Capítulo 25

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Haviam duas semanas que Gina estava dormindo – este era o modo sutil de Harry se referir ao coma.

Era horrível vê-la daquele jeito, ver sua respiração amena, temendo que a qualquer momento ela parasse.

Ron quase matara Malfoy quando o viu, e, de alguma forma, Hermione conseguira o acalmar.

Lillian não saia da Ala Hospitalar, e toda vez que alguém perguntava o porque, a garota fechava os olhos, apertando os lençóis da cama de Gina.

Eles ainda haviam de se explicar para Dumbledore, que, como sempre, dera aquele sorrisinho enigmático, e mandara cartas para os pais dos "envolvidos"–Harry fizera questão de encobrir toda a AD,   fazendo com que apenas ele, Lillian, Malfoy e Gina fossem culpados.

A Sra. Weasley não havia chegado em Hogwarts, por causa de uma viagem para a Irlanda ou algo assim.

As aulas iam de mal a pior, o Quadribol estava nas mãos de Kate Bell–que substituíra Harry– e toda a Hogwarts parecia normal com isso.

Eles não viam o estado de Gina? Como eles podiam ignorar aquilo?

Era uma sexta-feira à tarde, quando Harry foi mais uma vez para a Ala Hospitalar. Como de costume, Lillian estava lá.

–Oi.–murmurou Harry, entrando no local.

–Hum...–murmurou Lillian, olhando de relance para o garoto.

–Vá dormir, eu fico com ela.

–Não.

–Porque?

–Foi culpa minha, foi tudo culpa minha...se eu não tivesse me deixado levar...se eu não tivesse sido burra o suficiente para acreditar naqueles Comensais.–disse a ruiva, com sua voz falhando, e lágrimas enchendo os olhos verdes.

–Não foi sua culpa. Está tudo bem.–disse Harry, tocando o ombro da garota.

–Eu...–a voz dela falhou, e as lágrimas silenciosas se tranformaram em soluços altos e cheios de ressentimento.

Harry se segurou para não chorar também.

Os passos gélidos de Malfoy foram ouvidos ao longe, o garoto abraçou Lillian, e a mesma se jogou nos braços do Sonserino.

Aos poucos, Draco conseguiu levá-la para fora da Ala Hospitalar, a garota ainda aos prantos.

Quando ambos saíram do local, todo aquele peso caui sobre Harry como se ele estivesse carregando o céu inteiro.

Seus olhos se encheram de lágrimas por alguns segundos, enquanto ele segurava a mão paralisada de Gina.

Por alguns segundos, ele achou que a garota estava ficando fria, gélida, embora não houvesse coragem de olhar para ela.

Subitamente, a mão da ruiva apertou levemente os dedos do garoto, e uma tosse seca foi ouvida.

–Harry...? O que aconteceu?

O garoto sentiu seu coração acelerar, e aquela fera rugir em seu peito com maus força e orgulho do que nunca.

Ele abraçou a garota, em seguida dando um beijo devastador na mesma.

–Você está viva!–berrou o garoto, sem acreditar.

–E-eu...acho que estou.–disse a garota, sorrindo, e se arrumando na cama, em uma posição confortável.–Eu preciso de um banho...e de uma escova de dentes.

Harry sorriu, abraçando a garota, como se ela pudesse desaparecer a qualquer instante.

+++

No Sábado, Harry e Gina deram-se ao luxo de passar o dia inteiro, sentados embaixo das árvores no Jardim do castelo.

Ron e Hermione estavam lá também, aproveitando o seu namoro récem-reatado.

Lillian conversou com eles por algum tempo, mas logo se juntou a Draco e outros alunos da Corvinal e da Sonserina–milagres estavam acontecendo em Hogwarts.

–Oh meu Merlin, se vão ficar se engolindo, não façam isso em um lugar público!–berrou Gina, empurrando Ron e Hermione.–Me diga Harry, como vamos suportar isso nas férias?

–Eu não faço ideia.–disse Harry, sorrindo, observando a pequena cicatriz no braço de Gina.

–Acho que teremos que reservar um quartinho só para eles se beijarem...

–O sótão!–berrou Harry, fazendo Gina rir.

–Perfeito! O vampiro do sótão dará uma ajudinha!–disse ela, gargalhando, e se levantando.–Vamos Harry, está quase na hora do jantar...estou mais faminta do que um pelúcio em uma joaheria.

Harry levantou-se, despedindo-se de Ron e Hermione.

Ele e Gina seguiram para dentro do castelo, sentindo o vento frio invadir o castelo.

Gina estava quase guinchando Harry, escadas acima.

Murmurando a senha rapidamente para a mulher gorda. Harry franziu a testa, confuso.

Eles não estavam indo jantar?

O garoto visualizou o relógio de parede, ainda eram cinco horas, o jantar seria servido apenas às seis.

–Não tive nem dois segundos à sós com você desde que acordei...

Gina sentou-se no sofá, puxando Harry, e grudando seus lábios, em um beijo sufocantes–no lado bom, é claro.

As mãos da garota puxavam o cabelo negro de Harry, beijando-o avidamente.

As mãos do garoto percorriam suas coxas e suas costas, seu toque quase fazia um choque na pele na garota.

Tudo parecia incrivelmente perfeito.

Talvez mais do que perfeito.

Kiss me [Hinny]Onde histórias criam vida. Descubra agora