Amor

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Era segunda, estava quase anoitecendo e então fui tomar banho, com ajuda de um site de gastronomia, cozinhei algumas coisinhas para quando Pê chegasse.
Tomei meu banho e vesti uma camisola preta de renda, estava cheirosa, a casa limpa, a comida pronta, tudo no lugar. Preparei a mesa, coloquei algumas rosas e esperei sentada ao sofá.
Bastou alguns minutos até que ouço um barulho de carro parando na frente da casa, espio por trás da cortina e vejo Pedro desesperado para sair do carro.
Enquanto ele se ocupava pegando suas malas no carro, liguei as velas e apaguei as luzes, me preocupei em arrumar meu cabelo pela milésima vez, e então ele abriu a porta da frente.
-AT, AMOOR- ele gritou num tom amoroso, existia dor em suas palavras também.
Eu estava na sala de jantar escondida. A sala de jantar tinha uma porta que dava para a sala, que era onde Pedro estava. Parei na porta, cruzei os braços e lhe encarei.
Seus olhos correram por todo os cantos até encontrarem o meu, sem pensar, sorri e ele correu em minha direção.
-Amor, que saudade.- ele disse, sua voz falhou. Ele me abraçou com tanta força que pude ouvir um 'CRAC' das minhas costas, depois me beijou com tanta intensidade quanto as ondas do mar. Depois que acabou, ainda não me soltou, nem ao menos retirou seus lábios do meu.
Algo não estava nada bem.
-Eu também estava com saudades querido, preparei algo para você.- eu disse sorrindo
-Para mim?- ele disse surpreso.
Assenti e lhe puxei pela mão até a sala de jantar.
Seus olhos se iluminaram ao ver tudo o que eu havia lhe preparado. Um sorriso finalmente brotou ao seus lábios, o que me fez sorrir também. Com muita delicadeza lhe conduzi até a mesa, ele estava com as mãos na minha cintura, apertando, como se eu fosse fugir se ele soltasse.
-Me permiti?- ele disse puxando a cadeira para eu sentar.
Lhe fiz uma mesura um pouco desajeitada, e ele riu.
Nos sentamos e comemos falando sobre a viagem de cada um.
Ao fundo da nossa conversa, tocava A Thousand Years.

O coração acelerado
Cores e promessas
Como ser corajosa?
Como posso amar quando tenho medo de me apaixonar?
Mas ao ver você sozinho
Toda a minha dúvida de repente se vai de alguma maneira

E nós ríamos muito, era bom ver aquela expressão de felicidade ocupando novamente o rosto do meu amado. Depois nos levantamos, era como se estivesse em um conto de fadas, Pedro se aproximou, me puxou pela cintura e tocou sua mão na minha, rodopiavamos pela sala de jantar toda, até que ele fez um esforço, por ser mais alto, e tentou encostar sua testa na minha, mas falhou... Então com toda delicadeza do mundo, ele suspendeu meu corpo do chão, e colocou meus pés sobre os dele, e por fim encostou sua testa na minha. Poderia sentir o calor de seu corpo direto, a sua fragrância doce e selvagem ao mesmo tempo, ele soltou minha mão e agora fazia carinho em minha bochecha.

-Eu queria ficar assim com você pra sempre...-ele sussurrou de olhos fechados.
Antes que eu pudesse abrir a boca e estragar aquele clima falando alguma coisa errada, ele colocou seu dedo sobre meus lábios me impedindo de dizer alguma coisa.
-Eu te amo, mais do que nunca quero estar com você...e- ele abriu os olhos, seus olhos cintilavam ao encarar os meus de tão perto, ele parou por um tempo, mais sua expressão estava rígida, como se ele estivesse certo do que estava fazendo.
-E?- incentivei, tirando seu dedo de meus lábios e segurando sua mão novamente.
Seus olhos me encaram com seriedade e ternura, ele se apertou mais contra meu corpo pequeno.
-At, amor...- ele disse fechando os olhos como se aquilo fosse prazeroso de dizer- Você quer namorar comigo?
Um sorriso brotou nos meus lábios, fiquei sem fôlego, nós já estávamos juntos, mais aquilo, aquele pedido saindo de sua boca, era tão importante pra mim quanto respirar.
-É óbvio que eu quero meu amor, mais do que nunca agora.
Nós sorrimos e nos beijamos.
Um beijo tão intenso, Pedro me beijava como se o mundo fosse acabar hoje, agora. Me apertou mais contra seu corpo, sua mão passeando por minhas curvas, indo em direção ao meu pescoço, era tão intenso quanto ver o nascimento de um filho, senti vontade de chorar, mais não podia demonstrar fraqueza, não ali.
-Faça amor comigo- ele pediu carinhoso, ele falou como se estivesse implorando, como se aquilo fosse a última coisa que ele iria fazer na sua vida.
Sem pensar duas vezes arranquei sua camisa, deixando a mostra seu abdômen bronzeado, ele estava totalmente quente, ele jogou tudo que tinha sobre a mesa ao chão, e deitou meu corpo sobre a mesa, em volta de nossos corpos desnudos, só havia duas velas, que iluminavam nosso corpo.
-At- ele gemeu satisfeito
Eu beijei e então ele me puxou para seu colo, me levando para o seu quarto.

Nós agora estávamos deitados, juntos, falando sobre nosso futuro, eu fazia caminhos de carinho pelo seu braço que estava em volta ao meu corpo.

-Você quer casar um dia?- ele sussurrou evitando contato visual.
Suspirei feliz.
-Casar, seria um sonho.- sorri, nem acreditei que aquelas palavras estariam saindo de Minha boca um dia.
Ele sorriu brincalhão.
-Eu te amo.- disse depositando um beijo leve na ponta do meu nariz.
-Eu também te amo querido- disse e lhe abracei.
Eu poderia ficar ali por anos que nunca iria me cansar de sua presença. Ele era tudo, ele era meu rumo.

Estávamos de conchinha e então eu acordei, pude sentir que ele não estava conseguindo dormir, então falei:
-Tá acordado ainda amor?- sussurrei no escuro do quarto
-Estou- disse ligando o abajur
Me levantei sentando na cama, e encarando sua face molhada.
-Ah céus, o que houve?- falei preocupada e desesperada
-Ela se foi At, ela se foi.
Suponho que ele estivesse falando sobre sua tia que estava internada.
-Ah meu amor, eu lamento muito.- eu disse lhe abraçando
-Isso, isso- ele tentou
-Isso o que?
-Isso é uma tremenda injustiça.- finalmente conseguiu falar.
-Amor, a morte é inevitável, todos morreremos um dia..- falei tentando ser compreensível ao máximo.
-Promete?- ele disse baixinho- promete que não vai ir embora também? -completou.
Eu chorei só de pensar em ter que sair de sua vida.
-Claro que eu prometo meu amor, eu não irei a parte alguma.-disse lhe acariciando

Ele se deitou, e eu continuei lhe abraçando, ele acabou pegando no sono, tempos depois.

Bad GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora