Haviam duas semanas que Gina estava dormindo – este era o modo sutil de Harry se referir ao coma.
Era horrível vê-la daquele jeito, ver sua respiração amena, temendo que a qualquer momento ela parasse.
Ron quase matara Malfoy quando o viu, e, de alguma forma, Hermione conseguira o acalmar.
Lillian não saia da Ala Hospitalar, e toda vez que alguém perguntava o porque, a garota fechava os olhos, apertando os lençóis da cama de Gina.
Eles ainda haviam de se explicar para Dumbledore, que, como sempre, dera aquele sorrisinho enigmático, e mandara cartas para os pais dos "envolvidos"–Harry fizera questão de encobrir toda a AD, fazendo com que apenas ele, Lillian, Malfoy e Gina fossem culpados.
A Sra. Weasley não havia chegado em Hogwarts, por causa de uma viagem para a Irlanda ou algo assim.
As aulas iam de mal a pior, o Quadribol estava nas mãos de Kate Bell–que substituíra Harry– e toda a Hogwarts parecia normal com isso.
Eles não viam o estado de Gina? Como eles podiam ignorar aquilo?
Era uma sexta-feira à tarde, quando Harry foi mais uma vez para a Ala Hospitalar. Como de costume, Lillian estava lá.
–Oi.–murmurou Harry, entrando no local.
–Hum...–murmurou Lillian, olhando de relance para o garoto.
–Vá dormir, eu fico com ela.
–Não.
–Porque?
–Foi culpa minha, foi tudo culpa minha...se eu não tivesse me deixado levar...se eu não tivesse sido burra o suficiente para acreditar naqueles Comensais.–disse a ruiva, com sua voz falhando, e lágrimas enchendo os olhos verdes.
–Não foi sua culpa. Está tudo bem.–disse Harry, tocando o ombro da garota.
–Eu...–a voz dela falhou, e as lágrimas silenciosas se tranformaram em soluços altos e cheios de ressentimento.
Harry se segurou para não chorar também.
Os passos gélidos de Malfoy foram ouvidos ao longe, o garoto abraçou Lillian, e a mesma se jogou nos braços do Sonserino.
Aos poucos, Draco conseguiu levá-la para fora da Ala Hospitalar, a garota ainda aos prantos.
Quando ambos saíram do local, todo aquele peso caui sobre Harry como se ele estivesse carregando o céu inteiro.
Seus olhos se encheram de lágrimas por alguns segundos, enquanto ele segurava a mão paralisada de Gina.
Por alguns segundos, ele achou que a garota estava ficando fria, gélida, embora não houvesse coragem de olhar para ela.
Subitamente, a mão da ruiva apertou levemente os dedos do garoto, e uma tosse seca foi ouvida.
–Harry...? O que aconteceu?
O garoto sentiu seu coração acelerar, e aquela fera rugir em seu peito com maus força e orgulho do que nunca.
Ele abraçou a garota, em seguida dando um beijo devastador na mesma.
–Você está viva!–berrou o garoto, sem acreditar.
–E-eu...acho que estou.–disse a garota, sorrindo, e se arrumando na cama, em uma posição confortável.–Eu preciso de um banho...e de uma escova de dentes.
Harry sorriu, abraçando a garota, como se ela pudesse desaparecer a qualquer instante.
+++
No Sábado, Harry e Gina deram-se ao luxo de passar o dia inteiro, sentados embaixo das árvores no Jardim do castelo.
Ron e Hermione estavam lá também, aproveitando o seu namoro récem-reatado.
Lillian conversou com eles por algum tempo, mas logo se juntou a Draco e outros alunos da Corvinal e da Sonserina–milagres estavam acontecendo em Hogwarts.
–Oh meu Merlin, se vão ficar se engolindo, não façam isso em um lugar público!–berrou Gina, empurrando Ron e Hermione.–Me diga Harry, como vamos suportar isso nas férias?
–Eu não faço ideia.–disse Harry, sorrindo, observando a pequena cicatriz no braço de Gina.
–Acho que teremos que reservar um quartinho só para eles se beijarem...
–O sótão!–berrou Harry, fazendo Gina rir.
–Perfeito! O vampiro do sótão dará uma ajudinha!–disse ela, gargalhando, e se levantando.–Vamos Harry, está quase na hora do jantar...estou mais faminta do que um pelúcio em uma joaheria.
Harry levantou-se, despedindo-se de Ron e Hermione.
Ele e Gina seguiram para dentro do castelo, sentindo o vento frio invadir o castelo.
Gina estava quase guinchando Harry, escadas acima.
Murmurando a senha rapidamente para a mulher gorda. Harry franziu a testa, confuso.
Eles não estavam indo jantar?
O garoto visualizou o relógio de parede, ainda eram cinco horas, o jantar seria servido apenas às seis.
–Não tive nem dois segundos à sós com você desde que acordei...
Gina sentou-se no sofá, puxando Harry, e grudando seus lábios, em um beijo sufocantes–no lado bom, é claro.
As mãos da garota puxavam o cabelo negro de Harry, beijando-o avidamente.
As mãos do garoto percorriam suas coxas e suas costas, seu toque quase fazia um choque na pele na garota.
Tudo parecia incrivelmente perfeito.
Talvez mais do que perfeito.
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Kiss me [Hinny]
FanfictionAmor. O quão sabemos sobre ele? Porque mencionamos ele, quando não sabemos nem defini-lo? Afinal, como defini-lo? Talvez aquele frio na barriga, um vazio com a nescessidade de ser preenchido. Ou talvez seja apenas fome. Talvez seja aquele zoológico...