Captured Hearts [Tradução p/Português]

Capítulo 8

Klaus andava pela divisão da mansão Mikaelson balbuciando silenciosamente consigo próprio. Ele nem sequer se deu ao trabalho de prestar atenção à loira Original enquanto ela entrava na sala de estar e se deixava cair numa das poltronas. Ela sacudiu o cabelo exuberante para o ombro enquanto o observava, as suas pulseiras soltavam um barulho metálico sempre que ela movia o braço.
"Há alguma coisa a incomodar-te, irmão?" Rebekah sorriu levemente, observando Klaus a mover-se iradamente de um lado para o outro do salão.
"Este não é o momento para testares a minha paciência Rebekah," Klaus estalou sem sequer olha-la uma segunda vez. Ele juntou as suas mãos atras das costas e olhou para o chão enquanto tudo girava furiosamente na sua cabeça.
"Que temperamental, Nik," Rebekah observava as suas novas unhas pintadas. "Gostava que houvesse alguma forma de impedir que o verniz caísse. Talvez haja algum tipo de feitiço." Klaus rosnou e olhou para ela e cruzou os braços sobre o peito. Ele permaneceu calado enquanto continuava a andar silenciosamente. "Quando o Kol acabar de seduzir a bruxa Bennett talvez eu consiga pedi-la emprestada por uns minutos."
"Cala-te Rebekah," Klaus rosnou e parou em frente à lareira tremulante, ficando a olhar para as brasas.
"Porque é que estas tao chateado com a Bonnie?" Rebekah encolheu os ombros enquanto cruzava as pernas, os olhos dela estavam postos nas costas tensas de Klaus.
"Não é com a Bonnie que estou zangado."
"Kol?" Rebekah troçou. "O que é que ele fez?"
"Ele desafiou as minhas regras e mentiu-me."
"Tu apunhalaste-o e mantiveste-o num caixão, Nik. Mantiveste-o trancado durante mais tempo que todos nós. Durante mais tempo que o Fin. Mantiveste-o lá durante séculos. Ele não tem o direito de quebrar as tuas regras?"
"Ele veio até à minha casa, à minha cidade e enganou-me sem a cortesia de tentar esconder as suas intenções!" Klaus gritou. "Ele não tem direitos em minha casa!"
"Esta não é a tua cidade, Nik! Isso aconteceu uma vez há mil anos atras! Os tempos mudaram. Esta cidade pertence às pessoas de Mystic Falls."
"Estas a escolher o lado do Kol, em vez do meu," Klaus semicerrou os olhos para a irmã mais nova. " Estas a trair-me por ele? Tu odeias o Kol!"
"Tu foste o único que sempre odiou o Kol! Não vires a situação para mim!" Rebekah levantou-se da poltrona e cruzou os braços sobre o peito, as suas pulseiras tilintaram ligeiramente. "Eu não vou escolher lados, Nik. Mas ate eu vi a forma como o Kol olha para a Bonnie. Ele importa-se com ela, talvez até a ame. Ele é quem é, não o podes controlar mais."
"Desde quando é que te importas com os sentimentos dos outros?" Klaus resmungou.
"Desde que alguém finalmente se importa comigo," Rebekah engoliu, respirando tremulamente.
"Deixaste aquele humano fraco roubar o teu coração?" Klaus troçou, virando-lhe as costas.
"O Matt não é fraco," Ela defendeu. "Ele é forte, e querido e bonito e tudo o que eu não sou. Se ele me consegue mudar, então imagina como a Bonnie consegue mudar alguém como o Kol."
"O Kol não precisa de mudar. Ele precisa de ficar longe da Bonnie."
"Isto não é sobre a Bonnie," Rebekah disse calmamente. "É? É inveja. Estás irritado com o facto de a Bonnie ter escolhido o seu amor pelo Tyler em vez de ti. Por isso agora, tu não queres que o Kol encontre o amor outra vez."
"O Kol desobedeceu-me," Klaus tentou parecer imperturbável, mas houve um pequeno tremor na sua voz que disse a Rebekah que ela o tinha atingido, que lhe disse que ela tinha razão. " Eu não passar por idiota."
"És patético, Nik," Rebekah disse calmamente. " Nunca pensei que iria ver o dia em que o Kol fosse mais homem que tu. Tenho pena de ti."
"Não preciso das tuas palestras e da tua simpatia, Rebekah. Eu preciso de falar com o meu irmão."
"Então porque é que estas aqui a perder tempo?"
"Não sei onde ele está, Bekah," Klaus resmungou.
"Isto é o século vinte e um. Porque é que achas que inventaram os telemóveis?"
***
"Isto é estupido."
"Isto não é estupido, é romântico."
"Não, é idiota e criado por idiotas," Kol revirou os olhos enquanto se sentava no banco de teatro gasto. Ele esfregou os olhos cansados como se tivesse dificuldade em ficar acordado.
"E isso praticamente resume todo o género romântico," Bonnie sorriu maliciosamente enquanto levava a mão ao balde de pipocas. "Vá lá. Dirty Dancing é o melhor filme de romance do mundo."
"Já vi filmes de terror com romance melhor que isto. E os nomes são ridículos. A serio, quem é que chama à sua própria filha Baby?"
"Tem calma Capitão Julgamento," Bonnie sorriu enquanto dava um pequeno gole na sua coca-cola. "Nem toda a gente tem um nome tao fixe como o teu."
Kol revirou os olhos e roubou-lhe a coca-cola, dando um grande gole. Bonnie ergueu uma sobrancelha enquanto o observava a beber alegremente da sua coca-cola. "Não me olhes fixamente." Kol murmurou.
"Não roubes."
"Era emprestado," Ele declarou e entregou-lhe de volta o copo de coca-cola.
"Ew, agora não posso beber mais. Babaste tudo."
"Oh, babei?"
"Estejam quietos!" Alguém que estava sentado atras deles sussurrou, e Bonnie virou-se para trás.
"Cala-te!" Ela resmungou. "Todos vocês já viram este filme."
O homem atras da Bonnie ficou vermelho de raiva e ela podia jurar que tinha visto vapor a sair pelas suas orelhas. "Tens de aprender a manter a tua rapariga controlada," O homem dirigiu-se a Kol.
"E tu queres aprender a ter respeito pelo sexo oposto," Kol replicou, ligeiramente mais arrogante do que o homem tinha sido. "Sente-se e aproveite o filme."
"Quem é que pensas que-"
"Eu disse para te sentares e aproveitares o filme," Kol rosnou, e Bonnie percebeu que estava a compeli-lo. O homem ficou pálido e sentou-se, olhando inexpressivo para o ecrã.
"Pra que é que foi isso?" Bonnie perguntou baixinho, olhando para Kol enquanto ele se virava para a frente.
"Ele estava ser um idiota." Ele disse simplesmente.
"Tu és um idiota." As pessoas não te compelem para te calares."
Kol sorriu. " Querida, eu sou o bom tipo de idiota."
"Há um bom tipo de idiota?" Bonnie sorriu levemente. " Como é que um idiota pode ser bom?"
"Estando disposto a entrar numa luta se outro homem se limitar a olhar para a mulher que ele gosta. Sendo o tipo de idiota que só tem um lado suave para apenas uma pessoa. Não achas que isso é um bom idiota? Não achas isso encantador?"
"O que é que isso tem a ver?"
"Tem tudo a ver," Kol ergueu uma sobrancelha e virou a cara para ela. "Apenas responde à pergunta."
"Porquê?" Bonnie replicou teimosamente, virando a cara para o ecrã.
"Bonnie," Ele suspirou irritado. "Apenas responde-me."
"Mas o filme-"
Kol agarrou-lhe o pulso e inclinou-se, os seus lábios raspando na sua pele suave, abaixo da orelha. Bonnie susteu um gemido e mordeu o lábio inferior. "Responde à minha pergunta, pequena bruxa." Kol sussurrou com a voz rouca ao seu ouvido. O coraçao dela falhou uma batida enquanto ela respirava cautelosamente. Lenta e cuidadosamente, Bonnie virou a cara para Kol. A sua cara estava a uma polegada da dele e ela conseguia sentir os seus lábios enquanto eles apenas raspavam contra dos deles.
"Sim," Ela respirou suavemente e acenou levemente, olhando para os seus lábios.
"Sentes a tentação," Kol continuou tranquilamente. "A atraçao."
"Sedução?" Bonnie finalizou, a sua voz tao abafada que ela mal se conseguiu ouvir falar.
"Exatamente," Kol murmurou enquanto ele acariciava lentamente o seu braço com a mão. "A sedução."
"Porque é que te estas a esforçar tanto para me fazer admitir que gosto de ti?" Bonnie sussurrou.
"Então admites?" Kol tentou soar sarcástico, mas era óbvio que o seu coração não se sentia assim. Todo o seu foco estava nos lábios de Bonnie, e a sensação da sua pele enquanto os seus dedos dançavam no seu braço.
"Nunca admiti nada," Ela mordeu o lábio inferior e susteu a respiração quando a mão de Kol passava pelo seu cabelo.
"Mmh," Ele murmurou, e Bonnie teve quase a certeza de que ele não tinha ouvido uma palavra que ela tinha dito. Mas naquele momento, ela não se importava. Kol piscou os olhos algumas vezes, inseguro enquanto mantinha o olhar entre os brilhantes olhos cor de avelã de Bonnie e os seus lábios cor de rosa. Eles abriram levemente, como se fosse difícil de respirar pelo nariz. Ele engoliu e aproximou-se, a sua cabeça estava inclinada para baixo. O coração de Bonnie martelava-lhe no peito, e sentia que o seu estomago dava cambalhotas enquanto os lábios de Kol faziam ligeiro contacto com os seus. Ele foi lento e hesitante, enquanto estava inseguro e nervoso.
Os lábios de Kol sabiam a sal das pipocas e a especiarias quentes que fez Bonnie querer trancar-se neles e nunca mais o deixar ir. Ela afastou-se lentamente, nunca desviando o olhar dos seus lábios enquanto ela humedecia os seus, provando o sabor delicioso a sal e especiarias. Kol observou-a, e as suas mãos passaram do cabelo para o seu rosto enquanto ela se aproximava de novo para juntar urgentemente os seus lábios aos dela.
As pessoas do cinema irromperam em suspiros irritados e em tagarelice quando o telemóvel de Kol começou a tocar e ele amaldiçoou-o num suspiro enquanto se sentava, tirando o telemóvel do bolso das calças. Ele olhou para Bonnie antes de desaparecer do teatro.
***
"Irma?" Kol suspirou enquanto estava fora do cinema. "O que te deu para me ligares?"
"O Nik perdeu a cabeça," Rebekah replicou simplesmente, como se não estivesse incomodada de todo. " Ele quer saber onde estas."
"E porque é que eu haveria de dizer? Para ele me apunhalar de novo?"
"Sabes como é o Nik," Ela suspirou.
"Sim. Ele é um neurótico maníaco por controle que perde a calma se não sabe onde esta o seu lápis preferido para desenhar póneis, o que faz com que ele apunhale os seus irmãos e os mantenha em caixões durante seculos."
"Explicação adorável."
"Obrigado."
"Kol, por favor," Rebekah suspirou. "Apenas diz-me onde estás e eu vou buscar-te."
"Não," Kol estalou. "Ainda não tenho intenções de regressar a Mystic Falls."
"Nós só queremos falar. Apenas tu, Klaus, Elijah e eu."
"E eu vou acabar num caixão."
"Irmão-"
"Pára com a representação Rebekah," Ele rosnou e olhou para um poste de iluminação que estava a ali perto. "Nenhum de vocês se importa realmente comigo. Vocês preferiam que eu tivesse sido morto por lobisomens há mil anos em vez do Henrik."
"Agora foste injusto e sabe-lo."
"Rebekah, não é que não esteja interessado - bem, na verdade não estou interessado, mas ainda assim. Eu estava a meio de algo e tu interrompeste-me."
"Kol," Uma nova voz rosnou.
"Klaus." Kol rosnou.
"Onde estas?"
"Porque é que estas tao interessado?"
"Por favor não me testes," A voz de Klaus vacilou, e Kol pôde dizer que ele estava a ter dificuldades em impedir-se de gritar.
"De férias, posso dizer," Ele lambeu o lábio inferior e virou-se para ver Bonnie a sair do teatro. Kol virou-lhe as costas, esperando que ela ainda não o tivesse visto.
"Acabaram-se os jogos," Klaus suspirou, e parecia que ele tinha controlado o temperamento. "Só quero conversar."
"Podes falar agora. Já arruinaste a minha noite."
"Eu preferia falar contigo pessoalmente. O mais rápido possível."
"Para quê apressar, irmão? Quanto mais tarde eu chegar a casa, mais tempo tens para procurares a tua preciosa coleção de punhais que se tornaram tao convenientes para ti."
"Kol!" Klaus gritou-lhe. "Já não estou a brincar mais. Quero-te a ti e à bruxa de volta a Mystic Falls amanha de manha, ou juro que mando um dos meus híbridos para te ir buscar."
"Então deixa o hibrido vir," Kol encolheu os ombros e olhou por cima do ombro, franzindo a testa ao ver que Bonnie tinha desaparecido. "Vamos ver a quem é que ele é leal assim que me faça uma visita."
"Estou a avisar-te, irmão. Gosto de pensar que mudei, mas eu desfaço a tua bruxa de quem gostas tanto."
"Não te atreverias," Incerteza persistia na voz de Kol, enquanto ele olhava ansiosamente por cima do ombro tentando encontrar Bonnie. "Disseste que precisavas dela."
"Há um vasto fornecimento de bruxas neste mundo, Kol. Bonnie Bennett é talentosa mas substituível."
"Estas a mentir. Não me importo com o teu bluff."
"Vais arrepender-te disto, quando eu despedaçar a tua bruxa, membro por membro!"
Kol desligou a chamada, o som de Klaus bombardeando ameaças acabou automaticamente. Eles foram persistentes ao ponto de o fazerem cambalear por apoio no poste de luz mais próximo. Ele respirou fundo e fechou os olhos com força. "Kol?" Ele virou-se, os seus olhos brilhantes com lágrimas que não haviam caído e olhou para Bonnie. Os olhos dela encontraram os seus e as suas sobrancelhas uniram-se em confusão quando ela viu a humidade nos seus olhos escuros. "Kol, o que se passa?"
"Nada," Ele abanou a cabeça e deslizou o telemóvel pelo bolso das calças. "Está tudo bem."
"Se estivesse tudo bem, não estavas a chorar."
"Não estou a chorar, Bonnie!" Ele gritou e ela deu uns paços atras. Ele engoliu e olhou para ela. "Peço desculpa. Não queria gritar contigo."
Houve um longo e pesado silencio, e Kol endureceu quando Bonnie o abraçou. Ele franziu as sobrancelhas enquanto as suas mãos envolviam a parte superior do seu corpo, enquanto ela descansava a cabeça no seu peito. Kol olhou para ela, e lentamente colocou as suas mãos nas pequenas costas de Bonnie, devolvendo o abraço.
Era...quente e gentil. Era genuíno. "Porque me estas a abraçar?" Kol perguntou suavemente, confuso.
"Porque mesmo que te recuses a dizer-me porque, sei que estas perturbado."
"Como é que sabes?" A sua voz estava fraca e ele ainda estava incerto do que devia fazer.
A respiração de Bonnie estava trémula, e apos um momento ela sussurrou.
"Apenas sei."