Bad Girl

Relacionamentos.

Fim de noite enquanto pensamentos invadem minha cabeça. Mais cedo Pedro havia tomado coragem e se declarado para mim com poucas palavras. Eu fiquei animada, confesso.
Estou no Facebook olhando minha página, até que sou informada que nossa banda preferida virá para o Rio. Feliz com a notícia, vou compartilhar com Pedro. Mas não acho ele pela casa, estou indo até seu quarto quando ouço alguns gemidos, mas aquela casa rangia sem parar Então deixei para lá, fui até a porta e abrindo a maçaneta fui dizendo:
-Pê, o Paramore afirmou presença aqui no Rio...- eu disse mas meu coração se estilhaçou ao ver aquela imagem a minha frente, Pedro estava com sua ex, transando na cama.
Eu fiquei boquiaberta e Pedro logo se levantou assustado pegando sua cueca e vestindo, a loira ria na cama.
Eu sai correndo e me tranquei no meu quarto, encostada na porta, me deixei levar, deslizei até me sentar no chão, e chorei, chorei mais do que havia chorado em todos esses anos. Acho que não foi só o fato de Pedro ter mentido para mim, ter me iludido e partido meu coração, mas eu chorei por perceber que estava sozinha, eu queria ir embora daquele lugar, me sentia suja, perdida, estava me sentindo péssima. Ouço batidas na porta, Pedro estava chorando do outro lado, posso sentir o peso da madeira se recaindo sobre meu corpo, ele também estava deslizando e chorando sentado no chão, ele implorava, mas eu me neguei a sair.

Agora eram 4 horas da madrugada quando eu me levantei e coloquei um moletom com capuz preto. Sai de casa na ponta dos pés e peguei um táxi na esquina, fui até a casa de Lucas, ele era o único com quem eu podia contar.

Olhei para a janela de seu quarto, a luz estava apagada, do lado de sua janela havia uma árvore, então subi na árvore e pulei na sua janela, acabei derrubando algo ao entrar no quarto, logo ele acordou assustando.
-Quem está aí! Olha que eu estou armado!- ele disse, mas sua voz falhava.
Eu ri baixinho.
-Sou eu Luquinha, o bixo papão.
Ele suspirou
-At, eu vou te matar.
Então eu gargalhei.

Lucas se levantou e eu contei tudo para ele, chorando em seu colo.
-Olha At. Não fica assim tá? O Pedro tem agido mesmo como um idiota nesses últimos dias. Mas ele não te merece, você é linda, gostosa e vai sambar nas inimigas.
Eu sorri, aquele idiota era o único a quem eu podia recorrer, mas era o melhor.
-Obrigado Luquinha.- disse lhe abraçando.
-Agora coloca sua roupa mais fatal, e corre atrás de um bofe que te mereça.
-Sabe Luquinha, se eu não te conhecesse, acharia que você é gay.
Nós gargalhamos.
-Eu sei, eu sei, tenho que parar com isso.- disse fazendo voz de macho.

Dormi agarrada com Lucas, ele mais me enforcava do que me abraçava.

Acordei, já era sábado, final de semana, valeu.
Fiz minha higiene bucal com a escova de Lucas, que logo fez cara de nojo assim que viu e depois riu me dando um beijo na testa.
Desci com Lucas e fomos tomar café, seus pais conversavam sobre finanças, seus olhos se arregalaram assim que me viram.
-N-nossa filho, não sabia que ia trazer amiguinha, se não mandava colocar mais um prato e uma xícara na mesa- disse ela toda abobada e gritando a empregada para mandar-la trazer mais utensílios.
-Mãe, não é nada disso tá? Relaxa aí- Ele disse rindo e puxando uma cadeira para eu sentar, e é eu lhe acompanhava na risada.
Tomei um delicioso café da manhã e mandei uma mensagem para o Daniel.

Atena: Oi Dan, preciso falar com você, onde posso te encontrar.

Logo meu celular vibra e abro a mensagem que ele acabará de enviar.

Dan: Oi flor, pode vir ao meu apê, fica de frente para a facul, te espero aqui as 20h00. Beijos.

Atena: Ok.

Luquinha me leva para a casa e eu subo rapidamente para o meu quarto, passando pela sala e ignorando os milhões de pedidos de desculpas de Pedro que estava no sofá.
Fecho a porta do meu quarto, e vou decidir que vou usar hoje.
Depois de provar várias roupas, pego um vestido preto, de mangas compridas de renda, e uma abertura na coxa, descido usar um salto não tão alto, preto. E meu cabelo roxo numa trança de lado bagunçada.

Olho no relógio já eram 18h30, quando estou saindo do banho, faço uma maquiagem leve e me visto, eu realmente estou linda, para aproveitar, pego meu chapéu preto que o babaca do Pedro havia usado no dia que ele quase me beijou no capu do carro.
Agora sim, estou maravilhosa.
Desço as escadas e vejo Pedro me olhando atento.
-Vai sair?- ele pergunta curioso
-Vou sim- dou o meu melhor sorriso, para lhe mostrar que estou ótima.
-Para onde?
-Isso já não lhe desrespeita!- digo dando uma piscadinha para ele.

Ouço buzinadas.
-É o meu táxi, não me espere acordado, não volto hoje.-eu digo saindo.
Seus olhos se arregalaram com as últimas palavras.
Pego meu táxi e vou para o apê de Daniel.
Chegando lá toco o interfone e ele abre o portão, pego o elevador e subo até o último andar.
Bato em sua porta. Ouço barulho de chaves e ele abre a porta, com um sorriso maravilhoso. Me olha de cima abaixo e seu sorriso se alarga mais.
-Seja bem vinda a minha casa, e a propósito, está linda, mais do que de costume.
Eu sorrio com meu batom vermelho nos lábios.

Agora nós estávamos comendo a comida que Daniel havia pedido, era comida japonesa, então ele brincava com aqueles palitinhos, e eu não podia ficar de fora, fingimos até que éramos lutadores e os palitos era nossas espadas, depois caímos na risada. Daniel podia ser mais velho, mais era um garotão quando precisava ser. Seu apê era arrumadinho, e tudo mais.
-Então At, disse que precisava falar comigo...
-É Dan...eu pensei no que você disse..sobre nós.
O sorriso dele se abriu. Sinceramente, eu não conseguia parar de olhar para aquele homem. Ele estava lindo em um jeans escuro, uma camiseta preta, um paletó preto e um sapato social preto também. Seu cabelo mais macio impossível, estava amarrado.
-Então, eu aceito...eu quero tentar fazer a gente dar certo sabe...Você é maduro, quero aprender com você...- eu disse pausadamente
-Fico feliz em saber que você quer mesmo ficar comigo- ele disse sorrindo e pegando em minha mão.
Eu sorri.
-Eu te amo...-eu disse
-Eu também te amo.- ele falou.