruéis e intolerantes. Lillian era o que Harry nunca imaginaria atrair um Malfoy.
Além de ser mestiça - de acordo com o, detestável, Teodore - e absolutamente gentil, Lillian não parecia o tipo que chora por garotos...ou se importa com eles.
Vê-la com Malfoy foraabsurdamente estranho e intrigante. A garota parecia magoada, não com o próprio Malfoy, mas com algo que os separaria para sempre. Era simplesmente estranho,confuso, e inadmissível.
-Harry!-chamou a voz de Hermione,de forma longínqua.-Chegamos.
Harry despertou de seus devaneiose se levantou preguiçosamente do assento do trem, andando de forma mórbida para fora da cabine. Seus pensamentos estariam menos confusos se estivesse fazendo aprova de História de Magia dos N.I.E.M's.
Além disso Gina estava novamentecom Dino, logo, suas chances estavam totalmente zeradas.
E a única coisa que lhe restava era...bem,nada. Talvez Ron e Hermione, isto é, um deles. A garota havia praticamente decretado que quem falasse com Ron não falaria com ele, ou talvez fosse apenascom Harry, já que Hermione havia falado normalmente com a Sra.Weasley, Fred,George e Lupin. Todos eles haviam falado com Ron também, mas havia simplesmente ignorado Harry quando o mesmo havia dirigido a palavra a ela.
Talvez ela estivesse atribuindo aculpa a Harry também.
Logo, a única pessoa com a qualele poderia falar sem :sentir culpa, curiosidade e...bem, ser inegavelmente ignorado,era Ron, o qual parecia magoado demais consigo mesmo para falar qualquer coisa sem relação com Hermione.
Talvez estar de volta à Hogwartsaliviasse a situação, ou simplesmente a piorasse.
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-Olha Harry, eu sei que a culpanão é sua, mas...eu simplesmente não estava a fim de falar com ninguém.-disseHermione, organizando os livros que havia utilizado no trabalho de poções.-Aliás,eu não quero falar com o Ronald, enão tem nada a ver com o...nosso lance.
Harry suspirou, abrindo a bocapara falar, mas Hermione o interrompeu, pegando o exemplar gigantesco de "Ingredientes Mediterrâneos Para Poções Complexas".
-Eu não me importo de ficar semfalar com ele. E Gina diz que eu de fato não devia me importar. E a Lillian dizque eu devia ao menos tentar voltar a ser amiga dele.-disse a morena.-Mas, puf,o que ela sabe sobre relacionamentos?Digo, até onde sabemos, ela nunca esteve em um. E acredite, estando em Hogwarts, sabemos absolutamente tudo até sobre a vida pessoal dosfantasmas. Alias, sabia que negaram de novo o pedido do Sr.Nicholas para a caçada dos fantasmas sem-cabeça?
-Sabia-disse Harry, distraído,dizendo mentalmente que Lillian tinha sim estado em um relacionamento, e ainda estava.
-Harry, você está bem?-perguntou Hermione.-Posso jurar que você está um pouco roxo.
-Claro...-mentiu o garoto.
-Tem certeza?-pressionou Hermione.
-Claro. Além disso, eu acabei delembrar que eu tenho que...ir ao banheiro. Tchau.-disse Harry, saindo rapidamente da biblioteca.
Agora ele entendia porque todo os possíveis segredos dos estudantes de Hogwarts já haviam virado fofocas.
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Harry corria por um corredor vazio, com portas negras e paredes brancas, ele simplesmente não podia ver o teto, algo o dizia que era alto demais para alcança-lo. Suas mãos suavam, e seu peito subia e descia com uma rapidez intensa, todos os seua nervos estavam à flor da pele, e suas mãos pálidas, e frias.
-Harry!-gritou uma voz feminina no fim do corredor. -HARRY!
A voz parecia desesperada, como se algo estivesse prestes a acontecer.
Por fim, o garoto chegou ao fim do corredor, e havia uma porta entreaberta, rangendo, como em um filme de suspense. Harry aproximou-se, e empurrou a porta, revelando uma mulher de cabelos intensamente ruivos, e a pele pálida, de forma doentia, quase amarelada.
A ruiva gritava, e se contorcia, jogada debilmente no chão, com marcaa de sangue em seu vestido branco. Seus pés estavam descalços, e sujos.
-Harry, não!-gritou, porém, quase intantaneamente, um lampejo avermelhado o atingiu, o jogando no chão.
Até que Harry acordou, com a testa suada e ofegante, como se houvesse acabado de correr uma maratona.Suas mãos estavam trêmulas, e seu corpo estava frio.
O garoto se enrolou no edredom, com os olhos fechados, tentando adormecer novamente, mas era absolutamente impossível esquecer a imagem da garota ruiva, gritando.
Provavelmente, era Gina.
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Kiss me [Hinny]
FanfictionAmor. O quão sabemos sobre ele? Porque mencionamos ele, quando não sabemos nem defini-lo? Afinal, como defini-lo? Talvez aquele frio na barriga, um vazio com a nescessidade de ser preenchido. Ou talvez seja apenas fome. Talvez seja aquele zoológico...